Entrega

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cw - conteúdo erótico

Kakashi parecia incapaz de raciocinar; os olhos pretos fixos na figura do mais novo que havia acabado de tirar a parte superior da sua roupa, revelando o tronco magro. Iruka, por sua vez, mordiscou o lábio envergonhado, obviamente se sentindo acanhado pelo olhar do homem tão fixo nele. O grisalho piscou algumas vezes antes de levar as mãos até a barra da própria roupa, tirando-a e a jogando em um canto qualquer do quarto.

A brisa gelada da noite entrou no quarto pela janela aberta, balançando a cortina fina e causando arrepios aos dois homens que se encaravam com a respiração ofegante. O Umino, sempre falante, olhava para o Hatake sentindo a garganta apertar, mesmo que não esteja com dúvidas do que deseja fazer e sim sem saber como proceder.

— Iruka, eu... — A voz do homem era baixa, como um sussurro, mas parecia preencher todo o cômodo. — Eu posso te beijar?

— Claro que pode, Kakashi.

Sorriu antes de se aproximar dele, esquecendo por completo que essa seria a primeira vez que seu tronco nu tocaria o dele. Abraçou o pescoço do marido sem força, elevando um pouco os pés para conseguir o beijar sem problemas. A sensação dos peitorais nus se tocando era nova, um calor parecia percorrer cada centímetro da pele exposta, contrastando, de forma prazerosa, com a noite gelada.

O Hatake ousou tocar na pele do outro, firmando um pouco os dígitos na região de seu abdômen, desejando ao máximo apalpar a região nova. Aos poucos, se sentia confortável, parecia que a adrenalina aos poucos tomava conta de suas ações.

Se afastaram abruptamente, mas nenhum dos dois afastou o rosto, continuaram com as faces próximas, sentindo a respiração ofegante um do outro. Iruka agora não era capaz de ignorar a ereção do homem que roçava eventualmente na sua, porém, isso não lhe deixava acanhado, desejava uma reação desse tipo.

— Eu nunca fiz isso, Iruka — disse envergonhado, mas sem abalar a postura confiante dele. — E se não for bom?

— Eu também nunca fiz.

O Umino respondeu sério, tocando no rosto do marido gentilmente, sentindo todo o corpo aquecer.

— Não tema me tocar, certo? Eu quero isso, Kakashi, e se não for bom nós tentaremos até ser.

— Tentaremos, é?

A conversa pareceu animar o Hatake, já que ele ousou descer as mãos, finalmente segurando firme na cintura alheia, aproximando ao máximo seu corpo e o dele.

— Se for bom, também podemos repetir — Iruka murmurou no ouvido dele, beijando suavemente o seu lóbulo.

Depois disso, se beijaram com voracidade, as mãos travessas percorrendo devagar cada centímetro do corpo alheio, conhecendo regiões que antes eram íntimas demais. Não se comunicavam com palavras, longos olhares e toques bastavam para decidirem o que fazer, para saberem se podiam ou não cruzarem os limites.

Nenhum dos dois parecia disposto a se afastar, nem mesmo para caminharem em direção a cama, por isso andaram em direção a ela em meio aos amassos, eventualmente derrubando algum objeto do quarto. Kakashi sentou na borda da cama, ofegante, enquanto Iruka segurava com força em seus ombros, parecendo pensar em algo.

— Não me olhe! — disse sentindo as bochechas aquecerem quando levou as mãos a sua calça de tecido.

— Eu não vou te ver de toda forma? — O Hatake argumentou, mas sabia que não tinha escolha quando o outro respondeu com um olhar sério. Ouviu satisfeito o som abafado do tecido caindo no chão, mas não ousou desobedecer o pedido.

Iruka se sentiu exposto como nunca, parecia que até mesmo a lua lhe espiava no momento. O vento gelado tocava seu corpo nu com carinho, mas isso não lhe ajudou a acalmar enquanto segurava, cada vez mais forte, os ombros de Kakashi. Pela primeira olhou para o próprio corpo inseguro, sabe que não possui nada que seja exuberante, seu corpo sempre foi esguio.

Devir - KakaIru!AUOnde histórias criam vida. Descubra agora