Capítulo dezenove

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30 de setembro de 1991:

Tudo estava quieto, não tinha mais sussurros de medo ou gritos de dor, apenas o silêncio e até mesmo as ondas quebrando na parede da prisão não se escutava mais. Aquele lugar perdeu a cor, o sentimento, os prisioneiros e os Dementadores.

Um homem com roupas chamativas andava por ali, vendo se tinha algum estrago para informar ao ministro, mas não tinha nada, tudo estava normal, normal até de mais. O homem alisou sua barba branca e parou numa cela que ele não vinha visitar há bastante tempo, talvez seja pela sua consciência pesada por abandonar aquele homem inocente, nunca saberemos realmente o porquê.

_ Por que você não foi com eles? - Perguntou Dumbledore que olhava para cela.

Sirius levantou seu olhar e viu o homem que um dia foi sua salvação, que um dia ele confiou, mas agora ele via apenas um homem velho e manipulador. Talvez o lado das trevas não seja tão escuro como ele pensava, e o lado da luz não seja tão brilhante como todos pensam.

_ Ainda penso no meu afilhado, quero sair sem ser caçado. - Respondeu sorrindo. _ Já faz quanto tempo? Cinco anos?

_ De quê? - Perguntou confuso.

_ Que você me disse que iria me libertar, que me disse que iria me dar uma chance para que eu provasse ser inocente. Quantos anos faz agora?

_ 10 anos. - Respondeu por fim, ele suspirou e começou a falar: _ Eu tentei abrir um inquérito, mas... - Foi interrompido.

_ Acha que sou idiota? - Gritou se levantando e indo até a grade de sua cela. _ Sei que você não quer que eu saia daqui, você quer que meu afilhado seja benevolente a você. - Riu como louco. _ Quando eu sair daqui, vou te matar, seu velho decrépito.

_ Você já está ficando louco, farei de tudo para cuidar de Harry. - Falou andando para saída.

_ Eu não deixarei você fazer meu afilhado submisso a você! - Gritou entre os dentes. _ Acha que também não sei que foi você quem matou a Destiny? - Gritou saboreando a reação de Dumbledore. _ Dolohov vai lhe matar e vou ajudar.

_ Palavras vazias para um homem atrás das grades. - Falou saindo.

Sirius olhou para o céu que estava um pouco mais claro do que antigamente e suspirou, ele tinha que sair de Azkaban e encontrar seu afilhado, até mesmo rever seu amigo de longa data e contar toda a verdade. Ele ficou dividido entre fugir ou ficar ali naquela cela, ele queria ter sua liberdade, mas, ao mesmo tempo, ele queria fugir daquele lugar e cuidar de seu afilhado.
Sentou-se novamente no chão de sua cela e ficou contando quantas pedras tinha.

Mas sua atenção foi tirada da parede de pedra e colocada na cobra que estava rastejando até a entrada de sua cela, ele já tinha visto aquela cobra milhares de vezes.

_ O que faz aqui? - Perguntou como se ela fosse responder.

A cobra olhou para ele e começou a se transformar em algo, melhor dizendo, em alguém.
A cobra se transformou em uma linda mulher com olhos puxados e negros, cabelos negros e ondulados que estavam em um coque bagunçado, a pele era pálida, mas não de uma forma doentia. Seus lábios tinha um batom da cor de seus olhos e seu vestido verde acentuava cada curva da mulher.

_ Animaga?

_ Não, eu tinha uma maldição de sangue, mas meu mestre tirou essa maldição há muito tempo e venho aqui para lhe fazer uma proposta. - Proferiu destrancando a cela de Sirius com a chave que estava em sua mão e retirando todos os feitiços que ali tinham. _ Meu mestre me pediu para lhe perguntar se você quer sair de Azkaban?

O homem olhou para ela e respirou fundo, levantou-se e saiu de sua cela. Olhou novamente para o céu e para as outras celas que agora estavam vazias. Ele iria sair dali após anos, ele iria reencontrar o seu filhote, iria reencontrar seu amigo de longa data. Ele não se importava mais se ele estava saindo de Azkaban com a ajuda daquele homem, ele parou de se importar com muitas coisas ao longo dos anos.

A Segunda Chance ~Tom Riddle~Onde histórias criam vida. Descubra agora