Capítulo 5 (Parte 1)

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Já era o quinto da noite. O quinto que eu dispensava. E eu estava quase colocando uma placa no pescoço escrito: Nem pensem. Eu não quero ninguém.

E tudo culpa de quem? Sim, daquele japa cretino. Tá, a culpa não é totalmente dele, a culpa é minha por ficar pensando nele.

A noite se passou agradável, ri bastante. E era sempre assim quando saía com Carol. 

Não exageramos na bebida já que hoje ainda era segunda-feira, e na manhã seguinte teria aula.

Cheguei em casa, e tomei um banho rápido só para tirar aquela inhaca de cigarro, que eu não suporto.

Acordei no outro dia atrasada, só para variar. E me surpreendi por não escutar nenhum grito de Carol.

Ela também deve ter se atrasado.

Ri com o pensamento.

Estava tomando um café, quando a campanhia toca. Deixo a xícara na pia, pego minhas coisas. Abro a porta e encontro uma Carol que estava quase dormindo em pé.

 — Você vai dirigir hoje. Nem sei como cheguei aqui. —ela diz

— A gente compra café no caminho — digo rindo e ela apenas concorda.

No intervalo me encontro com Carol, e ela estava com a aparência bem melhor.

Lanchamos em silêncio, que é quebrado pelo "pi" do meu celular. Olho e é uma nova mensagem.

Nosso almoço está de pé?

Sorrio ao ler, e respondo imediatamente.

Claro. Você vem me buscar?

— Que sorrisinho é esse? — Carol me olha desconfiada.

— Nada — digo e dou um gole em meu suco.

— Sei... Me conta logo.

— Enzo — digo com desinteresse. Mas na verdade estava empolgada com o almoço.

— Hummm. Aconteceu algo? — eu concordo e conto para ela o que havia acontecido ontem, antes de nossa saída.

— Meu Deus!  Será quem é essa periguetizinha?

— Provavelmente namorada dele. Mas como eu sou uma pessoa de bom coração, vou dar uma chance para ele se explicar.

A manhã passou voando. E logo, lá estava eu, na porta da faculdade, procurando pelo Enzo.

Meu celular vibra, é ele me ligando.

—Onde você está?— atendo super educada. Fazer o que, eu sou assim.

— Olha para frente — eu olho e vejo ele, em cima da moto, sorrindo,  todo lindo.

Eu desligo e atravesso a rua, indo à  seu encontro.

— Oi — digo sorrindo.

— Oi — me da um beijo no rosto — Sobe aí — diz e me entrega um capacete.

Pego colocando-o, subo na moto e agarro sua cintura.

— Olha, o restaurante não é lá essas coisas, viu. Mas a comida eu garanto que é boa — ele diz enquanto desce da moto.

— Iiih, japa,  tu não me conhece mesmo, hein. Eu não ligo para essas coisas, quanto mais simples para mim, melhor.

Ele ri e entrelaça nossas mãos, e com esse simples contato, arrepios correm meu corpo todo. O que está acontecendo comigo? Sinceramente, não sei. Não faço ideia.

Fizemos nossos pedidos, e assim que o garçom se retirou, eu soltei a bomba:

— Bom, acho que você me deve explicações...

— Sim. Primeiramente,  quero que me desculpe por ontem. A Lara é uma louca descontrolada — ahh, então esse é o nome da periguetizinha, bom saber — E segundo, não tenho nada com ela, como você deve estar pensando.

- Eu não estou pensando nada, Enzo — respiro fundo — Mas já teve?

Aí você se pergunta o porque desse interrogatório todo, já que eu e ele não temos nada. E eu, sinceramente, não sei responder.

Mas, como disse anteriormente, sou movida pelo impulso. Eu nem penso, falo logo.

— Sim — ele suspira pesadamente — Namoramos por um tempo, mas ela me traiu com um cara que, dizia odia-lo.

Porra, e não é que a menina é uma vadiazinha mesmo. Meu faro não falha nunca.

— É... Eu nem sei o que dizer - sorri sem graça - Por mais que eu já tenha passado por essa experiência, não sei o que te dizer...

Pera aí. Você já passou por essa experiência? Como assim?  Você ja foi traída? — ele me olha com o cenho franzido. E sem dizer nada, eu apenas concordo com a cabeça.

Longos segundos depois, eu começo:

— Com quinze anos, meu primeiro e único namorado, me traiu com a menina mais vadia do Colégio — e outro sorriso sem graça se forma em meu rosto — Mas enfim, azar o dele, né? Olha o que perdeu.

Ele gargalha gostosamente e sou obrigada acompanha-lo.

[...]

Tudo Que Ela QuerOnde histórias criam vida. Descubra agora