Capítulo 8 (Parte 2)

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- Pera aí, galera, a Bruna é nossa amiga, e eu não vou admitir que falem dela nas costas - Beto defende.

- O caralho que ela é nossa amiga - Leandro diz - Ela é SUA amiga! Olha o que ela fez com o Enzo! E ela só me despreza!

- Cala a boca, cara! Se ela te despreza, é porque tem motivos. Que você sabe muito bem quais são! - Beto diz exaltado.

Opa, acho que perdi uma parte da história.

- Que se foda! Perdoar faz parte da vida. E você - Leandro aponta para Beto - Toma cuidado, viu, mais cedo ou mais tarde ela te apunhala pelas costas, também - Ele pega sua bebida e sai.

- O que foi isso? - pergunto para Beto.

- Nada, cara. Deixa essa história para lá.

Eu apenas assinto, se ele não quer falar, não vou insistir. Depois pergunto para Wesley.

Já passava da meia noite quando meu celular toca, indicando uma mensagem.

Quero te ver, Moreno!

Lara.

Mando outra perguntando se ela está em casa, e recebo uma resposta negativa. Diz que está na boate que costuma ir, e pergunta se posso busca-la. Combino direitinho onde encontra-la, e mando uma mensagem para Beto, avisando que estou indo embora.

Pego minha moto, e sigo para a boate, que sei muito bem onde fica. Encontro Lara na porta da boate.

- Para onde, senhorita? - brinco.

- Para o Eros, senhor.

Oi?? Ela está falando sério?

- Você tem certeza? - pergunto.

- Absoluta. Anda Enzo, bota essa motoca para andar.

Dirijo para a parte mais afastada da Zona Sul, quase no limite da cidade, e como as ruas estão desertas, em poucos minutos chego ao meu destino. Diminuo a velocidade, e logo avisto um letreiro brilhante com o nome: Eros. Paro em frente ao estacionamento, e o portão automático se abre. Peço uma suíte para a recepcionista e sigo para o estacionamento. Lá, percebo um casal se pegando, porque esse povo não espera chegar ao quarto?

Eu e Lara descemos da moto. E escuto o cara chamando a menina para ir, e quando escuto a resposta da menina, eu gelo. Não pela resposta em si, mas sim pela voz. Não, não pode ser. Cerro os olhos para tentar ver melhor na meia luz que o estacionamento se encontra. E o que eu vejo, me destrói por dentro: cabelos negros levemente claro nas pontas, pele branquinha, e a sua bolsa vermelha. Não consegui ver o rosto, mas é ela, tenho certeza.

Só percebo que estava paralisado quando Lara chama por mim impaciente.

- Vamos, Enzo! - chama minha atenção e entrelaça nossas mãos nos conduzindo para a suíte.

Eu vim para cá para me distrair, relaxar com Lara. Mas não foi bem isso o que aconteceu. Porque simplesmente, não consegui tirar da cabeça que Bruna estava se entregando para um cara como se entregou à mim. E isso me destrói. Sei que não devo, mas estou me roendo de ciúme. Assim que Lara adormeceu em meus braços, me levantei cuidadosamente, e saí. Não poderia continuar com ela, pensando em outra. Paguei a conta mesmo sabendo que iria pesar no meu bolso no final do mês e fui embora.

Quando cheguei em casa, fui direto para o banho, para tirar aquele perfume enjoativo da Lara de mim, perfume esse que algum tempo atrás, para mim, era o mais cheiroso. Deitei à fim de dormir, mas o sono não veio. Aproveitei para refletir sobre os últimos acontecimentos, eu não podia levar à diante essa aproximação de Lara, não iria dar certo, se ela me magoou uma vez, pode muito bem fazer outras vezes. E a mesma coisa serve para Bruna, eu tenho que esquece-la, ela me usou e jogou fora, não merece que eu fique pensando e até sentindo ciúmes. A única coisa que ela merece é a minha indiferença.

Tudo Que Ela QuerOnde histórias criam vida. Descubra agora