Capitulo 17- o acordo

418 38 127
                                    

Atenção: linguagem madura em certos trechos, vou deixar um aviso antes de iniciar a cena e fica a critério de vocês ler ou passar (espero que sejam +18).

Ino

- Você nem sabe o que está falando, está bêbado.- corei com a possibilidade de não ser efeito da bebida.

É inegável que Sai é atraente...estranho foi eu precisar de uma ocasião como essa para percebê-lo com outros olhos. No quesito amizade, antes da confusão toda, sempre nos demos bem. Se for verdade, eu tentaria com ele.

Eu tinha direito de virar a página e faria sentido, nós dois carregamos o peso do que aconteceu naquela noite. Ver a perspectiva dele me convence que seu arrependimento é real. Por mais que eu tivesse motivos para ter raiva, eu não conseguia pois era evidente que Sai estava sofrendo para se redimir.

- Eu sei sim.- protestou, franzindo as sobrancelhas.

- Sai, porque me considera "inalcançável"?- entendia seu remorso, porém ele estava exagerando.

- Porque começamos com o pé esquerdo...e em todos os romances que estudei, eles pareciam tóxicos.- se justificou, inocentemente.

"Ok, descobrimos que o Sai é o tipo de bêbado que se expõe."

A ideia dele estudando romances por minha causa era simplesmente adorável.

- Não dá pra estudar o amor entendê-lo como um conceito fixo, bobo.- uma curvatura se formou em meus lábios e ele me encarou confuso.

- Como você consegue ser tão boa ao ponto de me perdoar?- seus ombros estavam rígidos.

Estávamos sentados cara a cara, eu no canto de pernas cruzadas e ele no centro. A cortina aberta iluminava precariamente o cômodo. Ainda, era o suficiente para enxergar sua figura e interpretar sua linguagem corporal.

- Somos humanos. Não somos perfeitos e erramos, muitas vezes.- dei uma pausa, ele tombou levemente a cabeça como se pedisse que eu continuasse- Vamos errar de novo, o negócio é aprender com eles. Acredito que você se arrependeu e aprendeu com o seu.

- Obrigado, Ino.- agradeceu, parecia mais calmo e relaxou os ombros.

Levantei, com a intenção de fechar a cortina e ver se ele adormecia. Desencostei da cama e senti sua mão pegar meu pulso, impedindo que eu saísse.

- Não vai embora, por favor.- pediu soltando meu pulso para não me machucar.- Não quero ficar sozinho.

- Vou esperar você dormir.- fui em direção a janela e fechei a cortina.- O Lee não vai voltar hoje?

- Vai ficar na casa do Guy, eles estão super empolgados com o negócio de shake.- acendi o abajur na escrivaninha- Você pode ficar na cama dele se quiser.

- Bom, a Sakura avisou que ia ficar na casa do Sasuke.- sentei na cama ao lado e Sai virou-se para mim.

Me acomodei, tirando a rasteirinha que usava para por minhas pernas para cima. O silêncio preencheu o lugar, mas não de maneira desagradável. Espiei de canto e Sai estava com as pálpebras fechadas.

Seguia virado para mim, envolvendo o braço direito no travesseiro. O sono começava a me tomar, precisava ir para o meu quarto logo. Suspirei, uns 20 minutos deviam ter se passado desde que ele me pediu para ficar. Deve estar sonhando a esse ponto.

- Ino.- ele me chamou num sussurro e me virei para escutar.

- Oi?- errei em calcular que ele estaria apagado.

- Posso te levar num encontro?- sua voz de sono se sobressaia, me arrancando um sorriso.

- Hmm, não sei.- me fiz de difícil, embora mal conseguisse encobrir o meu ânimo.

Consequências || Kiba x OcOnde histórias criam vida. Descubra agora