Capítulo 10 - Você foi irresponsável

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POV Eda Yildiz

O dia foi cheio, depois que conversei com Efe eu não consegui parar um segundo. Aconteceu um acidente em uma rodovia importante de Istambul e algumas vítimas foram transportadas para cá. Eu, como chefe da UTI, tinha a obrigação de realocar alguns pacientes, pedir transferência para outros e fazer a minha unidade funcionar com todos presentes bem e estáveis. Se alguma coisa acontecer era culpa minha, então eu entrei em modo enfermeira total e acabei esquecendo um pouco de Serkan.

O que foi bom, de certa maneira, meu coração doía e minha cabeça já me lembrava que eu não podia ter relacionamentos com pacientes e logo eu focava em outra coisa. A maior dor foi quando percebi que o leito 12 estava preenchido, a vida estava seguindo e eu ficaria sem ele na minha.

Até que Efe me mandou uma mensagem:

"Ele está melhor depois da visita da mãe, mas alguns pontos cardíacos ainda estão instáveis e ele ainda está sendo grosso com as enfermeiras. Por favor, pelo bolo de chocolate da Janta."

Eu não pude conter minha risada ao final da mensagem, Efe sabia como me conquistar. Tirei 1 hora de intervalo antes da janta para passar com Serkan, quando sai da UTI, botei um timer em meu celular com esse tempo, para não passar dos limites.

Para uma enfermeira que passa seu dia todo na UTI, andar no hospital às vezes é estranho, tem dias que entramos quando está sol e saímos quando está de noite. Não conheço algumas equipes dentro do hospital, se alguém nunca pisou dentro da unidade, eu não sei quem é.

Serkan estava no andar de recuperação de cirurgia, ele precisava de um tempo no hospital por causa de seus pulmões e Efe queria ele perto para qualquer alteração, como essa, já que ele ainda tinha poucas esperanças para Serkan. Depois fiquei sabendo pelo fisioterapeuta que ela também queria ele internado até recuperar 5% de sua força muscular, Serkan era um homem bem definido, com braços e pernas cheio de músculos e perder a forças que ele tinha antes seria um desastre. Ele vai ter que fazer fisioterapia por pelos menos 3 meses depois da internação para recuperar toda a força.

Cheguei ao andar e acenei para alguns enfermeiros que conhecia, um deles bufou em alívio e conversou com as outras enfermeiras, ele sabia da minha relação com Serkan.

Dei três toques na porta de seu quarto.

- Entre. - Ele respondeu em tom alto, abri a porta e a fechei atrás de mim.

- Fiquei sabendo que um certo paciente anda sendo muito grosseiro com as enfermeiras do andar da cirurgia. - Falei com um sorriso no rosto, em tom de brincadeira.

- Eda.

Seu tom de voz demonstrou alívio, nossos olhos de encontraram pelo primeira vez e eu vi o quanto ele estava me esperando, o que pode me fazer mal, pois eu teria que seguir com a minha vida. Meu coração estava acelerado de novo e minha cabeça gritava "Você não pode ter relacionamento com paciente! VOCÊ NÃO PODE TER RELACIONAMENTO COM PACIENTE!"

Respirei fundo e calei essa voz por um momento.

- Serkan, quer me explicar o que está acontecendo? - Me aproximei lentamente dele e a cada passo parecia que meu coração ia pegar vôo com a velocidade das batidas, a corrente elétrica também chegou, me puxando para cada vez mais perto dele.

Eu preciso ser profissional.

- Me desculpe, eu sei que são suas colegas, mas....eu....eu....- Ele tentava dizer algo e o alguma coisa dentro dele o impedia. Foi chegando mais perto que eu percebi que ele estava suado.

- Te deram banho hoje? - Perguntei em tom profissional.

- Sim, não foi uma enfermeira, foi minha mãe. - Ele respondeu confuso. - Eda, estou feliz que veio.

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