Capítulo 17 - Meu coração está com você

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POV Eda Yildiz

Em alguns momentos da vida, momentos como esse, eu odeio ser uma boa enfermeira. 

Acordei sozinha com o amanhecer do sol e eu podia ouvir meu celular vibrando no andar de baixo por causa do alarme programado para se arrumar para o plantão. "Você pode dizer que vai faltar." Uma parte de mim dizia. "Combinamos não estragar nossa carreira por causa de homem, não é mesmo? LEVANTA!" Minha parte profissional falou e eu resmunguei, querendo que Deus arrumasse minha escala milagrosamente e hoje eu teria folga.

Olhei para Serkan, ele estava com o corpo direcionado para mim, com o seu braço esquerdo em cima da minha cintura, ele dormia pacificamente.

"LEVANTA! Você deixa um bilhete para ele." Meu lado profissional gritava e eu resmunguei mais uma vez, Serkan se mexeu depois de meu resmungo e congelei, não queria acordá-lo. 

Não, eu queria acordar junto com ele, fazer café e passar uma manhã de preguiça na cama. "Mas..." Silenciei a parte do meu cérebro profissional e fiquei lutando entre levantar ou não. Até que o celular no andar de baixo tocou mais alto e Serkan se mexeu mais uma vez.

- Merda. - Sussurrei com raiva. Peguei o braço de Serkan de minha cintura delicadamente e coloquei na cama, ele virou para o outro lado com o movimento e eu aproveitei para sair da cama.

Peguei a blusa polo de Serkan no chão para cobrir meu corpo, pois aquele tanto de janela e porta de vidro ainda me incomodava. Desci as escadas descalça e achei meu celular quase criando vida na mesa de centro e o desliguei imediatamente.

- Eu odeio você. - Olhei para o celular que ainda mostrava na tela "Levantar para plantão". 

- Eu amo meu trabalho, mas hoje eu odeio você. - Falei novamente, resmungando por ser uma adulta responsável.


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POV Serkan Bolat

Acordei com a sensação de dormência em meu braço esquerdo, estava com o corpo totalmente virado para o lado esquerdo e fiquei confuso, normalmente eu durmo do lado direito para meu coração bater melhor.

De repente as memórias da noite passada vieram à minha cabeça. Os beijos, a pele dela, seu cheiro, ela insegura pela porta de vidro, beijando minhas cicatrizes, nossos corpos juntos. Senti os pelos do meu braço ficarem todos de pé só com as lembranças, a corrente elétrica caminhando pelo meu corpo lentamente, como se estivesse feliz também por tudo que aconteceu.

Ontem foi a melhor noite da minha vida.

Finalmente Eda e eu podíamos nos amar sem as preocupações do hospital, eu não era mais um paciente e ela não era mais a minha enfermeira. Eda podia demonstrar seus sentimentos sem sentir medo de perder o emprego, parte de mim, uma pequena parte, agradecia por tudo que tinha acontecido. Pois sem aquela noite, eu não teria levado tantos tiros de Kaan, não teria ido ao hospital e não tinha conhecido Eda, e principalmente, não teria descoberto nossa conexão.

"Tem coisas que a medicina não pode explicar." Lembro de Efe falando e sorrio de olhos fechados, era para acontecer, nossas almas tinham que se encontrar e ficar juntas. Em muitos anos eu nunca me senti tão completo, Eda me fazia sentir coisas que nunca senti, me fazia ter alegria quando não tinha, me fazia correr atrás de coisas que antes não corria, eu quero mostrar para Eda que sou um bom homem, quero que ela sinta orgulho de mim.

Com os olhos fechados, levei meu braço direito ao lado dela da cama, devagar, para não assustá-la e acabo me assustando quando sinto os lençóis e o colchão.

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