Escolhe a dedo as companhias, maldosa, lua no dia...
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— Ahh, Bruna, que coração? Se você tivesse coração, já teria me perdoado! — diz aumentando o tom de voz.
— Você abaixa o tom! — falo mais alto ainda — Agora você da uma de vítima, né? Toma vergonha na cara, e saia daqui!
— Eu não vou sair até conversar com você!
— Cara, a gente não tem nada para conversar! Por favor, saia — abro a porta e faço um aceno para ele sair.
— Eu vou. Mas volto — finalmente ele vai embora.
— Espero que não — sussurro e me encosto na porta.
Todas as lágrimas que guardei durantes anos, vieram à tona, agora. Parece que pessoas tiraram o dia para mexer nas minhas feridas. E porra, está doendo tanto, mas tanto.
Quando é que eu vou superar isso, meu Deus? Quando é que eu vou superar, e poder ser feliz outra vez?
Vou para o quarto e ali eu me acabo de vez, de tanto chorar.
Sinto alguém me cutucar, abro os olhos, e vejo Carol. Porra, a faculdade! Perdi o horário outra vez.
— Amiga! Atrasada outra vez? Eu não te aguento — diz nervosa.
Fico calada. Eu já não funciono direito quando estou normal, imagina quando acabo de acordar.
— Anda, Bruna. Levante essa bunda, e vá tomar um banho que você está horrível — ela faz uma pausa — Pera aí, você estava chorando? Meu Deus, Bruna! Você passou a noite inteira chorando — afirma sem nem me dar o direito de falar.
Eu sorrio amarelo e levanto indo para o banheiro. Fecho a porta e tiro a roupa (que ainda é a que usei ontem para trabalhar) a fim de tomar um banho.
— Amiga — Carol bate na porta — Me diz o que aconteceu?
Visto minha toalha, e abro a porta.
— Só vou tomar um banho e te conto tudo.
— Ok. Vou te esperar na sala — assinto e fecho a porta.
Tomo um banho rápido, já que estou completamente atrasada. Visto uma calça jeans, e o uniforme do curso de Design, calço um tênis, e faço uma maquiagem rápida, só para disfarçar minha cara inchada de tanto chorar.
Vou para a sala e não encontro Carol. Mas quando chego na cozinha, encontro uma mesa de café prontinha, fazendo minha boca encher d'água.
— Nossa, eu demorei tanto para dar tempo de você fazer isso tudo? — aponto para a mesa.
— Um pouco — ri — Bom, já que estamos completamente atrasadas, vamos comer — caímos na gargalhada.
Uma das poucas coisas que eu e Carol temos em comum , é o fato estarmos sempre famintas. Não importa a hora, lugar. É como se fôssemos um saco furado.
Na mesa de café-da-manhã tinha omeletes, café, frutas (que eu nem sabia que tinha). Enfim, eu me esbaldei.
— Agora que já tiramos a barriga da miséria, como você mesmo diz, a senhorita pode me explicar o que aconteceu?
Conto para ela do almoço com Enzo, do término, e da maneira que ele me insultou. Na verdade, ele não me insultou, apenas disse a verdade. E da visita desagradável do Leandro, e da nossa discussão.
— O que será que ele queria com você? — pergunta.
— E eu que vou saber? Aquele cara é louco! Completamente louco. E eu já avisei para ele ficar longe de mim. Fingir que não existo — digo nervosa só de lembrar daquele indivíduo.
— Credo — faz careta e suspira — Mas e o Enzo?
— Ficou arrasado... Me doeu ver ele daquele jeito, mas... Você me entende, né? — ela assente — Pois é, mas vida que segue, amiga. Eu sou Bruna Lopes Paiva, e você nunca mais vai ver nenhuma lágrima sequer saindo desses lindos olhinhos azuis — rimos juntas.
— Já que matamos aula mesmo, vamos fazer uma manhã das meninas? Como direito a muito brigadeiro, sorvete e filmes?
Fomos no mercado rapidinho, para comprar sorvete, e os ingredientes para fazer o brigadeiro. Na volta, passamos numa locadora, e alugamos três filmes. E claro, aproveitamos para colocar o papo em dia. Contei como tinha sido a visita à meus pais, também falei da ida ontem no banco com pai, para ver o negócio do carro.
— Quer dizer que você está dispensando minhas caronas, assim, na cara dura? — brincou.
— Claro que não. Eu adoro o cheirinho de morango que seu carro tem — falei irônica. Odeio morangos — Vou até comprar um, para pôr no meu carro.
— Hahaha, engraçadinha. Mas, enfim, vou sentir falta de te acordar aos berros — rimos.
[...]
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Tudo Que Ela Quer
Подростковая литератураEla é mulher com marra de menina. Joga o jogo, leva o jeito e quer sair por cima. E mandou me dizer, pelo brilho do olhar que, a vida que ela leva não vou decifrar tão cedo. Escolhe a dedo as companhias, maldosa, lua no dia, charmosa, corpo perfeito...