Capítulo vinte e nove

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23 de dezembro de 1991:

Estava sentada numa janela vendo a neve cair e alguns dos flocos de neve caíam em mim, mas nem mesmo estava pensando na sensação gelada e sim, da consequência da minha escolha naquele dia. Escolhi não saber do passado daquela mulher e, ao mesmo tempo, neguei descobrir sobre a minha falta de alma e sobre a chave que fez tudo isso acontecer.

Mas estava bem, mesmo negando saber de algumas coisas, estava bem e ficaria bem. Tinha Tom para secar as minhas lágrimas e me dar carinho, tinha Draco para me fazer rir e tinha meus amigos. Mas tinha a sensação de que iria perdê-los e isso me fazia perder o ar em meus pulmões, apenas por pensar perdê-los.

Sabia que não iria me lembrar deles, mas eles poderiam me ajudar a me lembrar, mas sentia dentro de mim que isso não iria acontecer e isso me apavorava.

Olho para cima e vejo mais flocos de neve flutuando no ar e o céu cinza me parecia convidativo. Já tinha dois meses que não tinha notícias de Rabastan, já tinha dois meses que não sabia sobre a minha psicobruxa e fazia um mês que não sabia onde estava a minha alma, o que sobrou dela ou como era ela.

A guerra estava caminhando devagar e Tom tomou o meu lugar de líder, já que não estou com cabeça para raciocinar ou de conversar com eles. Eu sorria, conversava e ria, mas todos podiam perceber que meus pensamentos não estavam ali com eles.

_ Então foi aqui que você se escondeu? - Tom bufou, enquanto subia os degraus para ficar ao meu lado. _ Cachinhos, já faz algumas semanas que todos perceberam que você não está bem e sei que você realmente não está bem.

_ Estou bem. - Digo olhando para o Salgueiro Lutador. _ Ou estou tentando ficar.

Tom se sentou ao meu lado e tombou a minha cabeça no seu ombro, começando a me fazer cafuné.

_ A diretora do orfanato me disse que minha mãe antes de morrer cantou uma música para mim. - Disse baixinho. _ Ela me contou isso quando estava quase a matando. - Ri com aquilo. _ Você finalmente riu, fico feliz que meu jeito psicopata lhe diverte.

_ E qual era a música? - Pergunto fechando os olhos para sentir o vento gelado bater em minha face.

_ Sabia que fiz aula de canto quando era criança?

_ Isso deve ter mais de cinquenta anos. - Digo risonha. _ Você deve estar desafinado agora.

_ Minha namorada zombando de mim? Como pode isso? - Levanto a minha cabeça do seu ombro e o olhei assustada. _ O que foi? Falei algo de errado?

_ Você disse namorada?

_ Sim. - Disse confuso. _ Por quê?

_ Nada. - Sorrio de lado, estava depois de meses feliz, por Merlim, estava namorando o Lorde das Trevas. _ Você ainda não cantou a música. - Digo desfazendo o sorriso.

_ Eu acredito ser possível
Fazer o tempo andar pra trás
O amor é a resposta
Nessa vida tão fugaz
Guardo as cores dos momentos
Para que nunca tenham fim
O amor sempre estará
Dentro de mim.

_ Uau. - Bato palmas para ele. _ Você não está desafinado e a música é linda.

_ Obrigado. - Beijou meus lábios. _ Já arrumou as suas coisas? - Concordo com a cabeça e o beijo.

Ele morde meu lábio inferior, me fazendo abrir a boca e sua língua entrou na minha cavidade, se entrelaçando com a minha língua e aquilo me fez gemer enquanto nos beijávamos.
Ele separou nossos lábios por alguns segundos e aquilo me fez choramingar por mais.

A Segunda Chance ~Tom Riddle~Onde histórias criam vida. Descubra agora