Capitulo 25 - sob um novo olhar

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Harumi

Abruptamente, o homem desceu do veículo e eu ganhei consciência de quem estava comigo: Naruto. Os punhos que ergui caíram e minha visão foi embaçada pelas lágrimas de alívio que soltei ao vê-lo. Eu pulei em seus braços sem pensar duas vezes e ele me acolheu, seu aperto era firme enquanto acariciava o meu cabelo para me confortar.

- Ei, eu tô aqui...o que aconteceu?- a preocupação era evidente em sua entonação.

Eu separei o abraço e o loiro limpou meu rosto molhado com seus dedos, ansiando por uma explicação decente.

- Longa história.- torci o lábio para o lado e franzi minhas sobrancelhas, eu estava exausta.

- E eu tenho tempo- sorriu sereno e eu suavizei o semblante- Vem, vamos sair da rua.- pegou meu braço cuidadosamente e me guiou até o carro.

Uzumaki abriu a porta para mim e afivelou o meu cinto, em outras ocasiões eu estranharia o tratamento infantil que estava recebendo. Hoje, entretanto, parecia um tanto quanto adequada a condição em que me encontrava e eu agradeci mentalmente por ele ter sido tão perceptivo.

- Aonde vamos?- indaguei assim que ele virou as chaves e iniciou o motor.

- Pra faculdade, você deve estar cansada.- ligou o rádio e ajustou o volume para som ambiente.

O "não" estava estampado em minha expressão quando o cinto me impediu de inclinar em protesto, Naruto assentiu em entendimento.

- Ok, vamos para outro lugar.- prometeu, pedindo que confiasse nele e eu recostei no banco.

Logo a paisagem ganhou movimento nos vidros que foram recentemente travados e pude vislumbrar a cidade bem iluminada.

Naruto era um bom motorista, apesar de correr um pouco...ele eventualmente desviava a atenção da estrada por alguns segundos para verificar se eu estava ok.

A tontura e o enjoo vieram rápidas, os efeitos colaterais da bebida estavam finalmente aparecendo. Decidi fechar os olhos e encostar na janela, pretendendo dormir para não acabar vomitando em seu carro.

Adormecer parecia fácil, cada articulação minha pedia pelo descanso e durante um intervalo curto de tempo, eu realmente consegui apagar.

Infelizmente, fui acordada pelos meus dentes que insistiram em grunhir de frio e sem querer incomodar, eu me abracei na tentativa de espalhar o calor em mim.

- Está com frio?- desligou o ar sem que eu precisasse confirmar e a música de fundo se tornou audível.

Era "animals- maroon 5" e assim, flashbacks indesejados invadiram a minha mente. A antiga memória da noite em que Kiba e eu dançamos eufóricos na boate me acarretou uma tristeza incapaz de suportar.

Por reflexo, eu pressionei o botão de on/off e o atrito dos pneus com a rua asfaltada tornou-se a única sonoridade presente. Estávamos parados no sinal, a rua quase deserta pelo horário.

- Desculpa, eu posso ligar de novo se você quiser.- ofereci, envergonhada pela minha falta de educação.

- Não, já estamos chegando.- me tranquilizou, gesticulando sob o volante.

Sabia que meu ato impulsivo não havia passado despercebido, a sua apreensão certamente cresceu com isso.

"Vai ser impossível escapar do interrogatório que me aguarda."

- Obrigada.- suspirei, deixando que uma lágrima discreta escorresse.

De fato, estávamos perto e não demorou até que estacionamos na calçada de uma casa. Senti meu corpo amolecer, minhas pálpebras pesarem pelo sono e tive certeza de que erraria todos os passos do trajeto com o salto que eu calçava.

Consequências || Kiba x OcOnde histórias criam vida. Descubra agora