| Livro 3 |
Recomendo a leitura dos livros da série em sequência.
Ele me salvou.
Quando eu mais precisei e pensei que ninguém estaria ali por mim ele apareceu. O que eles tem de comum também tem de diferentes.
Jacey não tem ninguém ao mesmo tempo t...
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| J A C E Y T U R N E R |
Leio o documento junto a carta em minhas mãos mais uma vez sem acreditar em tudo que está acontecendo.
Seguro o copo de bebida em uma das mãos enquanto a outra se encontra com o papel entre os dedos, recostado sobre a cadeira de couro penso nos últimos anos e como tudo ao meu redor ruiu e se reergueu.
Perdi meus pais, meu irmão, e quase perdi a mim mesmo. Hayley pode achar que eu lhe ajudei, mas ela sabe que me tirou do fundo onde estava me jogando dia após dia.
Nunca acreditei muito em destino, mas depois de todos esses anos meus conceitos mudaram. Alguma força superior pode nos colocar no momento certo e hora cera.
Perdi grande parte da minha vida para depois poder encontrar um tipo de amor incrível por um ser tão pequenino que cabia nas minhas mãos. Perdi pessoas e ganhei uma irmã de alma e coração, que se tornou minha família.
A vida é uma puta desgraçada, nos coloca em cada situação fodida que em certos momentos escapar de todos eles é o caminho mais fácil.
Se pensou em mulheres acertou em cheio. Sou realmente um puto, o tipo de cara que tem uma longa lista de garotas, eu até tentei namorar mas o que eu recebi em troca? Um belo pé na bunda.
Por isso voltei ao meu ritual estando com uma garota a cada semana. Eu não traiu, nunca trai na vida e jamais farei isso, é o tipo de nível que pra mim beira ao absurdo, é inadmissível. Se quer ter todas então não entre num relacionamento e prenda alguém a você, fácil assim, por isso prefiro uma gata por semana. Nos pegamos por uns dias sem compromisso e no final cada um segue a vida sozinho, mas isso não significa que não consiga deixar sem uma mulher por algum tempo.
Não sou como o puto do meu amigo Benjamin que nem lembra o nome de quem está do lado dele e nem faz questão disso. Ele sim é um clássico cafajeste, acredito que eu seja mais um puto direito e de respeito.
Sorvo a bebida sentindo descer com aquele queimar que na altura do campeonato não me incomoda. Olho em volta observando a sala que deixei do mesmo jeitinho pela última década e que me acomoda quase vinte e quatro horas por dia pelo tempo que permaneço aqui.
Desvio a atenção novamente ao papel a minha frente e riu em descrença, ainda estou inerte com toda essa palhaçada que está sendo dita aqui e ao mesmo tempo compreendo o que eles querem dizer e o que esperavam de mim quando chegasse aos trinta.
Leio as entrelinhas do documento e suspiro entendendo o que devo fazer, não tem volta, não tem escapatória, é isso ou nada, minha vida irá mudar e trarei outra pessoa para se jogar nessa comigo.
Somente uma vem na minha mente e qualquer um acreditaria nisso tudo. É fácil, eu a ajudo e ela me ajuda, simples assim. Tento conter a excitação ao imaginar a situação e dizer pra mim mesmo que vou a convencer somente por que preciso dela e não por que a quero.
Mas tenho certeza que ela vai achar que é brincadeira e mesmo depois de explicado não vai aceitar por que nunca conheci ninguém tão certa como a Melani, não posso andar acima da velocidade quando estou com ela no carro e nem me deixa sair com o mesmo se vou beber, nem que seja pouco.
Ao mesmo tempo tenho um senso de proteção gigante sobre essa pequena mulher. Entendo que não é nada do tipo fraternal, mas ainda não identifiquei onde essa proteção toda se encaixa.
Melani é com toda certeza minha primeira e única opção, porém preciso rever muitas coisas e conversar com a pessoa que mais me conhece pra colocar minha cabeça no lugar.
Posso precisar mas não quero estragar a vida da pequena apenas por um problema que desrespeita somente a mim, jamais quero ser o causador da sua dor, mesmo que a opção de lhe levar comigo nessa traga uma sensação incrível dentro de mim.
- O que aprontaram pra mim em pai? - Murmuro ao vento sabendo que jamais terei essa resposta.
