Sorte do dia, não encontrar meu companheiro de apartamento. O loiro me mandou uma mensagem avisando ter saído de casa e quando cheguei tarde da noite tudo estava vazio assim como hoje pela manhã.
Poderia ficar em casa já que Connor me deu mais esse dia porém já estou cansada de não trabalhar. Se estivesse de férias teria feito planos, poderia não viajar mas provavelmente teria todo um roteiro para vasculhar a cidade, visitar algumas pessoas, mas certamente não ficaria trancafiada em casa.
Não gosto muito de balada e nada do tipo, até posso ir sabe mas tem que ser com alguém que não vai me deixar plantada e sozinha como foram todas as últimas vezes que fui.
Mas gosto mesmo é de andar por aí, pegar o metrô e parar do outro lado da cidade, ir a Rockaway Beach aproveitar um dia de folga ou quando a grana tá mais legal curtir o final de semana em Coney Island ou conhecer lojinhas diferentes no Brooklyn.
Entretanto os planos hoje são os mais normais possíveis, apenas estou voltando ao trabalho. Por ser perto decido ir andando mesmo é passo num Starbucks no caminho comprando um chocolate quente pra começar o dia.
- O que a senhorita faz aqui? - Me assusto com a voz do meu chefe e sua cara não está muito boa, por isso dou meu melhor sorriso nervoso antes de responder.
- Trabalhando. - Ele revira os olhos.
- Está de folga Melani.
- Já estou ótima, não precisava de todos esses dias senhor Connor. - Rebato e ele faz uma careta.
- David Melani, você foi no meu casamento e na minha casa, me chama de David. - Asseno e ele suspira passando a mão no cabelo. - Tudo bem, vou aceitar isso por que estou precisando de ajuda mas se eu perceber algo errado com você te mando pra casa e ainda adianto suas férias e sem discussão.
- Ok. - Eu estou bem então isso não vai acontecer.
Passo minha manhã redigindo contratos e organizando a agenda que meu chefe conseguiu desorganizar em poucos dias, o tipo de homem que é ótimo nos negócios mas sempre tem que ter alguém que faça isso por ele se não se perde fácil nos compromissos, graças a Deus por isso por que assim tenho trabalho.
- Melani? - Pergunta assim que chega na minha mesa e sorriu. - Achei que voltava só amanhã.
- Não aguentava ficar em casa.
- Está tudo bem? Ou é o Jacey? - Nego com a cabeça ainda sorrindo.
- Não, só ficar em casa demais que me incomoda.
- Entendo.
- E vocês, estão melhor? - Ela suspira se apoiando na mesa.
Quando elas foram conversar comigo em casa soube da situação que Olívia passou junto com sua filha e fiquei horrorizada.
- Melhorando, comecei o acompanhamento com a psicóloga e Autora também, ficaremos bem.
- Isso é ótimo. - Murmruo compreensível.
- Você deveria fazer também. - Fala e franzo o cenho. - Sabe, pelo que aconteceu e pela sua mãe também, sei que tem coisas aí dentro que não deve falar.
Suspira e abaixo o olhar. Contei durante um dos compromissos do casamento sobre minha mãe, mas não me aprofundei tanto no assunto família e elas apenas disseram que casa um tem sua história mas se quisesse falar ouviriam.
- É, talvez. - Digo meio perdida.
Não era uma idéia ruim e admito ter pensado sobre isso por que tenho o incrível dom de guardar tudo pra mim mesma e uma hora explodir, o que é péssimo, porém não é barato fazer um acompanhamento, e na minha situação não estou podendo gastar assim.
- Talvez não, você vai. - David Connor estava parado na sua porta escutando nossa conversa e quando iria rebater ele levantou o dedo me impedindo. - Você sofreu uma situação terrível e teve um tive de crise Melani, eu vi o estado que ficou e te garanto que ele pode voltar se você não se cuidar.
Engoli em seco sem ter o que falar.
- Olívia, marca no nome da empresa consultas com aquela doutora que você e Hayley frequentam.
- Mas.. - Ele me interrompeu e seguro pra não bufar.
- Nada de mais, eu sou seu chefe e você irá a consultas por conta da empresa e ponto. - Sentenciou e não adiantava discutir com ele por que seria algo perdido.
- Tudo bem. - Ele sorri se achando e se vira como se nada tivesse acontecido nos deixando sozinhas fazendo Olívia rir.
- Ele sempre consegue o que quer.
- Percebi.
- Mudando de assunto, você não conhece ninguém pra ocupar minha vaga não? - Esbugalho os olhos surpresa.
- Você está saindo? - Ela ri.
- Em alguns meses mudarei pra Itália com meu marido e preciso arranjar um homem pra ficar no meu lugar e o treinar como Benjamin pediu. - Suspiro com pesar.
Ela é uma das poucas pessoas muito gentis sem esforço algum nessa empresa e que tratam qualquer um muito bem. Não que os outros sejam ruins, mas está mais casa um preocupado com sua própria vida ou tomar conta da dos outros.
- Não conheço, mas se me lembrar de alguém te aviso.
- Isso seria ótimo, preciso fazer entrevistas e testar pra ver se Ben não vai reclamar.
- Pra ele deve ser difícil, vocês trabalham juntos a anos. - Murmruo em solidariedade e ela inclina a cabeça com uma feição tristonha.
- Vai ser estranho não estar do lado de Ben todo dia, somos amigos acima de tudo, preciso encontrar alguém ao menos decente pra ficar no meu lugar e fazer os dois se darem bem.
- Você vai conseguir, tenho certeza.
- Eu consigo, Benjamin que não sei se consegue. - Ri da sua cara divertida em meio a pensamentos. - Deveríamos sair, vai te ajudar. - Diz do nada. - Sempre vamos a Open Life e..
- Não, não. - Nego rápido. - Acabei lá ontem e Dafne quis tirar minha timidez.
Ela gargalha achando graça.
- Deixa eu adivinhar, ela foi com o papo do que fazer uma vez na vida? - Abro a boca em choque e ela ri. - Também cai nessa é percebi que amo beber muito e me divertir mas não nasci pra sexo casual.
- Somos duas. - Digo rindo também.
Minha noite ontem com Carter foi legal. Ele me levou ao quarto e conversamos um tempo antes de ficarmos apenas nós beijos e amassos por um bom tempo até me sentir a vontade, mas foi estranho, não tinha o mínimo de sentimento nem nada, somente uma boa atração mesmo, e o clima do quarto, os drinks, a luz e tudo mais me ajudaram a perder o jeito acanhado com um desconhecido.
Foi bom e prazeroso, porém.. vazio.
Queria muito gostar disso por que evitaria muita dor de cabeça, mas quem sabe, vou deixar a vida rolar, se por um acaso em algum momento eu tenha vontade de ter sexo casual ótimo, se não continuo no clássico de transar apenas com quem conheço e tenho um pouco mais do que só uma atração.
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Querido Salvador - Série Poderosos e Irresistíveis 3
Romance| Livro 3 | Recomendo a leitura dos livros da série em sequência. Ele me salvou. Quando eu mais precisei e pensei que ninguém estaria ali por mim ele apareceu. O que eles tem de comum também tem de diferentes. Jacey não tem ninguém ao mesmo tempo t...