Capítulo 2

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Enzo Kobayashi

Essa rotina de trabalho está me matando. Antes eu trabalhava so meio período, por causa do Colégio. Terminei no final do ano, aí agora trabalho o dia inteiro, é até bom que o salário aumentou, mas é muito cansativo.

Trabalho em uma empresa de transportes com um primo. E me ajuda bastante, por causa que o aluguel daqui de casa é bem alto, e só o salário de doméstica da minha mãe não é suficiente.

Chego em casa depois de um longo dia de trabalho, e encontro minha mãe na cozinha fazendo o jantar.

— Bença, mãe — dou um beijo em sua testa.


— Deus te abençoe, meu filho. Tudo bem?


— Sim, só um pouco cansado.


— Logo logo você acostuma— ela sorri — Filho, você tem visita.

Visita? Quem será? Ahhh... Não pode ser.

— Não é quem eu estou pensando, né?


— Bom, eu acho que sim — ela entorta a boca — E antes de você ir lá, eu quero te dizer que não quero saber dessa menina vir aqui, ouviu? Não quero! A propósito, ela está no seu quarto.

No meu quarto? Puta que pariu.

Eu respiro umas quinhentas vezes antes de abrir a porta do meu quarto. E quando abro, encontro uma coisa pequena e loira deitada na minha cama. Porra... Eu não quero ter uma recaída, ainda mais com minha mãe em casa.


E quando escuta a porta sendo aberta, ela rapidamente levanta da cama e vem em minha direção.

— Enzo, meu amor! — envolve seus braços em meu pescoço e me da um selinho, no qual eu não retribuo.


— O que você quer, Lara? — pergunto e me afasto.


— Poxa, eu venho te visitar, cheio de saudade, e é assim que você me trata? — reclama e faz aquele costumeiro biquinho, que eu adovarava dar um beijo assim que ele se formava.


— É assim, sim. E se é tudo, já pode ir embora.— faço um gesto em direção à porta.


— Moreno, não fala assim vai. Eu pensei muito e, eu sei que errei, vim me des...


— Não. Me. Chama. De. Moreno. — digo entre os dentes e pausadamente já perdendo a paciência.


— Tudo bem - ela bufa - Sei que está cansado do trabalho e, quando estiver de cabeça fria, me procura, ok? Eu quero conversar — diz e sai.

Coitada se pensa que eu vou atrás. Já corri muito atrás dela, mas cansei. Felizmente.

Depois desse incidente chamado "Lara",  eu jantei na Santa paz com mamãe, que estava feliz por eu ter mandado a "loira sem sal" - como ela mesmo fala- embora.

A semana correu tudo normal, na mesma rotina. E na quinta-feira, fui para um bar que tem perto de casa com os caras. Eu não conhecia muito bem eles, na verdade, o único que eu conhecia é o meu primo, Wesley.
 Na mensagem, ele disse que quem iria era o Cassin, Beto e Leandro.

O Beto eu conhecia de algumas vezes que o Wesley veio aqui em casa com ele. Mas os outros, só de ouvir meu primo falar.

Enfim, foi bem legal, os caras são fodas. Só o tal de Leandro que ficou com cara de bosta o tempo inteiro, cara estranho.

A sexta  chegou com toda força, e de manhã antes de ir para o trabalho, como sempre, eu fui para a academia. Duas horas depois volto para casa, tomo um banho e me arrumo para o trabalho, alguns minutos depois Wesley chega e seguimos para o trabalho.

No sábado, como sempre faço, fui para a praia correr, de manhã bem cedinho.

E a noite, o Beto me convidou para ir numa festa na casa dele. Me arrumei e logo o Wesley chegou.

Estava na cozinha, cortando uns petiscos, quando alguém fala:

— E aí — me viro e vejo uma garota muito linda, branquinha, cabelos negros, olhos grandes e azuis.

— Oi — sorrio, ainda hipnotizado com sua beleza.

— Tem alguma bebida para a gente aí? — pergunta e percebo que está me analisando.


— Acho que tem ali — aponto para uma caixa de isopor.

Nos próximos minutos de conversa descubro que seu nome é Bruna e tem 20 anos.

E é linda, imensamente linda...

Tudo Que Ela QuerOnde histórias criam vida. Descubra agora