Capítulo 26 - O que você quer?

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Minha visão voltava aos poucos, meus sentidos também. Sentia algo no meu rosto que liberava ar para mim, logo concluí que era uma máscara de oxigênio. Estava sem camisa, com vários cabos ligados ao meu peito. "Pi...pi...pi" do monitor cardíaco era algo que eu me acostumei. Em meu braço eu podia sentir o acesso venoso que fizeram para alguma medicação.

Conseguia ver dois corpos ao meu lado, um alto e outro baixo, pisquei inúmeras vezes para que minha visão se adaptasse ao que estava em minha frente. Melo estava pura preocupação, suas mãos estavam entrelaçadas em forma de oração, Efe estava ao lado dela com uma prancheta.

Quando consegui vê-los claramente, minha mente se lembrou do que aconteceu.

Eda

Eda sumiu

Kaan está solto

Eda pode ter sido pega por Kaan.

Eu preciso sair daqui

Fiz força para levantar e meus sentidos me traíram ao ficar tonto.

- Serkan. - Efe me empurrou de volta para a maca. - Você precisa ficar calmo.

- Eda. - Foi tudo que consegui falar, iniciando uma crise de choro em Melo. Ela se virou, ficando de costas para mim. Efe foi ao seu lado tentar confortá-la, depois de poucos minutos voltou-se para mim.

- Você lembra o que aconteceu? - Efe perguntou.

Forcei meu cérebro a se lembrar, dores no peito, corrida para o hospital, falo com Melo, Melo tem uma crise de choro e diz que Eda sumiu por duas horas.

- Sim. - Falei com a voz abafada dentro da máscara. - Efe, Eda está em perigo.

Efe bufou, inquieto.

- Serkan, eu sei, mas eu não posso te liberar assim. Você teve uma crise de pânico, seu coração errou algumas batidas causada pelo grande nível de cortisol. Eu preciso monitorar isso.

Respirei fundo, tentando ser racional.

- Olha, a cada minuto que eu fico aqui e mais um minuto da Eda com aquele filho da puta do Kaan. Ela está correndo perigo, ou você me tira daqui ou eu vou fugir. - Tentei ser racional, mas falhei ao perceber que a minha voz estava uma mistura de desespero com raiva.

Efe ficou quieto, parecendo não saber o que fazer, qual decisão tomar. Direcionei meu olhar para ele, tentando passar o meu desespero e que eu tinha que ir atrás de Eda. Efe se concentrou em meu olhar e pareceu entender.

- Deixa a medicação fluir. 10 minutos, é tudo que eu to te pedindo. - Ele finalmente respondeu, derrotado. - E por favor encontre Eda.

Assenti.

- Melo. - Ela se assustou. - Preciso que me conte o que aconteceu.

Melo me contou cada detalhe, como o dia foi cheio para elas por causa do acidente. Elas passaram o dia separadas e quando Melo achou Eda, ela desejava por bolo de morango e queria que não fosse percebida pelos policiais pois não queria tratamento especial.

- Ela disse que queria ir normalmente. - Melo comentou com lágrimas descendo em seus olhos.

- Eu não sei porque aceitei ajudar ela. Me ofereci para ir no lugar dela, mas ela disse que queria pegar um ar. E aí eu tive a ideia de ela ir pela entrada das ambulâncias que é na lateral do hospital. - Melo fungou.

- No momento eu nem me toquei de que esse Kaan poderia estar seguindo ela desse jeito, depois de uma hora meu coração doeu, depois de duas horas eu estava chorando e você chegou. - Ela limpou o nariz. - Serkan eu sinto muito. Eu deveria ter ido.

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