Capítulo 9 - Meu pequeno Serkan

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POV Serkan Bolat

No dia seguinte veio uma enfermeira diferente no meu quarto, perguntei sobre Eda e ela disse que estava de folga, que entraria na parte da tarde. Respirei fundo, me sentia ansioso, não queria sair dali. Logo depois veio mais três enfermeiros, duas mulheres e um homem com uma nova maca.

- Pronto Sr. Bolat? - A que veio com a maca perguntou.

Não consegui responder.

Pensei que seria diferente, pensei que eu não me sentiria invadido da maneira que estava. Eu poderia andar até uma cadeira de rodas e iria para o quarto, não que eles me mudariam de maca de nem ao menos me perguntaria o que era melhor para mim.

Realmente, Eda era uma enfermeira incrível.

Só a enfermeira que trouxe a maca perguntava de tempos em tempos se eu estava bem e eu respondia com um aceno de cabeça por pura educação. Tinha a sensação de ter visto ela antes, mas sinceramente são tantos rostos que eu não me importo muito se ela já foi no meu leito.

Estava em uma nova maca, com todos os monitores nos meus pés, eles colocaram uma máscara de oxigênio em mim por precaução a minha respiração. Disseram que eu estava ficando ofegante. Olhei para um grupo de enfermeiras em um balcão e vi Melo escrevendo alguma coisa, nossos olhares se encontraram e ela acenou, dando tchau. Eu acenei de volta.

Poderia considerar Melo como o segundo rosto importante nesse hospital, ela me alegrava quando Eda não estava, era desastrada e as vezes errava algumas coisas pequenas, porém, eu sabia que ela era uma enfermeira maravilhosa. Contudo, logo depois que passei por ela, voltei a encarar o nada, respondendo com um aceno a enfermeira que me perguntava se estava bem.

A decoração do quarto era uma tentativa com pouca verba de deixar tudo reconfortante, as paredes amarelas com pequenos sorrisos e mensagens incentivadoras deram um salto no meu mal humor. A minha direita tinha duas janelas que ia do teto ao chão pegando uma paisagem de Istambul que eu não me lembrava mais, um meio sorriso surgiu do meu rosto e em minha mente a voz de Eda "Por Deus, nem luz entra aqui.". Ela tinha razão, quem sabe um pouco de luz solar faria bem pra mim.

- Você gosta do Sol Sr.Bolat? - A enfermeira insistente perguntou e meu sorriso sumiu, somente assenti. Sentia que se eu falasse alguma coisa, ela poderia tentar puxar conversa e eu não estava no humor para conversar.

Os três enfermeiros conectaram os fios conectados a mim nos monitores do quarto, a enfermeira insistente tirou a máscara de oxigênio com uma delicadeza exagerada e eu evitei olhar para ela pois sentia que ela me encarava. Graças a Deus ela entendeu, porque parou de me olhar.

- Tudo bem, está instalado. Já sabemos de sua medicação, tem algo que eu possa fazer? - Ela deu um grande sorriso, com a luz solar percebi que seus olhos eram verdes.

- Me deixar sozinho. - Respondi sem hesitar, realmente estava de mal humor.

- Tudo bem. - Seus ombros murcharam, seu sorriso sumiu. - Se precisar de mim, só apertar o botão azul.

- Anotado.

Meu Deus, por que ela não sai?

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POV Eda Yildiz

A comida do hospital não era ruim, mas comer em casa me deixava tão feliz.

Passei a noite com minha tia e conversamos sobre tudo, quando ela perguntou sobre Serkan, eu somente respondi.

- Teve alta da UTI, vai para o quarto amanhã de manhã.

Chame de intuição ou sexto sentido, porém, eu sentia que ficaria melhor se não contasse para ela que eu não queria que ele fosse, e que, aparentemente, ele também não queria ir. Minha tia é uma pessoa maravilhosa, ela me criou quando meus pais morreram, eu a amo muito. Contudo, tem vezes que eu preciso ter os meus segredos.

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