Capitulo 2- o meu guia

1.4K 137 243
                                    

Harumi

- Você sabe que se dependesse de mim, nunca mais olharia na sua cara.- Kiba respondeu num tom ríspido, despejando um desprezo inconfundível ao articular a frase.

- Interessante, você transferiu todo o ódio que sente pela minha irmã para mim.- a loira ponderou, testando-o mais uma vez.

- Não, eu só reconheço que você é tão culpada quanto ela, Sarah.- revidou, cruzando os volumosos braços.

- Vou lembrá-la de te visitar, quem sabe assim você amolece.- Sarah fez ironicamente uma expressão de pena e depois soltou um sorriso.

- Bom, ela sabe bem que se tentar alguma gracinha vai se arrepender.- soltou os braços e abriu um sorriso perverso, chegando a ser um pouco animalesco.

Se arrepender? Do que será que ele era capaz de fazer? E quem seria a irmã de Sarah que causou todo esse atrito?

Tentando juntar as peças desse enigmático quebra-cabeça na minha frente, continuei a observar a cena e recolher os fragmentos que me ajudariam a decifrar quem era Kiba Inuzuka. Não podia evitar, era meu instinto jornalista falando mais alto que eu, Harumi Matsuno.

- Fala sério Inuzuka, você não assusta ninguém com essa.- ela revirou os olhos.

- Alguém quer fazer o favor de me explicar o que está acontecendo?- me intrometi, confusa.

- Não importa, já vou indo.- Kiba rumou para os dormitórios.

Quando ele tinha tomado distância o suficiente, Sarah resmungou:

- Que homenzinho difícil, meu deus!

Eu a fitei curiosamente, querendo entender o motivo do atrito entre eles.

- É melhor conversarmos sobre a peça com mais calma, em outro momento.- Sarah continuou, adivinhando a pergunta que eu estava prestes a soltar.

- Ok, vamos indo.- tentei suprimir as zilhões de dúvidas que me rondavam mentalmente.

Estava cansada, graças a Deus que hoje era sábado e as aulas só seriam iniciadas na segunda. Os quartos não ficavam muito longe da entrada, a grama continuava presente no solo e formavam um grande quadrado no centro, o campus.

Ao redor, o extenso território colegial se dividia em 4 torres e cada estrutura era composta por 5 andares. Em sua arquitetura, abusava-se do vidro, mas mantinha o ar profissional e elegante. Quase não tive tempo para admirar e só me contentei ao lembrar que ainda me restavam 4 anos até a formação.

Andamos para a torre 2, onde o alojamento de jornalismo situava-se no primeiro andar. Haviam poucas pessoas pelo corredor que tomamos, o que era normal já que a maioria preferia chegar com um dia só de antecedência às aulas. Amanhã eu provavelmente lidaria com mais movimento ao sair do quarto. Passamos por cerca de 7 quartos até pararmos no número 117, a Yamanaka me convidou a entrar primeiro depois de destrancar a porta branca.

O lugar era demasiadamente pequeno, embora ideal para duas pessoas conviverem confortavelmente. Duas camas de solteiro, uma porta que presumi que seria o banheiro, uma escrivaninha postada ao canto direito à porta principal e cômodas no fim de cada leito.

A janela que iluminava o local era coberta por uma densa cortina branca e decorada com um pequeno mobile de tsurus vermelhos. Pôsteres de artistas como "Panic! at the Disco", "Lana del Rey" e "Arctic Monkeys" compunham a parede onde minha colega apontou como sua.

- Lana, é? Acompanho ela faz um tempo também.- comentei, contente de ver que teríamos algo em comum.

- Ah sim, não sou tão ligada aos artistas japoneses. Nasci na Flórida e fui adotada há 5 anos pela família Yamanaka.

Consequências || Kiba x OcOnde histórias criam vida. Descubra agora