Tudo Que Ela Quer

Prólogo

Tem malandragem de sobra e liberdade pra conquistar...

— Cara, você é podre, na boa.

— Qualé Cassin, me deixa em paz —digo desdenhosa.

— O cara tá rastejando nos teus pés, e você nem aí.

— O moleque é mó engomadinho. Tu sabe que eu não curto.

— Mas ele é...

— Cassin! — o interrompo — Eu não quero, falou? Me esquece.

O cara de quem Cassin, meu melhor amigo, tanto fala é o Lucas. Um playbinha da faculdade. Eu não curto, de jeito nenhum, esses filhinhos de papai. Não dá. Só de olhar para eles sinto náuseas.

— Vai rolar frevinho lá no Beto hoje, fechou? — Cassin diz.

— Fechou.

Estou terminando de me arrumar quando meu celular toca. Olho e vejo o nome de Carol e uma foto nossa fazendo careta estampada no visor.

— Fala — atendo e coloco no Viva-Voz

— Tá pronta?

— Só falta a make.

— Ok. Estou chegando aí.

Carol é uma das poucas amizades femininas que eu tenho. O que mais me encanta é o seu jeito simples, admiro muito isso nas pessoas. Por isso e várias outras qualidades dela que, não tive  esforço nenhum para me identificar e construir uma grande amizade.

Chegamos na festa e não tinha quase ninguém, só os chegados mesmo. Cumprimentei quem eu conhecia e fui atrás de bebida.

Cheguei na cozinha , e havia um garoto lá. Ele estava de costas, mas parecia ser bonito.

— E aí — digo e ele me olha.

— Oi — ele sorri. Que sorriso lindo!

— Tem alguma bebida para a gente aí?

— Acho que tem ali — diz e aponta para uma caixa de isopor que estava ao lado da geladeira.

Abro a caixa e pego uma lata de cerveja, ofereço para ele, que nega.

— Não bebe?

— Nem sempre.

— Tá certo — concordo e pego um petisco que estava em cima da mesa.

— Qual seu nome?

— Bruna. E o seu?

— Enzo.

— Bonito o nome — sorrio e ele me acompanha.

[...]

— Quem é aquele ali? — digo e aponto para Enzo. É óbvio que sei quem ele é, mas só quero confirmar.

— É o Koba. Não é pro teu bico — Cassin diz divertido.

— Iiiih, porque?

— O cara é para casar.

— Ele é gato — digo olhando para Enzo, que estava um pouco distante de mim.

— Mas não é pro teu bico, Bruna — Cassin repete sério.

— Hahaha, até parece. Você sabe que, quando quero eu corro atrás.

— Tá avisada. Depois o cara apaixona aí, e vai ser mais um no teu pé.

— É só mais um. Não faz diferença. — dou de ombros.

Eu o quero. E vou conseguir. Nem que seja apenas uma noite