Capítulo 24 - Ninguém vai perder ninguém

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POV Serkan Bolat

Naquela noite, depois que eu e Eda conversamos, minha mente ficou repetindo pequenas ações dela durante a noite, mostrando o quão ela ficou insegura com toda a situação de ter alguém vigiando-a e de como aquilo poderia afetá-la.

Não gostei de como me sentia, pesado, culpado, quase que como eu tivesse estragado parte da vida dela por conta de meu trabalho. Porém, não deixei esse sentimento me abalar, como tudo em minha vida, transformei em motivação para pegar Kaan, quanto mais cedo eu o pegasse, mais cedo superamos isso e mais cedo ela teria sua vida normal de volta.

Era só isso passar.

Dormi mal, senti falta de Eda ao meu lado na cama e senti falta dela me confortando, trazendo palavras boas, que me façam lembrar de quem sou. Acordei cedo e fui logo para a delegacia procurar maneiras de achar Kaan.

Alguns dos depoimentos que li trouxeram informações pertinentes, ele anda na parte mais luxuosa da cidade, entra em clubes e bares e quer pagar para todo mundo, conquista e sem medo nenhum de esconder quem é, porque não tinha ninguém a altura dele que pudesse combatê-lo, mas isso mudou agora.

Eu teria que mudar toda o meu plano, talvez começar do zero. Acompanhar sua rotina, falar com meus informantes, tentar traçar uma rota e pegar ele desprevenido.

Daria certo, eu só tenho que agir antes que ele faça alguma coisa com Eda.

- Bom dia. - Escutei interrompendo meus pensamentos, Ferit vinha com um grande sorriso no rosto, dois cafés na mão e uma disposição que me irritava.

Ferit tentou me conquistar de todas as maneiras possíveis nas primeiras semanas que trabalhamos juntos, fazia perguntas sobre a minha vida, sobre o que aconteceu, sobre Eda, até que eu impus limites a ele e disse que ele nunca seria Engin.

- Mas não estou tentando ser Engin, estou tentando ser o Ferit na sua vida. - Lembro que me disse.

E desde então ele diminuiu o ritmo, faz gestos aqui e ali que mostram que eu posso confiar nele. Me entregou o contato de um informante dele, me ajudou com alguns documentos. Eu não sei, talvez eu esteja sendo menos duro com ele. Talvez eu possa permitir essa amizade.

- Bom dia. - Respondi. - Bem-vindo.

- Obrigado Serkan.

- Já tenho um trabalho para você. - Falei enquanto ele deixava sua bolsa em sua mesa, me trazendo o café.

- Assim?

- Sim.

- Diga. - Ele me entregou o café e eu agradeci com um aceno. Café preto, sem açúcar, ele realmente estava tentando me conquistar.

- Preciso que busque essa placa de carro, estava ontem rondando o hospital e eu tenho certeza que são capangas de Kaan porque quando cheguei, eles fugiram. - Entrei o papel com as anotações que fiz, Ferit fez uma cara de espanto.

- No hospital? O que eles queriam fazer ali?

- Acho que querem fazer algo com Eda, para me atacar. - Respondi.

- Sua namorada? Caramba Serkan, ainda bem que chegou a tempo. - Ele pegou o papel e foi para a sua mesa. - Não sei o que poderia ter acontecido.

- É. - Foi tudo que consegui responder. A minha mente trazia o sentimento de culpa de novo, me deixando pesado, até que uma lembrança surgiu em minha cabeça.

- Ferit, você namora?

- Solteiro Serkan, por que? - Ferit perguntou curioso.

- Porque as amigas de Eda querem conhecer policiais. - Falei sorrindo, me lembrando de como Eda me pediu em nossa ligação antes de ir dormir.

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