Capítulo 11 (Parte 1)

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As vezes a gente vai-se fechando dentro da própria cabeça, e tudo começa a parecer muito mais difícil do que realmente é. Eu acho que a gente não deve perder a curiosidade pelas coisas: há muitos lugares para serem vistos, e muitas pessoas para serem conhecidas.

     — Caio Fernando Abreu.

***

— Bruna, pelo amor de Deus, abre a porta! — Carol bate na porta.

— Você tem certeza que quer ver essa cena? — falo irônica e me abaixo para colocar mais para fora.

— Tá. Estou te esperando aqui fora.

Depois de alguns minutos eu finalmente saio da cabine e encontro Carol encostada perto. Olho-a rapidamente e vou em direção aos lavatórios. Jogo uma água no meu rosto para tirar o suor e enxaguo a boca para tirar aquele gosto horrível.

— Amiga, o que você tem? — pergunta preocupada.

— Não sei... Um enjoo. Talvez seja aquela salada de frutas que comi na faculdade. Tinha laranja. Você sabe que, é comer algo ácido eu passo mal.

— É verdade. A gente sempre pergunta... Esquecemos. Quer seu remédio?

— Lá em casa eu tomo, vamos, já estou melhor.

Mentira, eu não estava nada bem. O enjoo não havia passado e eu segurava para não chamar o Juca de novo. Mas assim que chegamos em casa, tomei o remédio, e aliviou um pouco. Ainda bem. É horrível passar mal, e eu ando muito descuidada com a minha alimentação. Já que estou passando mal frequentemente.

Aquela noite eu não dormi bem, sempre tendo pesadelos, toda hora acordava. Logo o dia amanheceu, e parecia que eu nem tinha dormido. Af, mais um dia difícil. Tomei um banho um banho da cabeça aos pés. E quando Carol entrou no meu quarto, provavelmente para me acordar, eu já estava com o cabelo escovado, maquiagem feita, vestindo roupa. Ela, surpresa, me olhou sem entender.

— O que aconteceu? — é óbvio que ela sabe que aconteceu algo para eu ter acordado antes dela.

— Perdi o sono — disse, apenas.

— Bru, você está bem? Passou mal de novo?

— Não, Cá. Estou bem. Pode ir se arrumar.

Ela concordou e saiu. Terminei de me vestir e fui fazer o café. Fiz café para a Carol, um suco para mim, e sanduíches naturais. Eu queria mesmo é comer um pão bem recheado com Nutella. Mas não estava afim de passar mal novamente, então me contive. A sexta passou-se normal, e graças à Deus, sem nenhum enjoo, já que Carol acompanhou de  perto minha alimentação. Parecendo minha mãe, ou melhor uma irmã mais velha, só que da mesma idade, entende? Nem eu. Sou doida mesmo. À noite nós fomos à uma festinha de um pessoal da faculdade, e a Carol não deixou eu beber nem uma gota de álcool, só obedeci por saber que meu estômago estava frágil e se eu passasse mal outra vez, iria parar no hospital, então me conformei em beber aqueles drinks coloridos divos sem álcool.

No sábado de manhã, Wesley chegou lá em casa logo cedo, quase de madrugada, mas como agora eu tenho, definitivamente, o despertador Carol, não me  atraso para nenhum compromisso. E quando meu amigo chegou, eu já estava prontinha, só faltava tomar o café da manhã. Outra coisa que é proibido deixar de fazer, são as refeições, Carol praticamente me obriga a comer, com a justificativa de que a primeira refeição é a mais importante, a qual eu não tenho nem um pingo de vontade de fazer, por causa do meu maldito refluxo matinal. Eu sou toda bugada mesmo.

Tomamos café eu, Carol e Wesley num clima ótimo, já disse que adoro estar assim com meus amigos? Pois é, eu adoro, depois de meus pais, meu amigos são a coisa mais valiosa que tenho. Despedimos de Carol e fomos comprar o ingresso para o jogo de amanhã. Fomos mais cedo porque seria um clássico, tipo FlaFlu. Chegamos lá e a fila estava enorme, agradeci mentalmente por Carol ter me acordado mais cedo. Depois de quase uma hora na maldita fila, finalmente conseguimos comprar os ingressos. Wesley me deixou em casa, com a promessa de que nos veríamos mais tarde, já que acontecerá uma pequena resenha, para oficializar a mudança de Carol.

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