Os miseráveis não têm outro remédio a não ser a esperança.
William Shakespeare
Senti o coração bater descompassado quando senti os lábios dela se mover com certo desespero sobre os meus, eu sem forças para pensar sobre nada, só fechei os olhos retribuindo a altura, queria aquilo tanto ou até mais que ela. Seus lábios incrivelmente macios buscavam o meu com fome, mas não durou muito, ela logo empurrou meus ombros me obrigando a dar um passo para trás com a respiração falha e rosto corado.
— E-eu não deveria… — interrompi sua fala ao puxá-la novamente para mim, a envolvendo num beijo intenso.
Talvez fosse culpa do tempo que não estava com ninguém, mas eu estava ficando louca com seu beijo, tanto que não resisti a segurar sua cintura e a levantar, a colocando sentada na mesa e ela arfar na minha boca com o gesto, deixei uma mordida lenta e provocante em seu lábio inferior, me deliciando com a textura deles, e depois, me aproveitando de sua boca entreaberta, eu coloquei minha língua, tentando provar ao máximo de seu gosto, quando toquei a sua língua com a minha um choque percorreu a minha espinha. De início o gesto não se encaixou perfeitamente, mas não demorou muito para que o beijo voltasse ao ritmo anterior, na verdade ainda mais aprofundado por ela estar participando completamente agora. Eu ficaria nesse beijo para sempre se fosse possível e ela parecia não querer o interromper tão cedo também, nossos rostos se moviam com naturalidade, conectados. Apertei com as mãos às laterais da sua cintura fina dela com vontade, enquanto suas mãos continuavam segurando meus ombros, vez ou outra apertando de leve, segurei sua língua entre meus dentes, viciada pelo gosto de mel que sua boca tinha e não demorei a começar a chupar ela, e quase gemi junto a ela, ao sentir ela suspirar.
Quando desgrudei nossas bocas para puxar um pouco de ar, me vi tentada a pasear pelo seu pescoço novamente, então sem aviso o ataquei, deixando beijos por toda a extensão, e arrancando um pequeno gemido de surpresa.
— Por favor, pare com isso… — a ouvi resmunguei com a voz rouca e trêmula, enquanto eu me divertia em ver sua pele se arrepiar, mas não dei ouvido, ao contrário disso, só me enfiei no meio de suas pernas, puxando com força sua cintura em minha direção e fazendo sua intimidade ralar na minha barriga, eu não precisava olhar para saber que ela estaria com os lábios sendo castigados pelos dentes.
Não resisti a sensação de pose, e deixei um chupão em seu ponto de pulso, a vendo quase esmagar meu ombro.
Se eu não parasse agora, não conseguiria parar tão cedo, nunca fiquei tão perdida em desejo assim, nem com Vicky.
No exato momento em que ouvi toques na porta, ela me empurrou tão forte que eu me desequilibrei e caí no chão.
— Quem? — ela perguntou de olhos arregalados.
— Sou eu irmã, está tudo bem? — uma voz masculina perguntou do outro lado — Me desculpe incomodar…
— Está, está tudo bem.
— Certo.
A diretora me olhou depois ainda chocada, negou com a cabeça e depois escondeu o rosto com as mãos.
— Céus, o que eu fiz?! — questionou para si mesma, eu só ri baixo e me deitei completamente no chão, apoiando a cabeça nos cotovelos depois.
— Gostou — me levantei sorrindo — Se quiser eu posso refrescar sua memória… — ameacei me aproximar, mas ela me apontou um dedo me olhando nos olhos seria.
— Não se atreva, fique onde está! — disse.
— Quer mesmo isso? — provoquei com um sorriso de lado sacana — Ou quer que eu faça isso… — me aproximei rapidamente dela tomando sua cintura para mim novamente e a vendo estremecer — novamente? — ela só engoliu em seco, em silêncio — Eu posso te mostrar tantas coisas irmã… — umedeci meus lábios, me curvando para deixar um pequeno beijo em seu pescoço — Me deixa? — tentei forçar seu corpo a deitar, mas ela conseguiu se livrar do meu peso, se afastando como o diabo da cruz.
— Não se aproxime novamente de mim!
— O.K! — revirei os olhos — O faço, mas só se você me der um beijo, sim? — mordi os lábios lhe olhando.
— Claro que não! Saía da minha sala antes que eu grite — ameaçou cruzando os braços.
— Vamos, é só um beijo, e não é como se você nunca tivéssemos feito… — ela me olhou com cautela, pensando se deveria ou não fazer, por fim fechou os olhos se rendendo.
— Apenas um beijo, e depois disso nunca mais toque em mim… — Sorri vitoriosa e depois me aproximei dela devagar, como um lobo de uma ovelha, quando cheguei perto o suficiente, vendo seu peito descer e subir pela respiração acelerada, somente pus minhas mãos em sua cintura, a erguendo para envolver as pernas ao redor de minha cintura, e ela o fez com um som de surpresa.
— Não deveria confiar em mim irmãzinha.
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Madhouse
Romance- No século 20 não precisava de muito para você ser considerado fora dos padrões e automaticamente ser visto como uma pessoa com algum problema mental. A instituição mental de Howard foi fundada pelo monsenhor Timothy Howard para ser algo revolucion...