Capítulo 18

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O que eu posso dizer da reunião onde Jacey se apresentou assumindo sua cadeira na presidência da empresa?

Dúvida, espanto, curiosidade, inveja, até mesmo luxúria passou pelo olhar daquelas pessoas.

Mas a surpresa chegou disparada em primeiro lugar, creio eu por já terem o visto por ali junto a seu advogado que enviava todas suas ordens para o corpo de direitores. Porém nunca imaginaram que ele era o dono de tudo aquilo.

Pelo que entendi Jacey deixou de ir a jantares e festas em que o pais eram convidados depois que fez onze, doze anos, ele não se misturava muito com pessoas desse mundo diferente do irmão que gostava de se mostrar pra todos, por isso ninguém nem lembrava direito dele.

- Creio que deva ser assistente do senhor Evans. - O advogado pergunta quando as pessoas começaram a sair da sala.

O tal Antônio deve passar da casa dos cinquenta já e me parece do bem com o sorriso simpático no rosto.

- Minha esposa na verdade. - Jacey responde por mim passando a mão pela minha cintura.

Ah, fala sério, sempre que ele fizer isso essa tensão vai percorrer nossos corpos?

- Oh, achei que era noivo? - Fala meio perdido e tomo a frente de atriz por que se bem me lembro estamos aqui pra isso.

- A intenção era nos casarmos em uns dois meses, mas com tudo acontecendo adiantamos o casamento mas estamos planejando uma grande festa ainda esse ano.

Até parece que ele ia acreditar que uma mulher com carinha de boazinha como eu tenho se casaria sem nenhuma comemoração, nem eu acreditaria. Minha mente já trabalhou nesses dias para ter muitas respostas prontas sobre o que iriam nos questionar.

- Isso é ótimo, meus parabéns então.

- Obrigado Antônio.

- Amanhã vou passar pra você como faremos com as mudanças agora, estou ansioso pra ficar somente na parte jurídica novamente. - Solta um suspiro aliviado e escuto a risada atrás de mim.

- Imagino que sim. - Ele bate em seu ombro de leve me levando para a saída. - Nos vemos amanhã, precisamos descansar da viagem.

- Até amanhã.

- Segurei muito o riso vendo a cara espantada deles. - Diz rindo já no carro e me contagiou.

- Eles estavam realmente surpresos. Mas não era pra menos, achavam que você era um técnico qualquer, até eu ficaria surpresa.

- Quer dizer que não se surpreende mais comigo? - Franzo o cenho pela pergunta e tom mais sério.

- Jacey.. - Não sei o que falar por isso o silêncio é a melhor opção.

Ele acaba com a distância ainda me olhando e colocando com os dedos meu cabelo atrás da orelha e prendo a respiração.

- Sou ótimo em surpreender pequena, você ainda verá. - Dá uma piscadela antes de voltar pro seu lugar e solto a respiração meio perdida.

Nem pense nisso Melani, não pense que um cara gato e gentil como esse estava tão perto de você.

Permanecemos em silêncio até chegarmos ao hotel onde Jacey fez todo trâmite nos levando até um tipo de apart hotel com uma sala enorme e uma mini cozinha luxuosa eu diria, com frigobar e forno microondas escondidos por armários amadeirados.

- Seu quarto é ali. - Aponta para uma das portas. - Tem uma mala a mais que Hayley mandou, diz ela que você precisaria.

Dá de ombros não entendendo também mas quando eu abro a mala cinza já no quarto e retiro o primeiro terninho com uma calça social alto do modelo que se ajusta no corpo eu entendo tudo.

Não sei se respiro aliviada por não precisar quebrar a cabeça tentando fazer minhas roupas se adequarem a essa realidade ou fico mordificada por eles terem gostado dinheiro com isso.

- Não posso aceitar isso Jacey. - Murmuro sabendo que ele está no mesmo ambiente por pura curiosidade.

- Não se preocupa com isso Melani.

- Não vou usar isso Jacey, deve ter custado uma grana.

- Minha grana e como é minha esposa ao menos por um tempo é nossa grana. - Reviro os olhos.

Levanto outra peça vendo um macacão vermelho com a parte de cima parecendo um corpete tomara que caia marcado na cintura descendo apartir daí com uma calça lisa e solta no mesmo tom.

- Olha isso. - Falo indignada do quão lindo a peça é. - Jacey.

- Não tema comigo Melani. - Diz simplesmente antes de virar as costas e me deixar ali com uma mala cheia de roupas maravilhosas.

Bufo vendo cada peça mais linda que a outra enquanto as coloco nos cabides. Tenho duas semanas aqui, as uso e depois disso essa bendita mala cheia de roupas volta pra sei lá de onde que ela veio.

Isso, vou fazer isso.

●●●

- Está com fome? - Jacey surge na porta me chamando e levanto o olhar do celular confirmando. - Vamos descer e jantar no restaurante do hotel.

- Pode ser, me da dez minutos.

Troco o moletom que tinha vestido por um conjunto de saia midi soltinha e top tomará que caia, as duas pecas são floridas de fundo escuro. Como vamos apenas descer pro restaurante coloco uma jaqueta jeans curta.

- Você gosta de coisa colorida. - Jacey afirma assim que nos sentamos a mesa.

- A vida é chata com tudo no preto e branco. - Murmuro baixinho e dou de ombros.

Por sorte o garçom chegou, escolhi uma carne com legumes salteados que sei que não virá cheio de frufru com suco e ele uma massa que não entendi muito bem o nome e vinho, bem clássico. Permanecemos em silêncio até eu me mexer desconfortável e não segurar minha grande língua.

- Não esperava uma empresa grande como essa. - Exponho meus pensamentos.

- E esperava o que? - Dou de ombros desviado o olhar.

- Não sei.

- Quando fala empresa de segurança muitos imaginavam algo.. menor eu acho.

- Pode ser. O que exatamente vocês fazem aqui Jacey?

- Segurança. - Levanto a sobrancelha esperando a continuidade da resposta e ele revira os olhos. - Segurança privada Melani, e alguns investimentos nesse meio.

- Só isso?

- Sério, precisa de muita logística e treinamento pra manter alguém importante vivo.

- Nisso eu acredito. Não vou viver cercada de segurança agora não né? - Ele ri da minha pergunta.

- Não, não. Vou ter Miguel como meu motorista e segurança mas não é o tempo todo.

Até suspiro feliz, espero que essa loucura não mude tanto nossos vidas.

Querido Salvador - Série Poderosos e Irresistíveis 3Onde histórias criam vida. Descubra agora