Capítulo 23 - Por que é tão teimosa?

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POV Serkan Bolat

Depois que li todos os documentos, anotei todas as informações que achei de alguma forma importante, chamei Eda para jantar e ela aceitou. Parecia estar cansada pelo telefone, um pouco ansiosa também, o dia deve ter sido difícil.

Peguei meu carro e fui em direção ao hospital, quando cheguei meu corpo todo arrepiou e minha intuição parecia gritar em alerta, algo estava errado ali. Dentro do carro, comecei a olhar pela porta principal do hospital, muitos carros, muita gente entrando e saindo, um movimento normal em um hospital, até que percebi.

Dois homens entraram e logo depois saíram e ficaram olhando para o hospital, como se quisesse adivinhar qual andar seria alguma coisa, perto deles tinha um carro preto com mais um homem olhando o cenário.

"Eda" Meu subconsciente gritou e eu precisei de alguns minutos para me acalmar.

Kaan estava livre por aí e sabia o que tinha acontecido comigo, ele só não sabia como estava observando Eda, sua rotina, seu local de trabalho.

Meu corpo enrijeceu como um robô, meu coração batia tão rápido que dificultava a minha respiração, eu estava tendo um ataque de ansiedade por medo de perder Eda. Em minha mente vinha meu sonho, no galpão, onde ela me dizia que eu tinha medo de perde-la. Sim, eu tinha e não iria deixar as coisas assim.

Sai do carro de supetão, quase quebrei a porta ao bater, os homens perceberam e descaradamente saíram correndo em direção ao carro, o que arrancou, deixando fumaça no hospital. Confirma minha intuição e ansiedade, eram homens do Kaan e planejavam fazer alguma coisa, planejavam, do verbo não planejam mais.

Enquanto caminhava em marcha lenta para a porta do hospital, tentava me acalmar. Uma onda de culpa invadia meu corpo, por meter Eda nisso, por expor ela assim e por medo de acontecer alguma coisa com ela e saber que a culpa vai ser minha.

Eu não iria aguentar outra perda em minha vida.

Ela já estava lá quando eu cheguei, mexia no celular, mandando mensagem para alguém. Quando me viu, ela sorriu, mas logo desfez o sorriso, preocupada.

- O que houve? Você está pálido. - Ela disse se aproximando, sua mão veio em minha testa, confirmando que eu estava suado. - Serkan. - Ela perguntava de novo.

- Estou bem. - Menti. - Vamos? Estou com fome. - Tentei sorrir, mas saiu um meio sorriso.

Eda me olhou de uma maneira em que eu podia ver em seus olhos que ela sabia que eu estava mentindo, mas que ela iria aceitar minha resposta por enquanto. Logo depois ela ficou pensativo, parecia indecisa, não entendi por que e estava ansioso demais para perguntar.

- Vamos. - Ela também deu um meio sorriso, pegou em minha mão e fomos em direção ao carro.

Todo o caminho foi em silêncio, a alegria dela de abaixar o teto, dançar com as músicas do rádio foi substituída com um silêncio ensurdecedor e ela com o olhar no vidro fechado. Eu estava ficando incomodado com aquilo, culpado por ela estar assim. Porém, a maior parte de mim sentia que eu devia protege-la acima de tudo, uma raiva era algo que eu conseguia consertar depois. A vida dela não.

- Vou colocar policiais para vigiar o hospital. - Anunciei sem hesitar. Eda pareceu acordar de um transe.

- O que?

- Ali não é seguro, está aberto para qualquer um entrar.

- Claro que é está aberto para qualquer um entrar Serkan, é um hospital! - Eda gritou, seu rosto demonstrava confusão.

- Por favor, só aceite.

- Não. - Ela falou. - Isso assusta as pessoas, elas vão ali para ser cuidadas. Você sabe que temos que cuidar de uma pessoa independente do que aconteceu, não é? Uma viatura vai assustar os pacientes.

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