Fim

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ILHA DE SUNRISE, EUA, 11 DE FEVEREIRO, 2006.

Escolha uma pessoa que olha para você como se você fosse mágica

Frida Kahlo

— Mas bem, podemos exemplificar para somente um lugar onde eram deixadas pessoas que alguém queria que sumisse — ela entrou no espaço amplo, estava folheando um livro gasto distraidamente e nem se dando ao trabalho de olhar para a outra.

— Sim, pode ser visto assim também, continuando, Madhouse é um dos nomes que denominam as instituições cujo objetivo é abrigar, recolher ou dar algum tipo de assistência aos "loucos"...

— Ou aos indesejáveis — fechou o livro, finalmente olhando para a esposa.

— Ela não se cansa de interromper minhas falas — disse com um sorriso olhando a de olhos verdes.

— Interromper não... Completar.

Ela não disse nada, só continuou mostrando o museu para os visitantes, mas agora com a companhia da esposa, enquanto mostrava o que um dia foi a instituição mental de Howard mas que hoje era apenas um museu, repleto de lembranças antigas, pensava no sermão que daria para Lauren, ela devia estar em casa, descansando foi isso que o médico havia recomendado, mas ao invés disso, ela estava ali, circulando pelo museu olhando as fotografias antigas como se nunca as tivesse visto.

Howard deixou de ser uma madhouse a muito tempo atrás, o novo diretor que assumiu não sabia lidar com os pacientes, e quando foi dispensado, Camila não quis ir procurar outro, sentia que o ciclo de Howard tinha acabado, já não concordava com a maioria das coisas que fizeram Howard ser Howard. Os pacientes foram encaminhados para outros lugares, e o lugar ficou vazio por anos, até a filha mais velha delas sugerir que abrissem um museu na antiga construção de Howard. Isso animou Lauren que simplesmente não gostava de ficar em casa sem fazer nada, a idade não tirou o vigor que ela tinha quando era nova. Lauren estava errada afinal, não era uma despedida para Centralia anos atrás, visto que hoje elas moravam na ilha, constituíram uma casa aos fundos da ilha, dava para ver os destroços de uma das janelas de lá, era engraçado segundo Lauren elas viverem tão felizes em Centralia, que hoje em dia se chamava Sunrise, mas lá que tudo começou, e seria lá que tudo terminaria.

Foram anos juntas, desafiando o tempo e as críticas, as coisas não eram tão fáceis quando começaram a tentar lá atrás, mas não demorou muito para elas perceberem que o sentimento continuava o mesmo, elas eram mesmo a "pessoa" uma da outra, um daqueles amores únicos, viveram o amor delas no limite por anos, e mesmo agora, que as coisas haviam mudado, o tempo se passado, as rugas aparecido a mesma paixão que Lauren negava em Howard ainda queimava no peito dela. Hoje uma conhecia a outra melhor que a si mesmo, anos que união resultam nisso, cada momento que passaram juntas continuava vivo nas memórias e o sentimento delas eternizados nos poemas que Lauren escrevia. A de olhos verdes encarava uma fotografia fosca quando sentiu a sua esposa se aproximar, ela sentia sua aproximação pelo cheiro, nunca havia mudado.

Lauren Jauregui, serei mesmo obrigada a te amarrar na cama?!

— Não sou uma inválida, Camz! Me recuso a ficar trancada em casa, e estou bem, aquele médico não sabe de nada — respondeu brava.

— Oh certo, continue com a teimosia, de noite quero ver você reclamando de dor nas costas! Não vou fazer massagens nos seus pés.

— Nunca te pedi nada.

— Ainda se atreve a falar isso? — perguntou indignada, o que Lauren mais fazia desde que resolveram morar juntas era pedir coisas para ela, ela gostava de mimar a outra, claro, sempre gostou, mas Lauren negar que pedia as coisas era um desaforo.

— Oh, me desculpe Camz, mas sabe como sou, odeio me sentir uma inválida...

— Lo, não é invalidez! É para você não sentir dores... — revirou os olhos — Não sei nem porque falo, sei que não vai me ouvir.

— Então porque ainda tenta?

— Arg, vou cuidar dos visitantes que ganho mais... — se virou para ir até o segundo andar, mas Lauren a chamou com um assobio.

Te amo — Camila bufou mas não deixou de responder antes de ir até o segundo andar, em nenhuma vez, desde que estavam juntas ela deixou de responder.

Lauren olhou ao redor, tantas memórias daquele lugar, agora ele estava diferente, reformado, tinha novas cores, mas ainda tinha o mesmo espírito de antes... Uma vez ela ouviu alguém falar "nada de bom sai de Centralia" mas Lauren não podia discordar mais dessa fala, ela tinha dois filhos, havia encontrado o amor da sua vida e tinha uma amiga que havia feito lá... Ah... E sobre Claudette, o que dizer? Talvez alguém tenha tido um bom trabalho em conseguir convencer Camila a lhe ajudar, mas no fim ela ajudou, Lauren nunca acreditou que sua amiga era alguém ruim, fez oque fez porque foi necessário, seu marido agredia ela e quando tentou fazer o mesmo com a pequena filha dela, ela não deixou, fez o mesmo que a maioria das mães estando na sua situação fariam... Ninguém nunca soube, mas Claudette conseguiu fugir de Centralia, e hoje, ainda mantém contato com Lauren, é uma de suas amigas mais próximas ainda vivas, conseguiu ter uma boa vida com sua filha, e seus pais sempre apoiaram ela, ajudando a negra a viver bem mesmo sendo procurada pela polícia, até que esqueceram ela... Deram ela como morta.

Então Lauren pode dizer sim que mesmo dos piores lugares, podem sair coisas boas.

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Bom... É Isso, obg por todos os votos e comentários.

Bjsss♥️❤️

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