XĪV

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O acaso não existe. Quando alguém encontra algo de que verdadeiramente necessita, não é o acaso que tal proporciona, mas a própria pessoa; seu próprio desejo e sua própria necessidade a conduzem a isso.

Hermann Hesse

Depositei seu corpo sobre o sofá azulado, coberto pelo meu que estava entre suas pernas.

A beijava com fervor e desejo, tal mesmo que eu nunca tive, e ela retribua com certo desespero, eu não fazia a menor ideia de que diabos estava acontecendo naquela sala pequena, só sabia que não seria eu a parar. Tudo naquela mulher parecia ter sido feito sobre medida para me entorpecer, os lábios, o cheiro, os toques incertos, tudo, jamais ninguém me rendeu assim, nem mesmo Vicky que foi a pessoa que eu julgava estar apaixonada. Minhas mãos famintas passearam por suas pernas, por debaixo do hábito escuro, me surpreendo ao sentir uma pele incrivelmente quente e macia, e não demorei a apertar com gosto ouvindo um resmungo rasgar os lábios dela timidamente.

Como era possível até seus gemidos serem atrativos?

Distribui beijos molhados pelo seu maxilar e depois pelo seu pescoço, a vendo se contorcer e maltratar os lábios com seus dentes, sem nenhuma pena comecei a maltratar a região, com mordidinhas e chupões, que ficariam muito marcados mas eu não estava ligando para isso, pelo contrário, queria a deixar marcada. Ela agarrou meus cabelos com certo desespero e me beijou com intensidade, minha mão que estava apertando suas coxas foram se atrevendo cada vez mais e sem aviso, eu ultrapassei o tecido da sua peça íntima encontrando sua intimidade completamente quente e molhada, parecendo implorar por mim.

— Oq-que vo... — as palavras morreram em sua garganta quando eu achei seu ponto de prazer e comecei a massagear ele, a diretora fechou os olhos e entreabriu os lábios em pura satisfação, mordi os meus próprios lábios olhando a cena com deleite. Quem diria, eu, uma simples anormal como dizem, conseguindo dar tanto prazer para a diretora da maior madhouse do país, o que meus pais falariam se soubessem disso? Pensei com divertimento.

Mas não me aterrei muito a isso, estava aqui e iria tirar o máximo dela, com isso em mente, me dediquei a tocar ela com maestria, tirando todos os gemidos possíveis que poderia dela, não me surpreenderia se descobrisse que essa era a primeira vez que ela era tocada, e com essa possibilidade me senti ainda mais motivada em a levar a loucura, ameaçando vez ou outra penetrar meus dedos nela, mas não passando de ameaça. Quando ela chegou ao êxtase, mordendo sua própria mão forte para não fazer barulho, foi quando eu tirei meus dedos de sua intimidade, os encontrando completamente molhados com seu prazer, ela me olhava desacreditada, como se não soubesse o que tinha acontecido ou como tinha acontecido e eu? Estava com um sorriso satisfeito nos lábios, louca para fazer isso novamente. Antes que ela pudesse falar algo eu chupei os meus dedos que estavam molhados pelo seu líquido, curiosa para saber como era seu gosto.

Quando senti seu gosto nas minhas papilas gustativas, somente fechei os olhos e deixei um pequeno som de aprovação sair dos meus lábios, o gosto, como imaginei, era delicioso, meu desejo era de colocar minha boca na sua intimidade e não parar pelas próximas horas, mas eu duvidava muito que isso seria possível, em grande parte por ela.

— Porque você fez... Isso? — perguntou ainda ofegante e visivelmente constrangida.

— Porque estava curiosa para saber como seria seu gosto — respondi, aproximando meu corpo ainda mais do dela, a ponto de nossos seis se tocarem.

— Eu não esta-tava me referindo a isso — respondeu com o cenho franzido envergonhada  — Estava dizendo sobre... — pareceu procurar as palavras enquanto nem olhar meu rosto olhava — Sobre tudo...

— Porque eu quis... E você irmãzinha, porque me deixou fazer isso? — perguntei com um sorriso de lado. Suas bochechas ficaram ainda mais avermelhadas, ela negou com a cabeça e tentou empurrar meu corpo mas eu não deixei, apertando seu corpo com o meu e quase tocando nossos lábios.

— Se afaste de mim.

— Você disse exatamente isso agora a pouco — arrastei meus lábios até seu ouvido — E olha como acabamos... — sussurrei vendo ela se arrepiar inteira — Mas me diga irmãzinha, você gostou? — dei uma pequena mordida no lóbulo da sua orelha, passando minha língua na região depois, ela não respondeu, só respirava mais pesado e rápido — Gostar gostou... Seus gemidos incrivelmente gostosos enfatizaram isso... Mas posso te mostrar tantas outras coisas...

Me pegando desprevenida e distraída, ela empurrou meus ombros, obrigando meu corpo a se afastar dela e consequentemente cair no chão pela segunda vez no dia, só que agora tinha sido um pouquinho mais doloroso.

— Droga... Você ainda vai acabar me matando se continuar assim — resmunguei sofridamente, com o rosto contorcido.

— Quando eu mandar você se afastar, se afaste, imbecil — se sentou ereta no sofá massageando o rosto — Saía da minha sala — se levantou arrumando a roupa.

— Só deixe eu respirar um pouco — disse ainda segundo meu corpo dolorido pela queda.

— Agora — disse entre-dentes.

Bufei sem paciência e com certa dificuldade me levantei massageando a parte traseira da minha cabeça, ela me encarava seriamente com seus lábios completamente inchados e vermelhos pela intensidade dos beijos que demos, droga ela estava linda. Levantei minhas mãos em rendição e revirei os olhos.

— Pronto irmãzinha.

— Pare de me chamar assim — rosnou.

— Só se me der um beijo — disse sem tirar o sorriso dos lábios.

— Se falar dessa infelicidade que aconteceu aqui... — gesticulou ao redor da sala — ...eu acabo com sua vida aqui dentro, sabe que tenho meios para isso — me olhava intensivamente enquanto cuspia essas ordens.

Eu sabia que ela tinha, mas duvidava que ela tivesse coragem, não que eu fosse colocar isso a teste para descobrir.

— Não vou falar isso para ninguém irmãzinha — ela me fuzilou com os olhos quando ouviu a última parte, mas eu não dei atenção.

— Para seu próprio bem espero que não.

— Até porque... Como dizem, quem come quieto come duas vezes... — a diretora arregalou os olhos, vermelha, imaginei que iria me insultar ou me jogar no chão novamente, mas ela somente chamou o enfermeiro grandalhão, que entrou na sala no mesmo instante, assim que ele me segurou, sem muita delicadeza diga-se de passagem, e me puxou para a saída, eu ainda me atrevi a dar uma piscadela na direção dela, que ficou ainda mais vermelha.

Nem mesmo o enfermeiro sem educação conseguiu tirar o sorriso de satisfação dos meus lábios.

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