Capítulo 20 (Parte 3)

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"Se não fossem as minhas malas cheias de memórias. Ou aquela história que faz mais de um ano. Se não fossem os danos, não seria eu. "

       — Clarice Falcão.

***

Bruna Lopes

Eu me emocionei várias vezes durante o casamento. E até me imaginei casando com Enzo. Mas, logo tirei esse pensamento absurdo da cabeça. Até um tempo atrás, eu sequer pensava  em namorar, imagina, agora casar.

Ainda não caiu a ficha de que meus melhores amigos estão juntos, ou melhor, casados! Porque não pensei nisso antes? Como sou sonsa!

Saímos da igreja e partimos para a festa. A Carol ainda não sabia, ia ficar sabendo apenas quando chegasse lá.

Quando chegamos, fui direto até a mesa de frios. Estava faminta.

— Tem quantos dias que não come? — Enzo pergunta.

— Algumas horas, apenas — respondo de boca cheia.

Fomos para a nossa mesa e ficamos conversando com o pessoal, até Carol e Cassin chegarem.

Teve a famosa valsa dos noivos. E olhando para eles, vendo o brilho em seus olhares, percebi que a ideia dos meus pais de fazer a festa foi ótima.

Depois disso, a pista de dança foi liberada, eu não perdi tempo e puxei Enzo para dançar.

Estávamos dançando uma música sertaneja, que o Enzo disse se chamar arrocha, quando Carol parou ao nosso lado.

— Sua maluca! Porque não me falou da festa? — fala alto por causa da música e me abraça.

— A ideia foi toda dos meus velhos — ri — Agradeça à eles! Mas, eu ajudei em algumas coisas.

— Obrigada por tudo! E, pode deixar que eu vou lá agradecer à eles — ela sorri.

— Mas, antes, ache seu marido, e nos encontre lá fora, eu e o Enzo queremos falar algo à vocês.

Ela concordou e saiu. Fui com Enzo para a parte externa do salão de festa, e ficamos esperando nossos amigos.

— Eles estão muito felizes — Enzo comenta.

— Sim, vão ficar ainda mais depois do nosso presente, tenho certeza — sorrio — E isso me deixa muito feliz, também.

— À mim, também — o Japa diz — O Wesley ficaria muito feliz em nos ver assim...

— Sim — sinto um aperto em meu coração, e bate uma tristeza enorme — Na última conversa que tivemos, ele disse que nos queria juntos, que isso o faria muito bem...

— Ele era um cara incrível. — meu Japa diz pensativo.

— Sem dúvida alguma — beijo a lateral de seu rosto — Mas, o que conforta meu coração é  que, onde quer que ele esteja, ele está feliz por nós.

O Enzo concorda com a cabeça. E nossos amigos se aproximam.

— E então? — o Cassin pergunta.

— Bom, eu e Enzo, os padrinhos mais lindos e gostosos do mundo — todos riem — Não damos o nosso presente ainda.

— É mesmo! Cadê nosso presente? — Carol brinca.

— Então, nós pensamos muito, e decidimos dar a viagem de lua de mel — o Enzo revela.

— Sério isso? — Cássio pergunta animado.

— Sim. Tem alguns dias antes das aulas voltarem, então dá para vocês aproveitarem — sorrio.

— Meu Deus, vocês são ótimos! — Carol comemora.

— E como eu sei que, você sonha em conhecer Fernando de Noranha...

— Não me diga que... — Carol me interrompe.

— Sim! Vocês vão para Noronha, e o vôo está marcardo para amanhã, às doze horas.

— Aiiii, amiga! — ela me abraça. Cassin junta-se à nós, e logo depois Enzo.

— Então, depois da festa, vão para o hotel, tranzem muito! E depois direto para o aeroporto.

— Bruna! — Enzo me repreende.

Nós rimos.

Voltamos para a pista, e eu me esbaldei de tanto dançar. Até minha mãe e a tia Dani entraram na dança, descendo até o chão ao som de um Funk, para o desgosto dos maridos.

Depois de algumas latinhas, eu já estava pra lá de bagdá. A vontade de ir ao banheiro veio com tanta força que, só deu tempo de avisar ao Enzo e correr para o banheiro que ficava na parte externa do local.

Suspirei de alívio enquanto fazia minha necessidade. Depois lavei as mãos e dei uma ajeitada na maquiagem. Saí do local com pressa, porque estava um escuridel. E cá entre nós, confesso que, tenho um pouquinho de medo do escuro. Mas, é um um pouquinho, ok?

— Calma, gatinha. Pra quê tanta pressa? — uma voz masculina fala, e sinto puxar meu braço. A princípio não reconheci a voz, mas depois de alguns segundos...

— O que você quer? — pergunto já vendo vermelho. Preciso sair daqui.

— Conversar com você. Estava com saudade. — o monstro tenta se aproximar e eu dou uma passo para trás.

— Está com medo de mim, agora? — ele diz sarcástico.

— Me deixa em paz! — tento ir mas ele puxa o meu braço, novamente.

— Calma! Eu só quero conversar.

— Mas, eu não! — falo alto — O combinado não era esse!

— Foda-se esse combinado! Não aguento mais ficar longe de você!

— Eu vou conversar com o Cassin! Ele vai te matar! — ameaço nervosa e o filho da mãe apenas ri.

— Olha minha cara de medo do Cassin — ele ri ainda mais — Depois que você começou a namorar com aquele japa veado, nunca mais te vi. Vai mesmo largar sua vida por causa daquele cara? Acha mesmo que vale a pena?

— Isso só diz respeito à mim e o Enzo! — grito.

Ele ri.

Filho da puta.

— Ele é otário, mesmo. E você é mais do que ele.

— VAI. SE. FODER! — soletro.

— Você acha mesmo que, com sua fama, ele vai te levar à sério, Bruninha? Sério, esperava mais de você! Não pensei que fosse tão burra.

— Na boa, eu devo ser muito burra mesmo, para ficar aqui, escutando essas baboseiras.

— Bruna! Não vá. Por favor. — ele pede.

E por um momento, eu... Não, Bruna, não!

Não! Não! E não!

— Fale logo!

— Eu com saudade! — ele repete e se aproxima. Eu dou um passo para trás, novamente, mas sinto minhas costas baterem contra uma parede, me impedindo de fugir.

— O que está acontecendo aqui, Bruna?

Essa voz eu reconheceria à quilômetros de distância.

****

Viiish!! E agora? Quem será esse monstro, como a Bru mesmo disse?

Se gostaram, deixem a estrelinha! ☆

Beijossss e até mais. ♡♡♡

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