Capítulo 16

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Talvez eu não seja adulta suficiente para brincar tão longe do meu pátio, do meu quarto, das minhas bonecas. Onde é que eu estava com a cabeça, Lopes, de acreditar em contos de fadas, Dr achar que a gente manda no que sente e que bastaria apertar o botão e as luzes apagaram e eu retornaria minha vida satisfatória, sem sequelas, sem registro de ocorrência.

         — Martha Medeiros.

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Capítulo 16


Eu ouvi direito? Ele disse que me ama? Sim, ele disse! Não sei explicar o quão estou feliz e nervosa ao mesmo tempo. E meu coração está batendo muito rápido.  E minhas pernas parecendo gelatinas. Meu Deus, eu estou muito nervosa! Ele me ama!

— É... Eu sei, desculpe-me. Eu fui um pouco grossa... — gaguejo.

— Um pouco, minha Olhos Azuis? — sorri e se aproxima. Se me chamou de olhos azuis é porque não está zangado. Ufa!

— Tá bom, fui muito grossa! Me desculpa,  Japa? — enlaço meus braços em seu pescoço.

— Só desculpo com uma condição.

— Qual?

— Se você descer agora, e comer a comida saudável que pedi para a Cibele fazer para você. Aliás, agora não, espere eu tomar banho primeiro, aí  descemos juntos.

— Ok — bufo me dando por vencida — Estou com fome mesmo... — rimos — Pena que eu já tomei banho...

Ele ri e aperta minha cintura — É só tomar outro... Acho que você não está totalmente limpa.

— Ah, não? — entro em sua brincadeira.

— Não. Estou vendo uma sujeirinha aqui — aponta para meu pescoço.

— Então temos que resolver isso!

Depois do nosso banho digamos que... sensual, descemos para a cozinha e jantamos todos juntos.

— Fiquem mais! — minha mãe insistia que meus amigos não fossem embora.

— Não posso, tia... Tenho um trabalho enorme para fazer — Carol se explica.

— E nós vamos pegar uma baladinha — Beto sorri — Aliás, vocês não querem ir? — pergunta à mim e Enzo.

— Oh, não. Obrigado, cara, mas nós vamos ficar por aqui mesmo, não é, amor? — amor? Oh My God!

— Sim. Deixa para a próxima. — respondo sorrindo, um pouco nervosa, pelo modo que ele se referiu à mim.

Terminamos de nos despedir e eles se foram. Meus pais logo subiram com a desculpa de assistir filme. Enzo e eu fizemos o mesmo.

— Eu arrumo a cama e você escolhe o filme, pode ser? — eu disse assim que entramos no quarto.

— Tem certeza? — ele pergunta.

— Porque? — pergunto confusa.

— Sei lá. Mulheres, geralmente, gostam de escolher o filme. — dá de ombros.

— Está me comparando às outras, meu bem? — provoco e cruzo os braços.

— Longe de mim, minha linda. Apenas falei no geral.

— Edição limitada, querido — brinco e rimos.

Assistimos um dos nossos preferidos filmes de terror, e depois de fazermos amor, mais uma vez, dormimos feito anjinhos. Acordei no domingo cedo, quase morta, por ter ido dormir muito tarde. Me levantei com cuidado para não acordar o Japa, e fui para o banheiro. Tomei um banho quentinho, e vesti uma roupa que trouxe especialmente para usar nesse ocasião: calça jeans, regata simples, jaqueta e tênis. Passei apenas um delineador, e um blush de leve. Peguei uma caderneta na gaveta do criado-mudo, e escrevi um bilhete para Enzo, caso quando ele acordar eu ainda não tenho voltado.

Tudo Que Ela QuerOnde histórias criam vida. Descubra agora