Introdução: Jeon Jungkook

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"Eu vivo ou apenas existo?" essa frase clichê combina tanto comigo.

Pode ser uma frase egoísta e cheia de privilégios mas a pior sensação é aquela de saber que tem tudo e ao mesmo tempo não tem nada, isso faz sentido?

Meu nome é Jungkook mas todos me chamam de JK, esse é o meu nome mas não o escolhi, nada que me pertence foi da minha escolha desde que nasci. Claro que eu era um bebê irracional e não podia escolher meu nome mas desde então minha vida foi tirada de mim.

Sou filho único de uma professora universitária com muitos prêmios na sua estante e de um advogado dono de uma renomada empresa de advocacia. Eu não nasci para viver, eu nasci para realizar o sonho deles.

Você já teve essa sensação de não ter saída?

Se tudo está confuso para você, parabéns, você é livre, se você me entendeu eu sinto muito.

A vida dos meus pais sempre foi perfeitamente calculada, os meus avós se conheciam e queriam eles juntos, eles ficaram juntos e se casaram, os pais deles deram a vida e a sabedoria que eles tem e mesmo assim todos os dias ouço o quanto lutam para me dar tudo que eu tenho em uma sessão de tortura psicológica quando tento contraria-los.

Comigo não seria diferente, quando eles decidiram ter um filho em dez meses eu vim ao mundo como planejado.

Desde pequeno eu sempre tive duas escolhas, ou seguir a carreira de advogado assumindo a empresa do meu pai ou me tornar um físico que superasse minha mãe (ou Einstein).

Enquanto isso, eu só queria comer areia.

Sempre estudei nas melhores escolas e tive os melhores professores, nunca fui mal agradecido, estudei muito para chegar onde estou, mas não sou calouro da melhor universidade de Seoul porquê é meu sonho, estou onde estou pra não matar nenhum dos meus pais do coração.

Não fosse o suficiente decidir minha vida profissional, eu também nunca tive escolha na minha vida pessoal. Todos os meus amigos são analisados, mesmo que eles não saibam disso, e aprovados pelos meus pais.

Por isso, cresci praticamente sozinho rodeado por um ou dois amiguinhos engomadinhos que eu sempre acabava quebrando na porrada.

Quando completei dezesseis anos minha mãe me apresentou a filha de um professor amigo dela, como sempre tudo foi perfeitamente planejado e ela foi minha primeira namorada.

Esse foi meu primeiro fio de liberdade, enquanto minha mãe achava que estávamos estudando eu estava com as pernas da minha namorada entrelaçadas em meu corpo fazendo-a sentir prazer.

Não deu muito certo quando minhas notas começaram a cair, meus pais perceberam que os estudos íntimos com minha namorada não estavam me fazendo bem academicamente falando.

Decidiram contratar um professor particular pois o vestibular estava chegando.

Sim, eu fiquei com o professor!

Ele não era muito mais velho que eu e sempre me tratava muito bem, quando ele apertou minha perna dizendo que eu precisava me concentrar e chegou tão perto a ponto de eu sentir sua respiração eu não resisti.

Descobrir que também gosto de homens não foi legal pra mim e ainda não é, é um segredo, meus pais são muito conservadores mas se souberem que o único filho planejado se deita com outros homens vão lutar pra que o aborto seja legalizado até quando o feto já é um adolescente.

Com toda certeza meus avós por parte de pai entenderiam, eles eram meu refúgio de todas as cobranças dos meus pais.

Quando eu era criança a casa deles era meu lugar favorito no mundo, passava todas as férias e feriados com eles brincando o dia todo e no final da tarde tomava refrigerante com meu avô rindo ao ouvir ele resmungar dizendo o quanto minha mãe é uma megera e se soubesse jamais pediria para meu pai pedi-la em casamento.

Gravity || jjk+pjmOnde histórias criam vida. Descubra agora