Capítulo 5 (Parte 2)

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- Obrigada pelo almoço, foi ótimo - entrelaço meus braços em seu pescoço.

- De nada, minha linda - ele sorri e me puxa para um beijo delicioso.

Meu Deus, que beijo bom... Que sensação boa. Acho que meu coração nunca esteve tão disparado, e minhas pernas tão bambas, feito gelatina.

Que porra está acontecendo comigo?

Eu nunca fiquei tão nervosa ao lado de um cara... Tudo que nunca havia acontecido antes, aconteceu com ele, meu japa.

Opa, espera aí, eu disse meu?

Encerro o beijo com longos selinhos, e encosto minha testa na sua.

- Eu preciso ir - digo desanimada.

- Pior que eu também - ele ri - Posso vir te buscar?

Eu me afasto um pouco, mas muito pouco mesmo, e o olho.

Uma caroninha não seria nada mal, né?

- Sim, pode - ele sorri.

Depois de vários beijos de despedida, finalmente consigo entrar para mais um longo dia de trabalho.

Não sei se já falei, mas eu trabalho em uma loja de roupas, como vendedora. O salário não é lá essas coisas, mas com as comissões da para quebrar o galho.

Assim que eu passo pelo portão do shopping, eu o vejo parado do outro lado da rua, encostado em sua moto, e de costas para mim.

Atravesso a rua, e quando chego perto, eu tampo seus olhos com minhas mãos.

No primeiro momento, ele se assusta, mas logo se recupera e coloca suas mãos sobre as minhas.

- Hummm... Deixa eu adivinhar - ele diz divertido. E eu rio sem fazer som.

Ele tiras suas mãos das minhas, e passa por meus braços, e volta para as mãos de novo.

- Será a minha Olhos Azuis? Eu não tenho certeza... - diz rindo.

Eu tiro minhas mãos de seus olhos, e com as mãos na cintura, eu falo:

- Não tem certeza, é? - ele se vira para mim, ainda rindo.

Eu o olho encantada. Eu adoro fazê-lo rir, ele fica lindo. Aliás, ele é lindo, mas quanto sorri, meu Deus, não consigo nem explicar. Ele fica com um ar de menino, um menino inocente, não que seja um homem, já que tem dezoito anos.

Saio do transe e, ele me analisa agora, sem aquele lindo sorriso no rosto.

- O que foi? - pergunta confuso.

- O que foi o que? - solto um riso nervoso. Eu fui pega! Oh, merda.

- Você estava me olhando de um jeito...

- Ahh, nada demais. Só estava bolando um plano, para sua morte lenta e dolorosa, por não ter certeza de que era eu. - cerro os olhos.

- Nossa, minha Olhos Azuis está muito vingativa - chega perto de mim, e enlaça minha cintura com seus braços.

Minha? Não gostei desse negócio.

- Eu não estou, eu sou! - digo de nariz empinado. Ele apenas solta um "Ohh" e me puxa para um beijo - Comprei janta para a gente - levanto a sacolinha do restaurante japonês que tem no shopping.

- Dona Marina está devidamente avisada, e ainda disse que vai aproveitar e ir para o forró com as amigas. Tem base? - Ele diz incrédulo, e eu só consigo rir.

Eu acho que já excedi bastante minhas regras para o Enzo. Onde já se viu eu levar algum cara para o meu apartamento? E ainda comprar comida para a gente?

Por hora, vou deixar isso para lá. Mas não posso deixar isso ir longe demais. Tá, o Enzo é um cara lindo, talvez o mais bonito que eu tenha ficado. Mas cadê aquela Bruna vingativa que, só usa os homens, e depois descarta como se fosse um copo de plástico?

Ok, eu sei que com o Enzo isso vai ter que ser muito bem conversado, não quero magoa-lo. E sei que ele não é igual aos outros. E que eu não devo tratar ele igual os outros.

Mas, infelizmente, no fundo, eu já sei que eu não estou o tratando assim. Eu já abri todas as minhas exceções para ele. E estou totalmente envolvida.

Só me resta aceitar, o que vai ser bastante difícil, e demorado.

- Eu já arrumei tudo lá - Enzo diz quando entra na cozinha. Ele se refere à sala, que o mesmo estava arrumando a mesinha de centro e algumas almofadas para a gente sentar.

- Ok. Então vamos tirar a barriga da miséria! - falo alto fanzendo-o rir.

Levo as coisas para a sala e pego um vinho que havia ganhado nas cesta de Natal do trabalho, no final do ano. Ok, não era muito a minha praia. Mas comida japonesa cai super bem com vinho e eu adoro.

Liguei a TV, e coloquei um filme de comédia. Se estivesse com meus amigos, colocaria um de terror, daqueles que a gente fica uma semana vendo vultos, escutando vozes. Mas como eu iria dormir sozinha, optei por um de comédia mesmo.

Jantamos em silêncio, apenas rindo nas partes engraçadas do filme.

Quando terminou, levamos as coisas para a cozinha, e arrumamos tudo rapidinho, já que só havíamos usado dois pratos e as taças.

Voltamos para a sala, e eu o percebi inquieto.

- O que foi hein? - pergunto irritada. A inquietude dele conseguiu me deixar nervosa.

- Vou ligar para minha mãe - levanta, mas eu o impeço, fazendo-o me olhar.

- Deixa sua mãe se divertir, japa. Vamos ficar de boa aqui. Quer assistir outro filme? - ele bufa e se joga no sofá.

- Eu só tenho medo dela arrumar outro babaca como meu pai por aí.

Eu sento em seu colo, acaricio a lateral de seu rosto, e falo:

- Ela só foi se divertir com as amigas. Não significa que vai ficar com alguém - ele me olha e sorri.

- Obrigado - diz sorrindo.

- Pelo que?

- Por conseguir me acalmar - ri gostosamente.

E eu apenas aprecio esse momento, porque não é surpresa para ninguém que eu amo seu sorriso.

Amo? Eu sequer sei o que é o amor.

Aconteceu tão rápido que, quando vi, eu estava deitada no sofá e o Enzo por cima de mim, me beijando deliciosamente.

Ele apertou minha cintura, e eu senti algo me cutucando ali, ri entre o beijo.

- Acho que vamos precisar de um quarto - sorri maliciosamente.

Tudo Que Ela QuerOnde histórias criam vida. Descubra agora