Capítulo sessenta e um

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20 de agosto de 1996:

O vento forte e frio fazia as janelas se mexerem, e se prestasse atenção, você poderia escutar o vento entrando na casa.

Mas estava bem quentinha de baixo das cobertas e meu bebê acariciava meu rosto, enquanto abraçava sua cobra de pelúcia.

_ Mamã? - Chamou-me e abri meus olhos. _ Quero ver papa, to com saudades.

_ Ele está trabalhando. - Não tinha a mínima ideia se o Lorde estava trabalhando ou não, só não queria deixar meu bebê vê-lo, ainda tinha ciúmes. _ Perguntarei o vovô se ele está ocupado. - A carinha de choro se foi e uma carinha sorridente se fez presente no seu rostinho.

_ Mamã é a melhor. - Levantou-se e um vento frio entrou nas cobertas e aquilo me fez tremer. _ Te amo, mamã. - Beijou meu rosto e subiu em cima de mim, me abraçando.

_ Também amo você, seu sapequinha. - O abracei, o vendo sorrir de orelha a orelha.

Sentei-me na cama, o segurando com cuidado para não cair no chão e o deixo em cima da cama, me movendo para beirada da cama para pegar as cartelas de remédios que estavam na mesa de cabeceira.

_ Mamã? - O olhei. _ Mamã tá doente ainda? Mamã não vai melhorar? - O peguei no colo e o coloquei sentado nas minhas pernas.

_ Não estou doente de saúde, meu amor, é uma doença que só ataca a nossa alma e tem alguns que podem sarar, igual quando você rala o joelho e tem outros que é um machucado muito grande. - Beijei sua testa.

_ Igual os machucados da tia? - Nalize quando treinava comigo, vinha com cortes horríveis na barriga, tronco e costas.

_ Sim. - Sorri, o colocando no chão.

Ele estava vestindo o seu pijama dado pelo Lorde, que era verde e prata e tinha na camisa e na barra do short um "S" de Slytherin.

Desde que o Lorde conheceu meu passarinho, ele começou a vir mais vezes aqui, para dar presentes ou para pegá-lo para passear em algum lugar.

E comecei a sentir mais ciúmes.

Conversei com a psicóloga e ela apenas riu, dizendo que era normal ter esse tipo de reação e que meu garoto não estava cansado do meu amor materno, mas ele queria diversão e um pouco de amor paterno, e o "pai" poderia dar esse tipo de amor.

E depois disso, deixei meu menino passar mais tempo com o Lorde e comecei a gostar do Lorde, não de uma forma romântica e sim, como amigo.

Ele não era mau, mas também não era bom...

O odiava por ter conseguido ganhar meu passarinho em questão de minutos, mas também gostava de como ele fazia meu bebê rir e como me respeitava, diferente de certos homens que tive o desprazer em conhecer.

E tinha Rabastan, ele era um homem maravilhoso e as conversas com ele eram sempre animadas. Ele era um bom amigo, não era todos os dias, ou semanas que o via, mas quando a gente se via, era sempre uma conversa que continha risadas.

Parei de pensar nessas coisas e tomo meus remédios.

Levantei-me, pegando as toalhas em cima da cadeira e chamo Phoenix para que viesse para o banheiro.

_ Tô aqui. - Caminhou com suas perninhas gordinhas, nem parecia que faria três anos. _ Mamã vai tomar banho comigo?

_ Por quê? Não posso? - Deixei as toalhas no balcão. _ Temos que economizar água para que ela não acabe.

_ Pode. - Retirou a blusa do seu pijama e a colocou no cesto. _ Mamã vai brincar comigo e com o senhor pato? - Seus olhinhos brilhavam de entusiasmo.

_ Sim, brincarei com vocês. - Vou até a banheira e abro a torneira, não demorou muito para a água quente sair.

A Segunda Chance ~Tom Riddle~Onde histórias criam vida. Descubra agora