Capítulo 9 (Parte 1)

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Já foi muito magoada, por isso magoa sem dó...

— Como assim, Bruna? Não estou entendendo.

— Você quer vir morar comigo? A gente divide as despesas...

— Mas o problema é justamente esse! Não tenho dinheiro para nada.

— Eu já pensei em tudo, bobinha. A gerente da loja onde trabalho está precisando de uma assistente, e você é toda organizada, é a pessoa perfeita para o cargo! — digo animada.

— Ahh... Será?

— Claro! Segunda mesmo você vai lá, leva os documentos, tudo direitinho.

Terminamos de nos arrumar super animadas por encontrarmos a solução de pelo menos uma parte do problema, agora é rezar para que ela consiga o emprego. Tomara que dê tudo certo. Combinamos de não contar à ninguém, ainda, sobre a mudança, faríamos assim que estivesse tudo acertado.  Fomos para a boate de táxi, já que estamos a fim de chapar o coco, dançar até não aguentar mais e paquerar, é claro. Quem sabe até sair acompanhadas da boate. Talvez, quem sabe.

Localizamos os meninos sentados em uma mesa conversando animadamente. E vi uma cena que não me agradou muito. Enzo. De. Chamego. Com. Aquele. Projeto. De periguete! Mil vezes Inferno! Para mim, a noite havia acabado ali mesmo. Tudo que eu queria agora era sair daqui correndo, e me confortar na solidão do meu apartamento. Mas não era isso que eu iria fazer. Óbvio que não.

Carol percebendo meu desconforto, acompanhou meu olhar, e franziu o cenho, diante daquela cena ridícula.

— Parece que voltaram.

— É sério isso? — Estou incrédula. Como ele é burro. Merece levar muito chifre mesmo.

— Cassin comentou algo assim...

— Espera aí... O Cassin? Vocês têm se falado? — ela apenas deu de ombros. Aí tem.

Eles nunca foram próximos. Quando conheci Carol, e os apresentei, até pensei que Cassin estava afim, por causa do jeito que a olhava. Mas o mesmo negou, então deixei de lado.

Fomos em direção à mesa. E que comecem os jogos!

Cumprimentei todos, inclusive Enzo e a PP (projeto de periguete). Prezo pela educação que meus pais me deram. Nem me atrevi em sentar e fui em direção ao bar, acompanhada por Carol. Só para esquentar pedimos duas doses de tequila. Bebendo de uma vez. Assim que é bom. Depois pedi uma Heineken e a Carol uma Margarita. Já vi que alguém vai ficar ruim hoje.

Fomos para a pista de dança, e como é de lei, nos acabamos. Dançamos com vários gatinhos, mas não ficamos com nenhum. Eu pelo menos não estava à fim, quero só curtir com meus amigos, e dançar até amanhecer. Depois Beto, Wesley e Cassin se juntaram à nós, e dançamos todos juntos. Até percebi troca de olhares entre Carol e Cassin. Será que está rolando? Vou ter que interroga-lo, já que da senhorita Carol não consegui arrancar nada.

Cansada de dançar, avisei que iria ao bar beber algo e Wesley disse que me acompanhari. Pedimos água e nos sentamos.

— Bru, o que aconteceu entre você e o Enzo? — Wesley me interrogou.

— Jura que não sabe? Ele com certeza te contou.

— Sim, mas quero ouvir sua versão.

— Não tem essa de "versão ". Foi aquilo lá que aconteceu e pronto. E por favor, se puder não tocar nesse assunto, vou ficar muito grata. Quem gosta de passado, é  museu — menti feio. Eu estava louca para falar que, lá no fundinho estava sentindo uma pontinha de arrependimento. Que agora era pra ele estar comigo, dançando comigo, beijando-me, e não com aquela sem sal PP.

Tudo Que Ela QuerOnde histórias criam vida. Descubra agora