Capitulo sessenta e três

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31 de dezembro de 1996:

Acordei de um pesadelo, mas não me lembrava como foi, apenas sentia meu coração palpitar dentro do meu peito e meus pulmões arderem por conta do ar frio.

A neve do chão estava um pouco derretida, mas nada que podia me abalar, apenas queria sentir uma sensação... A sensação de estar viva.

Não sabia em que momento comecei a chorar, mas sentia as lágrimas encherem meus olhos e descerem pelo meu rosto, caindo no chão ou às vezes no meu pijama.

Soprava o ar quente de minha boca para o nada e a fumaça branca me fazia companhia ocasionalmente.

Hoje era aniversário do meu passarinho e me lembrava do primeiro aniversário dele, da notícia que Nicolás me deu no nada.

Alisei minha barriga e a sinto plana e sempre ficará assim... Sem nenhum tipo de vida crescendo dentro de mim.

Hoje meu passarinho completa três aninhos e não sabia se ele iria gostar de seu presente, mas hoje também era aniversário do Lorde...

O que ele gostaria de ganhar? Ele não parecia muito habituado a festas, mas hoje viria pelo meu pequeno. Minha cabeça pensava em várias coisas ao mesmo tempo, e por conta disso, minha cabeça sempre doía.

Meu corpo estava dormente, mas nem ligava para isso, apenas pensava no que gostaria de ganhar. Ele já tinha tudo...

Levantei-me do chão e me espreguiço, escutando todos os meus ossos estalarem. Deslizo a porta da sacada e entro no quarto quente.

Olho para a cama e vejo que meu bebê continuava dormindo e com passos leves, vou até a mesa de cabeceira, pegando os meus remédios que deveria tomar.

A água gelada desceu e os remédios foram com ela.

Vou até o closet e pego roupas quentes, indo até a cadeira para pegar minha toalha. Vou até o banheiro para tomar banho.

Coloco minha roupa na bancada e me olho no espelho, minhas olheiras estavam profundas, minha pele estava pálida e meu coração doía.

Ele já doía alguns dias, mas nada que pudesse me levar a crer que estava tendo um ataque cardíaco. Ele apenas doía...

Abro a torneira da banheira e vejo a água sair dela, caindo rapidamente na banheira branca e fria.

O vapor começou a inundar o banheiro e o espelho ficou embaçado, tudo em questão de segundos.
A água atingiu a metade da banheira e desliguei a torneira, retirando meu pijama, que era apenas uma camisola de frio.

Coloco meu pé para medir a temperatura da água e a sensação de quente fez meu corpo se arrepiar.
Entro na banheira e começo a me limpar.

Cada segundo que passava, a água se tornava morna, mas não ligava para o frio. Retirei a água de sabão da banheira e abro a torneira para colocar uma limpa.

Quando terminei de tomar banho, mergulhei na água, fazendo que me cobrisse por inteira.

Abro meus olhos, vendo as bolhas de ar subirem para a superfície e sumirem.

A sensação de ardência nos meus pulmões por falta de ar era avassaladora, mas apenas deixei meus dedos enrugados sair para sentir a temperatura do ar.

Abro a boca e um pouco de água entrou, me fazendo sentar na banheira e cuspir a água.

Respirei fundo, tentando recuperar o ar perdido e a sensação de ardência não saia do meu corpo, mas meu coração continuava doendo.

Puxei o tampão da banheira e vejo o redemoinho de água sendo sugado, me fazendo levantar da banheira e saio dela, pegando a toalha para me secar.

Peguei minhas roupas e as coloco, arrumando meus cabelos em seguida.

A Segunda Chance ~Tom Riddle~Onde histórias criam vida. Descubra agora