Governanta

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“Amar é querer estar perto, se longe; e mais perto, se perto.”

Vinicius de Moraes

Kakashi

Com Naruto nos braços, continuou olhando firme para a mulher que está sentada à sua frente. Talvez esteja sendo brando demais, mas não irá fingir ser simpático, se ela pretende ficar em sua casa terá que saber como as coisas irão acontecer, Kakashi não é um homem exageradamente cordial.

— Então, imagino que minha presença já fosse de vossa ciência, correto? — A voz melodiosa da mulher cortou o silêncio, o Hatake se limitou a assentir, evitando olhar demais para ela que agora estava inclinada na cadeira, tornando seu busto ainda mais avantajado.

— Kurenai Sarutobi ficou responsável por isso e me informou quando encontrou uma pessoa disponível para cuidar de meu filho.

Beijou a testa do filho antes de o colocar no chão, prefere que esteja a sós com a ruiva para acertar os detalhes finais da contratação. O loiro lhe olhou por alguns segundos, mas sorriu e passou a caminhar animado em direção a pilha de cartões coloridos que Iruka compra para ele sempre que possível.

— Você está ciente de todas as condições, correto? Ser governanta da minha residência é um cargo importante.

— Senhor Hatake, sei de todos os requisitos e lhe asseguro que sou mais do que capacitada — falou firme, direcionando os impactantes olhos cor de esmeralda para o grisalho. — Sou ótima lidando com crianças e sou ainda melhor com homens maduros, como o senhor.

— Não se engane, eu não necessito de cuidados. — Se questionou se estava sendo ríspido demais, mas algo naquela frase havia lhe incomodado. — Meu foco é que cuide de Naruto, assim como que você seja a responsável por chamar pessoas para eventuais cuidados em meu lar.

Ela sorriu largo como se o comentário fosse esperado.

— Imagino que sinta falta de uma presença feminina em seu lar. O senhor já foi casado, correto?

— Bem, pelo que vejo está tudo correto. — Cortou o assunto sem remorso, não gosta de falar sobre seu antigo casamento, nem mesmo com Iruka. — A senhorita pode pegar seus objetos e levar até o seu quarto, lhe levarei até lá.

— Não perguntaste meu nome — ela lhe lembrou educadamente, ainda sentada. — Sou Mei Terumi e é um prazer trabalhar em vossa casa.

— Me perdoe, Mei, acabei me esquecendo — se justificou envergonhado, sabe que foi grosseiro por não ter perguntado.

Deixou as — pesadas — malas da mulher em frente a porta simples do anexo da residência, fez questão de reformar o lugar que estava mau cuidado para que seja uma estadia confortável para a nova governanta. Antes, quando a mãe de Iruka era quem cuidava das coisas, esse lugar era lotado, empregados que cuidavam dos mais variados assuntos preferiam dormir nesse local que em suas casas afastadas demais da vida urbana.

Depois, quando se tornou o chefe da família, foi diminuindo esse contato e quando Rin partiu, demitiu todos e assim o anexo foi esquecido. Agora que está olhando para essas paredes, é impossível não se deixar levar pelos pensamentos nostálgicos de quando era uma criança e vinha escondido chamar o Umino para suas aventuras.

— Senhorita, vou lhe deixar arrumar suas coisas, pode escolher qualquer um dos quartos que estão vazios. Hoje não há necessidade de que trabalhe, só peço que se junte a nós ao jantar, certo? Imagino que assim você conhecerá melhor da rotina.

Devir - KakaIru!AUOnde histórias criam vida. Descubra agora