Capítulo 4

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Bom dia, menina dos olhos azuis.

Mensagem de manhã? Será se... Não, não é possível. Será se o Enzo pensa que a gente tem algo sério depois de ontem? Até porque o Cassin tinha me avisado que ele é diferente e tal, e eu sei disso, ele é um cara espetacular. Tanto por fora, quanto por dentro, como já percebi nas nossas poucas conversas.

Mas, é só uma mensagem, Bruna. Para de paranoia.

E é justamente por isso, eu tenho horror à caras que ligam no dia seguinte, mandam mensagem... Sou doida, eu sei.

Que mulher, em sã consciência não gostaria de ter um cara como o Enzo correndo atrás?

Enfim, é só uma mensagem, só uma mensagem.

Passei a manhã inteira no dilema se respondia ou não a mensagem de Enzo. Parece idiota, eu sei, mas são as minhas "regras".

Mas o Enzo merecia essa exceção, né? Ou não?

Ok, ele não merece ser ignorado.

Bom dia, menino dos olhos puxados.

Enviei, deixei o celular no quarto e fui para a sala (tentar) terminar um trabalho da faculdade. Mas a cada um minuto eu olhava para a porta do meu quarto.

Não aguentando mais a ansiedade. Quero dizer, a curiosidade, verifiquei meu celular, e adivinhem?

Nenhuma mensagem.

Quem ele pensa que é? Ahh, mas esse menino vai ser ver comigo.

E o domingo se passou assim, eu me roendo de raiva e tentando fazer a porcaria do trabalho, que para mim nunca ficava bom.

Dormi cedo, o que foi um milagre. Acordei no horário e, quando Carol chegou eu já estava pronta.

- O que aconteceu com você? - Carol perguntou enquanto dirigia.

- Como assim? - perguntei confusa.

- Ue, você acorda no horário, eu chego e você já está prontinha, e desde que saímos de sua casa, você não deu um piu.

- Nada a ver. Não aconteceu nada. - digo tentando desconversar.

É óbvio que eu não iria falar que, pela primeira vez (depois do namoro fracassado) eu estava me sentindo insegura em relação à um menino.

- Ok, por hora eu vou deixar para lá. Mas depois da aula você não me escapa.

Acho que pela primeira vez em todo o tempo de faculdade, eu prestei atenção, e até gostei das aulas. Tirei todas as minhas dúvidas em relação ao bendito trabalho que eu nunca dava conta de terminar. É, a manhã foi bastante proveitosa.

No intervalo eu até consegui enrolar a Carol, e não falar sobre o porque eu estava estranha. E quando fui liberada, saí quase correndo, para não ter que enfrenta-la.

- Bruna! - ops, parece que não tive muita sorte na minha fuga.

Me virei e vi uma Carol ofegante correndo em minha direção. Seria cômico se não fosse trágico.

- Eu preciso trabalhar, Carol - falei desanimada.

- Pelos meus cálculos você tem que estar no serviço daqui à duas horas - falou com deboche.

- Carol...

- Nós vamos almoçar, e eu te levo para o trabalho. - só me restava concordar.

Que desculpa eu vou inventar, meu Deus?

- Agora me diga - Carol diz assim que o garçom saiu.

- Carol, não aconteceu nada, cara! Eu fui dormir cedo ontem, e acordei no horário hoje. Simples. Você está fazendo tempestade num copo d'água - digo já perdendo a paciência.

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