Já era o quinto da noite. O quinto que eu dispensava. E eu estava quase colocando uma placa no pescoço escrito: Nem pensem. Eu não quero ninguém.
E tudo culpa de quem? Sim, daquele japa cretino. Tá, a culpa não é totalmente dele, a culpa é minha por ficar pensando nele.
A noite se passou agradável, ri bastante. E era sempre assim quando saía com Carol.
Não exageramos na bebida já que hoje ainda era segunda-feira, e na manhã seguinte teria aula.
Cheguei em casa, e tomei um banho rápido só para tirar aquela inhaca de cigarro, que eu não suporto.
Acordei no outro dia atrasada, só para variar. E me surpreendi por não escutar nenhum grito de Carol.
Ela também deve ter se atrasado.
Ri com o pensamento.
Estava tomando um café, quando a campanhia toca. Deixo a xícara na pia, pego minhas coisas. Abro a porta e encontro uma Carol que estava quase dormindo em pé.
— Você vai dirigir hoje. Nem sei como cheguei aqui. —ela diz
— A gente compra café no caminho — digo rindo e ela apenas concorda.
No intervalo me encontro com Carol, e ela estava com a aparência bem melhor.
Lanchamos em silêncio, que é quebrado pelo "pi" do meu celular. Olho e é uma nova mensagem.
Nosso almoço está de pé?
Sorrio ao ler, e respondo imediatamente.
Claro. Você vem me buscar?
— Que sorrisinho é esse? — Carol me olha desconfiada.
— Nada — digo e dou um gole em meu suco.
— Sei... Me conta logo.
— Enzo — digo com desinteresse. Mas na verdade estava empolgada com o almoço.
— Hummm. Aconteceu algo? — eu concordo e conto para ela o que havia acontecido ontem, antes de nossa saída.
— Meu Deus! Será quem é essa periguetizinha?
— Provavelmente namorada dele. Mas como eu sou uma pessoa de bom coração, vou dar uma chance para ele se explicar.
A manhã passou voando. E logo, lá estava eu, na porta da faculdade, procurando pelo Enzo.
Meu celular vibra, é ele me ligando.
—Onde você está?— atendo super educada. Fazer o que, eu sou assim.
— Olha para frente — eu olho e vejo ele, em cima da moto, sorrindo, todo lindo.
Eu desligo e atravesso a rua, indo à seu encontro.
— Oi — digo sorrindo.
— Oi — me da um beijo no rosto — Sobe aí — diz e me entrega um capacete.
Pego colocando-o, subo na moto e agarro sua cintura.
— Olha, o restaurante não é lá essas coisas, viu. Mas a comida eu garanto que é boa — ele diz enquanto desce da moto.
— Iiih, japa, tu não me conhece mesmo, hein. Eu não ligo para essas coisas, quanto mais simples para mim, melhor.
Ele ri e entrelaça nossas mãos, e com esse simples contato, arrepios correm meu corpo todo. O que está acontecendo comigo? Sinceramente, não sei. Não faço ideia.
Fizemos nossos pedidos, e assim que o garçom se retirou, eu soltei a bomba:
— Bom, acho que você me deve explicações...
— Sim. Primeiramente, quero que me desculpe por ontem. A Lara é uma louca descontrolada — ahh, então esse é o nome da periguetizinha, bom saber — E segundo, não tenho nada com ela, como você deve estar pensando.
- Eu não estou pensando nada, Enzo — respiro fundo — Mas já teve?
Aí você se pergunta o porque desse interrogatório todo, já que eu e ele não temos nada. E eu, sinceramente, não sei responder.
Mas, como disse anteriormente, sou movida pelo impulso. Eu nem penso, falo logo.
— Sim — ele suspira pesadamente — Namoramos por um tempo, mas ela me traiu com um cara que, dizia odia-lo.
Porra, e não é que a menina é uma vadiazinha mesmo. Meu faro não falha nunca.
— É... Eu nem sei o que dizer - sorri sem graça - Por mais que eu já tenha passado por essa experiência, não sei o que te dizer...
— Pera aí. Você já passou por essa experiência? Como assim? Você ja foi traída? — ele me olha com o cenho franzido. E sem dizer nada, eu apenas concordo com a cabeça.
Longos segundos depois, eu começo:
— Com quinze anos, meu primeiro e único namorado, me traiu com a menina mais vadia do Colégio — e outro sorriso sem graça se forma em meu rosto — Mas enfim, azar o dele, né? Olha o que perdeu.
Ele gargalha gostosamente e sou obrigada acompanha-lo.
[...]
VOCÊ ESTÁ LENDO
Tudo Que Ela Quer
Teen FictionEla é mulher com marra de menina. Joga o jogo, leva o jeito e quer sair por cima. E mandou me dizer, pelo brilho do olhar que, a vida que ela leva não vou decifrar tão cedo. Escolhe a dedo as companhias, maldosa, lua no dia, charmosa, corpo perfeito...