Capítulo 12

326 13 5
                                    


[...] Amigos são o um em um milhão
Agulha do palheiro que caiu na sua mão
Mais água no feijão a mágoa sem razão
A divisão do pão, primeira e ultima comunhão

Amigos são alegria da gente
Saudade mais latente
Lembrança mais presente
Um churrasco na laje, uma madrugada fria
A espera pelo ônibus o sol que trás o dia
Amigos são aquele carro que pega no tranco
Um pedaço do lanche, a companhia na fila do banco
Conselho salvador, risada por besteira
A manhã de segunda e a noite de sexta-feira

Amigos são a coragem que enfrenta nosso medo
Amigos são o cofre pra guardar todo segredo
E se contar nos dedos quantos amigos tem
Se encher uma mão você já tá muito bem

Hey irmão, me diz como você tá
A saudade ainda vai me matar [...]

Hey irmão - Projota

*****

Chegamos ao hospital e lá encontramos Marina, algumas pessoas que suponho ser da família de Enzo, os pais de Wesley e sua irmã mais nova. Corri até a Tia Larissa, mãe de Wesley, e a abracei tão forte, queria lhe passar um conforto que nem mesmo eu estava sentindo, o pai dele também se juntou ao abraço, e logo éramos três doidos chorando feito criança, mas naquela circunstância eu não estava me importando nenhum pouco, queria mesmo é chorar até não ter mais lágrimas, para ver se esse medo que se instalou em meu coração fosse embora. Desfiz o abraço e vi a irmãzinha de Wesley, Maria Eduarda, ou Duda, encolhidinha em um canto, com os olhinhos amedrontados. Agachei em sua frente e a peguei em meu colo. Duda tem apenas cinco anos e, coitada, não deve estar entendendo nada do que está acontecendo.

- Tava com sodade docê, Bú - falou baixou fazendo biquinho. Eu ri e chorei ainda mais.

- Eu também, pequena. Mas você sabe, a Bú trabalha, estuda. Lembra que eu te falei que estou no último ano da faculdade? - ela balançou a cabecinha concordando. A última vez que nos vimos, depois do réveillon, eu contei para ela que estava terminado a faculdade, e que teria mais tempo de vê-la.

- Então, e por isso, quase não tenho tempo de ir te ver, infelizmente - também fiz bico. Há quem diga que, Duda aprendeu esse biquinho comigo, já que nos primeiros anos de sua vida eu era bastante presente. Era eu, Cassin e Wesley de babá, durante a semana depois do Colégio, para a Tia Larissa ir trabalhar.

Flashback

- Porra Wesley, não é assim que se coloca uma fralda cara, sai daí - empurro Wesley que ri.

- E a senhorita Sabe Tudo sabe como se coloca isso? - aponta para a fralda.

- Lógico que sei, sou mulher - falei orgulhosa.

- Hahaha, conta outra, Bruna. Aposto que pegou umas aulinhas com a Tia Alice - Cassin diz rindo.

- Também... Mas andei pesquisando na internet, sabe como é... - ri.

- Malandra! Quer dizer que, quando tiver filhos, vai pesquisar as coisas na internet?

- Não vou ter filhos, Wesley - faço careta - Essas coisinhas são lindas, mas não é para mim - termino de colocar a fralda em Duda e a pego no colo.

- Lógico que é, você pega ela direitinho, olha, eu sequer dou conta de pegá -la.

- Vocês são ótimas babás, né - falo irônica e eles riem - Ótimo, porque eu vou cuidar da Duda, e vocês fazem o almoço.

Tudo Que Ela QuerOnde histórias criam vida. Descubra agora