Capítulo 27 - Eu te amo, me desculpe

2.1K 236 75
                                    


POV Eda Yildiz

Sabe aquele momento na vida em que se você pudesse voltar no tempo, você iria e agiria diferente?

Eu estou assim.

Repensando a todo momento se torta de morango era tão necessário assim, se ir na cafeteira sozinha foi tão esperto assim.

Repensando.

Parte de mim sempre dizia que não adiantava mais ficar condenando minhas atitudes uma vez que eu já estava aqui. Presa. Sequestrada.

Em minha defesa, eu estava estressada depois de um dia maluco no hospital, desejando um doce específico para me acalmar e conseguir resistir ao final do plantão. E não, eu não queria ser escoltada por policiais, desde o momento que Serkan colocou policiais para vigiar a porta do hospital eu achei que era um grande exagero dele. Tivemos nossa primeira briga de casal por causa disso, eu queria bater o pé, mas depois que ele aceitou os meus termos, eu aceitei os dele para deixá-lo mais feliz e calmo.

Não achei que era perigoso assim.

Depois de três homens me rodearem perto de um beco eu acordei dentro de uma cela. Tenho uma cama para dormir, um vaso sanitário para necessidades e recebo duas refeições ao dia.

Sim, duas.

No começo eu também não entendia, me deixar passar fome, mas depois do que Kaan fez com Serkan eu entendi. Ele queria que eu, de alguma forma, sofresse para que Serkan ficasse abafado. Tentei gritar, tentei mostrar para Serkan que estava bem, que ele iria me achar, que eu confiava nele. Porém, com a mordaça na minha boca, tudo que ele ouviu foram os gritos.

Chutei a parede em frustração quando a imagem de Kaan rindo veio em minha cabeça.

No telhado, uma pequena fenda de luz me indicava o dia e a noite. Eu passava a maior parte do tempo sentindo frio, vestindo só o pijama do hospital. Eu sempre aproveitava aquela luz como podia.

Era o que estava fazendo agora, comi meu café da manhã, e estava de pé. Com os olhos fechados, aproveitando cada fragmento de luz que conseguia.

- Com frio? - A voz irritante do guarda que botaram para me vigiar, me tirou do transe. 

- Aproveite seus últimos dias de sol enfermeira.

Ignorei. Usando toda força de vontade que tinha.

Eu não podia deixar aqueles homens me abateram. Sempre que Serkan me dizia sobre o seu trabalho eu ficava abatido por medo de ferirem a ele, mas agora, eu usava minha força para que Serkan não fosse abatido. Eu sentia, de alguma forma inexplicável, eu sentia que a minha energia chegava a dele. Meu coração acelerou os batimentos, todos os pelos de meu corpo se arrepiavam e eu segui o que senti que deveria dizer.

- Eu te amo. Me desculpe


--

POV Serkan Bolat

Aquela dor em meu coração de novo.

Estou na casa de minha mãe, ela me chamou para jantar numa tentativa de me acalmar. Honestamente eu só fui porque era minha mãe.

Mas a dor veio, como no dia que Eda foi sequestrada. Veio tão forte que eu gemi de dor.

- Serkan? - Minha mãe se assusta. - Você está bem Querido? Seyfi! - Ela gritou.

Ela se aproximou de mim e ofereceu sua mão, eu peguei recuperando minha respiração. Seyfi veio correndo estabanado com um copo de água.

- Vamos para o hospital. - Minha mãe tentou me levantar.

You're in love I EDSEROnde histórias criam vida. Descubra agora