Querido Salvador - Série Poderosos e Irresistíveis 3

Capítulo 04

- Solta Ryan. - Tento mais uma vez sair do aperto e já começo a sentir dor e sei que ficará marcado.

- Eu te amo Mel, estava bêbado, vamos conversar. - Tenta novamente e não escuto nenhuma verdade.

Me sinto como se tivesse sido cega o tempo todo e agora finalmente ele mostrou as suas garras. Nunca nem disse que me ama e nem eu retrubi isso, o que o desespero não faz com as pessoas.

- Larga Ryan, acabou, me deixa ir. - Falo e nada, então eu grito irritada. - Me solta Ryan.

- Vamos voltar pra casa e conversar. - Diz friamente e já estou com o rosto banhado em lágrimas.

- Ela não vai.

Desde que o vi sentado naquela sala ao entrar no apartamento eu finalmente consigo respirar aliviada por ver Jacey na minha frente junto de outro homem que eu nunca vi.

- Você. - Ele vocifera e desaperta meu braço por um segundo.

Eu aproveito a oportunidade e corro pro lado de Jacey que me põe atrás dele no mesmo instante.

- Me devolve minha mulher.

- Ela não é sua. - Rebate.

- Se não quiser ser preso aconselho a se afastar. - O outro homem diz e Ryan sorri com sarcasmo.

- Preso por qual motivo?

- Tentativa de estupro. - O homem diz e Ryan olha pra mim no mesmo instante.

- Vai deixar fazeram isso Mel? - Me questiona como se fosse mentira.

- É a verdade Ryan. - Falo e o vejo ficar vermelho de raiva.

- Não foi isso, nós só brigamos.

- Para Ryan. - Peço já cansada e Jacey percebe por que se vira pra mim.

- Vou te tirar daqui. - Diz me encarando e ali vejo novamente a raiva de ontem.

- Preciso pegar minhas coisas. - Ele olha pro outro homem que concorda.

- O Ryan e eu vamos esperar aqui.

- Não vou esperar merda nenhuma. - Então se vira pra mim. - Quer pegar suas coisas? Sinta-se a vontade, aproveita e vai pro inferno.

Jacey não espera nenhuma reação e aperta minha mão nos puxando pelo corredor e me levando de volta pro apartamento.

- Como sabia que morava aqui? - Questiono curiosa enquanto ele ne segue ao quarto e me ajuda a pegar as malas jogando dentro dela tudo que coloco na cama.

- Tinha ido buscar esse meu amigo detetive e ele encontrou o endereço do Ryan, foi sorte estarmos aqui na hora certa. - Ele suspira colocando mais roupas na mala. - Você não deveria ter vindo aqui.

Fico em silêncio guardando minhas coisas. O que eu vou dizer? Sou burra por isso que vim aqui sozinha? Argh. Ingênua demais, credo. Mas em minha defesa o plano daria certo se ele estivesse na porcaria do trabalho onde deveria estar.

- Ele não deveria estar em casa, ia pegar umas coisas e sair daqui. - Assumo quebrando o silêncio.

- E faria o que depois? - Questiona e dou de ombros.

- Vou ficar em algum hotel barato e depois me viro. - Divago e o sinto me encarar.

- Como vai bancar isso?

- Tenho algumas economias.

Terminamos de arrumar tudo em um silêncio predominante. Com toda certeza vou esquecer alguma coisa, mas no momento preciso somente sair daqui o mais rápido possível.

Minutos depois estamos vagando pelas ruas dentro de seu carro que com toda certeza deve ter custado bem caro.

O tal detetive que Jacey diz ser seu amigo disse que Ryan apenas virou as costas e saiu sem esperar nada e como ele irá esperar que eu faça a denúncia disse que assim que ocorrer prenderá Ryan mas que ele deve sair sobre fiança já que pelo que viu o mesmo não tem ficha policial.

É claro que não tem, manipulador do jeito que é. Me sinto uma idiota. Tudo bem que ele nunca fez nada de ruim pra mim antes desse caso, mas mesmo assim, com certeza essa seria a primeira de muitas se eu abaixasse a cabeça.

Comigo não. Nem pensar. Já fui muito fraca e pisada pra passar por algo assim. Espero nunca mais ver a cara dele. Graças a daeus eu não cheguei a amar esse homem, por eu sei que seria muito mais difícil passar por tudo isso, não é atoa que muitas mulheres não conseguem sair de situações parecidas.

- Pra onde está me levando? - Questiono.

- Minha casa. - Eu arregalo os olhos e o fito desacreditada.

- Olha, obrigada mesmo por ontem, nas não precisa.

- Claro que precisa. - Rebate e me olha nervoso antes de virar pro trânsito novamente.

- Você claramente está com raiva da situação então só me deixa em qualquer lugar. - Digo frustrada.

Se o cara me olhar com raiva toda vez pra que quer me ajudar? Sei que posso estar sendo mal agradecida, mas o que menos preciso agora é de pena ou de alguém com raiva de mim.

- Não estou com raiva, estou com ódio, muito ódio. - Diz frio.

Engulo em seco esperando um ataque de furia sua mas quando vê minha reação ele segura firme o volante.

- Não de você, mas dele. Porra .. ele já te fez alguma coisa Melani? Por que aguentou isso? - O olho desacreditada.

Ele acha que sou o tipo de mulher que aceitaria isso? Mas o cara tinha que ter uma arma muita grande sobre mim pra me sujeitar a esse papel.

- Está maluco. - Esbravejo e ele me olho incrédulo agora.

Beleza, eu sou sim calma, até mesmo tímida, calada, mas sei me posicionar quando precisa, na verdade precisei aprender. Não estaria aqui se não soubesse.

- Ele nunca fez nada, literalmente nada, apesar de achar que sou chifruda desde sempre mas nunca me agrediu ou nada do tipo, não sou o tipo de mulher que aguentaria isso calada.

- Não quis dizer isso.

- Sei. - Encerro o assunto encarando a rua passar.

O resto do trajeto foi feito em um silêncio ensurdecedor e não sabia se gostava ou odiava isso.

Subi no automático levando minhas coisas com ele me ajudando. Eu ainda não estava confortável com tudo e pra dizer a verdade não estava entendendo tudo, porém me negava a pensar nisso no momento.

Suspiro ao ver minhas coisas no quarto. Ainda estou com a roupa da noite passada que não me aquece muito, e também estou meio desnorteada com todos os acontecimentos.

- Melani. - Me viro o encontrando no batente da porta.

- Vamos fazer a denúncia. - Foi a única coisa que disse e a única coisa que ele precisou ouvir para suavir a expressão.

Tomei um banho, me agasalhei e sem mesmo pedir tive o loiro do meu lado em todos os momentos, até mesmo segurando minha mão quando mostrei a marca em minha cintura e pulso provocadas pelas mãos de Ryan.

E quando pensei em abaixar a cabeça ele literalmente a levantou, me dizendo com o olhar que sou forte.

Do mesmo jeito que ela fazia.