Capítulo 8 (Parte 3)

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No vídeo, a música "Linda, louca e mimada", do Oriente. Com certeza é a música da nossa Doidinha Bruna.

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Sabe do poder que tem, e não tem medo de usá-lo...

Bruna Lopes

Saí do bar, e fui para um lugar mais reservado com o gatinho, que de gatinho não tem nada, está mais para um gatão, e dos grandes mesmo. Deixei ele escolher para onde me levaria, não tenho essas frescuras, qualquer lugar, é lugar.

Não perdemos tempo, e antes mesmo de chegar até a cama, já estávamos sem roupa alguma. Me entreguei completamente, aproveitei cada segundo, o cara era um máximo. Ótimo, sem defeitos. Ele tem vinte e seis anos, e confesso que os mais velhos me atraem e muito. Adoro homem com H maiúsculo. Depois de três loucas rodadas de puro sexo, o gatinho finalmente dormiu e aproveitei para me mandar. Tomei uma ducha rápida, me vesti e saí do quarto. Quando saí no corredor, parei abruptamente. Um cara saindo de um quarto, me chamou totalmente a atenção. Um cara não, o Enzo.

Meu Deus, não pode ser, ou pode? Estava fazendo o que aqui? Ahhh, jura que não sabe, Bruna? É óbvio que ela estava com alguma vadia... Será a enjoadinha? Não... Aliás, o que eu tenho a ver com isso? Nada! Não me interessa nada sobre a vida dele.

Mas, o que não entendi, foi que, ao vê-lo ali, senti um nervosismo, e o idiota do meu coração disparou mais que um carro de fórmula 1. Sem entender o porque dessa minha reação, esperei-o ir, e só depois eu fui, não queria que ele me visse ali. Seria muito constrangedor.

Peguei um táxi, e ao chegar em casa, capotei, dando graças à Deus por não trabalhar sábado, e poder por em dia meu sono acumulado.

Acordei com o barulho estridente do meu celular, era meu pai. E como sempre, eu havia me esquecido dos meus compromissos. É hoje que vou escolher meu carro. Amém, senhor!

Tomei um banho de gato, como diz minha mãe, vesti uma roupa qualquer, e passei só um pó para disfarçar um pouco a cara de sono. Logo papai chegou e seguimos para a concessionária. Estava muito animada, como nunca. Ok, será mais uma responsabilidade, mas tudo bem.

Escolhi um Hyundai Hb20 preto, lindo, fiquei apaixonada. Não é muito grande, perfeito para mim. Para a minha sorte, a concessionária tinha ele no estoque, então lá para terça-feira eu já vou estar com meu Fonfon em mãos.

Almocei com meus pais em um restaurante, e passei o resto do dia na casa deles, na piscina com minha mãe. À noite, fui à um luau com Carol e outras meninas da faculdade. Fiquei com um gatinho, mas só beijo mesmo, não estava afim de algo mais.

Me afasto de onde está acontecendo o luau, e me sento na areia, fixando meu olhar naquele marzão lindo à minha frente. Meus pensamentos voam no acontecido de hoje mais cedo, ou melhor de madrugada ainda. E eu pensava que ele era diferente... Grande ilusão. A menina o trai, e o otário ainda da papo. Tá, eu não sei se foi com ela que ele passou a noite, mas meu sexto sentido diz que sim, era ela. E que coincidência infeliz, hein? Nós no mesmo motel. Ainda bem que ele não me viu. Mas vou confessar que, no fundo, não gostei nada nada de vê-lo ali. Não sei o por que, apenas não gostei...

— O que aflige esse coraçãozinho?  — Carol senta ao meu lado.

— Segundo o Leandro, eu não tenho coração — ri.

— E você ainda da bola para o que aquele louco fala — bufa.

— Tô brincando — ri — Enfim, só estou admirando esse mar...

— Ele está lindo hoje, mesmo — sorri admirando-o.

Cheguei em casa por volta das três e meia da manhã. Não estava me sentindo muito bem, então fui obrigada a chamar Carol para ir embora. Ela até ficou preocupada, porque sempre sou a última a ir embora. Talvez seja só uma indisposição, pela semana tumultuada que tive. Nada que uma boa noite de sono resolva.

E assim foi, passei o domingo em casa, quando não estava cochilando, estava zapeando os canais da TV. Deixei o ambiente propício para um dia inteiro de pura preguiça: cortinas fechadas, comida congelada e celular desligado.

A semana passou-se rápida, sem notícias de Enzo e muito menos de Leandro, graças à Deus. Mas também, para que ter notícias deles? Não vai mudar em nada minha vida. A cena do Enzo saindo daquela suíte não saía da minha cabeça, não sei porque, sempre me pegava lembrando daquilo. Sou mesmo uma sem noção. Na terça-feira, quando fui pegar meu carro, ele estava com aquele famoso laço vermelho gigante, fiquei até emocionada. Meu primeiro carrinho. Que lindo. Mas fiquei triste porque não pude levar o laço para casa. Povo malvado.

Ok, uma grande responsabilidade à mais, já que agora não tenho meu despertador chamado Carol. Até que estou me dando bem. Me obrigo a dormir mais cedo, e no outro dia acordo no horário certinho. Fico me perguntando porque não fiz isso antes, acho que me acomodei por Carol sempre estar ali, para me acordar. E falando nela, esses últimos dias tem estado muito estranha, aérea. E minha amiga não é assim, ela é muito centrada até, muito pé no chão. Tentei por várias vezes arrancar dela o motivo de estar assim, e sempre recebia um nada como resposta. Nada o caralho. Está acontecendo algo sim, e muito sério. Enfim, vou esperar ela se sentir segura e me contar.

Estou me arrumando para ir à boate. Enquanto eu termino a maquiagem, Carol termina de se vestir. E eu aproveito o momento para interroga-la, novamente.

— Carol, para de caô e desembucha, conta logo o que aconteceu — pode confessar, sou doce como um limão.

— Amiga...

— Sem essa de: "Amiga, não é nada". Fala logo. Confia em mim ou não? — ela assente — Então, o que aflige esse coraçãozinho? — rimos.

Ela solta um longo suspiro e começa.

— O estágio acabou e... Eu saí de lá com uma mão na frente e outra atrás — diz com a voz embargada. Já sei que vai chorar.

— Porque não me falou antes? Está precisando de dinheiro?

— Não é que...

Uma ideia surge em minha cabeça.

— Pera aí...  — interrompo — Estou tendo uma ideia.

— Que ideia, Bruna?

— Você aceita ter uma companheira de apê doidinha?

Tudo Que Ela QuerOnde histórias criam vida. Descubra agora