Epílogo - Final.

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Acordo com o barulho de música alta, eu odiava quando Camila fazia isso, ela levantava, deixava a porta aberta e Caleb para completar ligava o som no quarto dele, com a porta aberta também enquanto eu dormia.

– CALEB CABELLO JAUREGUI! DESLIGA ESSE SOM, EU QUERO DORMIR!

Grito com raiva....quer dizer, com raiva não, puta.

– Calma Lo.

Camila entra toda cheirosa no quarto e fecha a porta, logo vindo deitar ao meu lado.

– Camila eu não aguento mais, todo dia ele coloca esse som alto, qual é, ele é surdo? Tem algum problema de audição? Se não, ele vai desenvolver algum.

Ela toda branda me dá beijos na tempora, na bochecha, no nariz e por fim, nos meus lábios.

– Nós podemos conversar com ele, ok? Fique calma.

Aceno positivamente e deito minha cabeça no peito dela, percebo que o som agora estava em um nível mais baixo.

– Ele te obedece rapidinho né? Comigo é uma eternidade, eu preciso falar mil vezes e ele ainda não faz.

Fico ouvindo o que ela fala e logo pego no sono novamente sentindo o cafuné dela em meu cabelo.

(...)

– Caleb, eu ja mandei você ir limpar a piscina 5 vezes e você nesse video game, qual é, eu não tenho mais seu respeito? Deixei se ser sua mãe por acaso?

Escuto a voz de Camila e abro meus olhos olhando para o quarto de Caleb onde Camila estava com as mãos na cintura falando com o nosso adolescente de 13 anos.

– Mama, já já eu vou, deixa só eu terminar essa fase.

– Não tem essa de terminar fase, video game não vai te acrecentar em nada na sua vida.

– Limpar a piscina também não.

– Como é, Caleb?

Levanto da cama quando vejo que camila está por um fio de explodir com nosso filho, vou até lá.

– Limpar a piscina vai acrescentar algo no meu currículo? Não né? Deixa de ser burra, só saio do video game se for para fazer algo mais interessante.

Olho indignada para ele.

– CALEB!

Percebo que Camila está com lágrimas nos olhos, logo ela sai andando para o quarto, ouço os soluços dela.

– Desliga o video game.

– Mas mãe...

– Desliga a porra do vídeo game, Caleb!

Ele vai até o vídeo game e faz todo o procedimento para desligar, desligo todos fios e pego o vídeo game, assim como desligo todas as outras coisas.

– Quem você acha que é para falar daquele jeito com a sua mãe? Se acha o fodão?

– Não mãe eu...

– Cala a boca, não mandei você falar.

Ele me olha assutado e eu saio do quarto, tiro todos os eletrônicos levando para meu quarto com Camila e volto fechando a porta de Caleb.

– Olha, sua mãe desde o começo sempre cuidou muito bem de você, sempre te deu tudo, sempre quis o seu melhor...

Sento ao lado dele.

– E como você retribui? Sento imbecil com ela? Caleb, para pra pensar um pouco, você deveria ser grato a essa mulher maravilhosa a quem você pode chamar de mãe.

Ele abaixa a cabeça.

– Porque...olha...perder uma mãe não é fácil, não que eu tenha perdido a minha, não, mas eu estava lá quando meu pai desabou quando abuela dele morreu, não foi fácil, nem pra mim, nem pra ele.

– Mãe...me desculpa.

– Não é a mim que você deve desculpas, mas continuando...limpar a piscina não vai te acrecentar no currículo, mas te faz sair um pouco da alienação do vídeo game, a gente até poderia ir lá e fazer isso com você, só pra ser mais divertido.

Ele me olha e pega minha mão.

– Eu juro que estou lutando comigo mesma para não te mandar para um acampamento onde tudo que vai ter, é função de escoteiro para fazer, sem celular, sem eletrônicos, mas você não está ajudando.

– Eu prometo que vou ajudar.

– Sabe com o que você pode começar? Obedecendo a sua mãe e ajudando ela, porque você não sabe o quanto ela chora, porque você fica ausente e não faz coisas que seriam feitos a dois, com ela, ela sente a falta da criança engraçada e carinhosa que você era, porque essa hora, a gente não estaria brigando, provavelmente estariamos fazendo algo que os três pudessem se intreter.

– Eu não sabia que a mama chorava por causa de mim.

– Pois é, ela chora, chora todo dia e quem consola ela sou eu, porque eu não aguento ver ela chorar, mas agora ela está lá, sozinha, porque eu estou aqui brigando com você, algo que seria desnecessário se você não fosse assim.

– Desculpa mãe.

– Tudo bem filho, só tenta melhorar, ok?

– Ta bom.

– Agora vamos lá falar com a mama.

Levanto da cama e o abraço indo até meu quarto com Camila, ele vai devagarinho e abraça ela.

– Desculpa mama, eu não queria te fazer chorar, eu não gosto de te ver chorar.

Ela olha para ele e limpa as lágrimas que escorrem, logo mais caem novamente.

– Eu sei que eu errei feio com a senhora, mas eu prometo que vou tentar ser melhor, ok?

Ela acena positivamente e o abraça.

– Agora...vamos fazer aquela sobremesa de morango que nós amamos?

Ela sorri e beija a bochecha dele.

– Vamos sim.

– Mãe, você quer acompanhar a gente nessa loucura?

Solto uma leve gargalhada e aceno positivamente, mas logo lembrando de algo.

– Ah! Sem essas belezinhas aqui pelo resto do mês!

– Mas mãe hoje é dia 2!

– Você tem sorte que eu não peguei seu celular também!

Ele faz biquinho e olha para Camila.

– Nem vem, não vou ser contraditória a sua mãe, ela está certa.

Camila fala levantando e o puxando pela mão, saímos do quarto e descemos até a cozinha, como eu previa, foi uma bagunça.

Farinha de trigo para um lado, leite para outro, morangos comidos, quedas, risadas e dedo queimado, claro, o meu, de burra que eu fui pegando no negócio quente.

Camila logo me ajudou, lavou meu dedo e passou uma pomada, antes de passar a pomada, deu um beijinho dizendo que sarava mais rápido, desejei que Dinah me desse um soco na cara e um no meu pau, aí receberia bastante beijinhos.

Brincadeirinhaaaaas.

FIM.

DEFINITIVAMENTE FIM.

GOSTARAM? DEIXEM SEU COMENTÁRIO, EU SINCERAMENTE ADOREI FAZER ESSA HISTÓRIA, E #RUMOAO1°NO #wattys2020.

Minha Pilota - Camren G!POnde histórias criam vida. Descubra agora