Capítulo 25 - O que está acontecendo?

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POV Eda Yildiz

O dia foi estressante.

Passei o dia encaminhando pacientes e recebendo aqueles que chegavam. Mal consegui comer ou falar com Serkan, não conseguia ver nem ao menos Melo. Descobriram no final da tarde que o acidente não foi criminoso, foi uma falha em um dos barcos, que ao tentar frear colidiu com outros dois barcos. Infelizmente eram 2 barcos pesqueiros e um de passeio, o que deixou esse tanto de gente machucada.

Graças a grande administração do hospital, conseguimos receber todos os pacientes encaminhados para cá. E os que precisavam de UTI foram todos muito bem recebidos.

Estava assinando os papéis de admissão dos últimos pacientes quando meu estômago roncou revoltado por não ter recebido alimento o dia inteiro, ao mesmo tempo, em minha mente veio a imagem de o bolo de morango que vendia na cafeteria da frente.

A cafeteria onde encontrei, provavelmente Kaan.

Não contei sobre esse encontro ao Serkan pois percebia que ele já estava muito preocupado com a minha segurança. Preocupado até demais eu diria, se eu contasse que talvez Kaan esbarrou em mim numa cafeteria, ele me trancaria em casa e não deixaria receber visitas. O que é muito para mim, me impediria de ser quem eu sou e de fazer o que eu amo, que é a enfermagem, o ato de cuidar.

A imagem do bolo de morango ficou forte na minha cabeça, meu estômago roncou novamente e agora minha boca criava saliva de desejo.

- Droga. - Falei em protesto.

Como eu sairia do hospital?

Terminei de assinar os papéis e andei para a janela do andar que estava. A vista para a cidade era limitada, porém, se olhar para baixo, eu conseguia ver a entrada principal do hospital. Serkan mandou policiais disfarçados como eu tinha requisitado, uma grande SUV preta estava no estacionamento com dois homens dentro, por causa do acidente eu não tive a oportunidade de conhecê-los para caso aconteça algo, mas agora eu desejava fugir dali.

Vai entender não é mesmo.

- Dadá? - Melo chegou por trás, sua face parecia confusa, seu olhar acompanhou o meu. - O que está acontecendo?

- Aquela SUV está com dois policiais que Serkan colocou aqui por medo de achar que eu corro perigo. - Melo arregalou os olhos.

- É por causa daquele homem?

- Talvez. - Falei envergonhada. - Mas, eu não contei pra ele, ele acha que estão me vigiando.

- Meu Deus. - Melo falou, ela olhou mais uma vez para eles pela janela, depois olhou para mim.

- Muito bem, estamos seguras, ninguém vigiando, mas o que estamos fazendo aqui.

- Eu quero fugir. - Melo me olhava como se quisesse me entender. - Eu não comi nada o dia todo e eu não sei explicar, mas eu quero o bolo de morango da cafeteria neste exato momento e eu sei que se eu descer eles vão me seguir e eu não quero que isso aconteça. Não quero ninguém olhando pra mim Melo, quero que seja normal.

- Normal, como antes de um traficante estar atrás de você? - Melo falou lentamente, tentando entender.

- Sim, me ajude.

- E se eu comprar pra você? - Melo perguntou.

- Eu quero pegar um pouco de ar.

- Dadá você não me ajuda. - Melo protestou. - Sou sua salvadora por acaso?

Fiz a minha famosa cara de pidona, formei um bico com os lábios e disse com a voz mais doce que consegui.

- Sim.

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