Capítulo 14 - Namorada?

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Duas semanas se passaram desde que fiz a barba de Serkan e nossa conexão aumentou ainda mais. Todos do hospital nos chamavam de casal, todos sabiam que, de alguma forma, nós tínhamos algo e eu não ligava mais muito para isso.

Recebi outra denúncia "anônima" de que estava passando tempo demais fora do meu local de trabalho. Porém, Efe respondeu por mim dizendo que eu estava auxiliando ele com um paciente que precisava de cuidados especiais, estava sofrendo de Síndrome do Coração Partido e eu precisava ajudar ele. Minha chefe não me incomodou mais.

Passava uma hora por dia com Serkan, no mesmo horário, antes de jantar. Líamos juntos, cuidava dele, e na última semana fui encarregada de fazer mais exercícios de fisioterapia com ele, pois ele estava se recuperando bem e a fisio queria ele de alta logo.

Serkan recuperou toda a força do braço e andava com a ajuda de muletas. Quando ele não queria ficar no quarto comigo, nós íamos caminhar pelo hospital. Eu sempre ficava uma mistura de sentimentos quando via Serkan conquistando mais um obstáculo, chegando mais perto de sua recuperação. Triste por ele estar perto de ir embora, feliz por ele estar se recuperando. Um certo dia, ele me prometeu que quando ele tiver alta, vai vir me visitar todos os dias.

E nós finalmente poderíamos ser algo mais.

A mãe dele vinha e trocava as roupas da mala toda semana, lavando e trazendo-as na outra semana com um cheiro gostoso de lavanda. Não tive a oportunidade conhecê-la pois o horário que eu o encontrava, a mãe dele já tinha passado. Eu me sentia nervosa em relação a ela, Serkan me contou que ela sabe de mim e principalmente, sabe da gente.

- O que ela pensa de mim? - Cobri os olhos nervosa.

- Ela está extremamente feliz que eu estou feliz e não vê a hora de te conhecer. - Eu sentia o nervosismo por todo meu corpo.

Ter alguém que sabe que você existe e não conhecer ela é aterrorizante.

- Quando acha que vamos nos conhecer?

- Quando eu tiver alta talvez? - Serkan disse.

- Não tá ajudando. - Ele riu de minha face nervosa.

Um certo dia Melo me contou que a mãe dele era uma mulher poderosa, loira, com roupas chiques e postura ereta.

Eu fiquei mais assustada.

Melo também me disse para não me preocupar com Balça, pois elas duas conversaram. Eu não me atrevi a perguntar como foi a conversa, mas Balça me olha com raiva toda vez que nos encontramos no andar da cirurgia.

Eu me sentia mais leve, o peso da preocupação de perder o meu emprego foi substituído por alegria e companheirismo por ter os meus amigos me ajudando. Era perceptível a minha mudança de humor, mesmo sem dizer as palavras certas em voz alta, eu sentia que me sentia completa com Serkan, ele preenchia uma parte de mim que eu não sabia que precisava.

- Não tivemos mais desastres neste hospital desde esse bom humor. - Efe disse um dia rindo.

Hoje, quando assumi o plantão - no horário do almoço - a fisioterapeuta disse que a alta de Serkan foi liberada, que ele iria embora de noite e se eu quisesse ver ele, teria que ir o quanto antes. Quando eu recebi a notícia, meu coração congelou, todo o meu corpo ficou frio.

O dia que ele iria embora havia chegado e, mesmo com toda a preparação e a consciência que eu sabia que esse dia iria chegar. Eu não estava preparada.

Corri para o quarto dele.

Quando cheguei, ele estava sentado na maca, parecia estar se exercitando. Ele me viu e sorriu, seu sorriso não era o mesmo, era um sorriso triste.

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