Parei de correr pelos corredores quando as pessoas as quais eu não conhecia começaram a me olhar esquisito, eu estava chamando atenção e não estava gostando. As lágrimas caiam sem parar, a sensação era que o choro se tornou uma bola dentro de mim e que precisava sair, com isso eu não impedia, em uma tentativa de me sentir melhor.
Eu nunca tinha me sentido assim, humilhada, questionada, duvidaram de meus métodos, duvidaram de mim. "Você sempre teve tanto cuidado.", meu subconsciente dizia. Era verdade, meu maior medo era que alguém pensasse que eu tinha passado dos limites com Serkan, sempre fui cautelosa com ele.
"Sempre, sempre?" Meu subconsciente perguntou e jogou flashbacks de momentos vividos com ele, era um toque a mais em seu rosto, um olhar que demorava além do normal, a sensação de que minhas pernas não tinha força quando ele falava algo fora do comum. Não, não era sempre, mas tenho a consciência de que fiz aquilo para ele ficar bem, não tinha mentido para a minha chefe, eu fiquei mais próxima dele para ele não se sentir sozinho.
Meu subconsciente jogou a conexão que sentia com Serkan, quando briguei por ele por medo de não aguentar a cirurgia, ou quando pedi para ele respirar bem por 24 horas pois queria ver ele acordado. Não, eu nunca tinha feito isso com pacientes antes.
Então eu não sabia porque estava tratando Serkan daquele jeito.
Estava andando sem rumo pelo hospital quando vi Melo no refeitório, comendo um lanche e conversando com algumas pessoas, nossos olhares se encontraram e ela logo demonstrou preocupação. Entrei no refeitório e me sentei em uma mesa, afastada de onde ela estava e esperei.
- Dada, o que aconteceu? - Ela perguntou, sua voz mostrava sua preocupação.
- A Senhora Yildirim veio falar comigo hoje. - Falei com uma alegria cheia de ironia, Melo ficou imóvel. - Faz cinco minutos na verdade.
As lágrimas não paravam de cair, uma de cada vez, encharcando meu rosto e pescoço.
- Aparentemente. - Continuei com a ironia. - Alguém denunciou a minha relação com o Serkan, dizendo, e eu coloco aspas aqui. - Fiz aspas com as mãos. - que eu e ele tínhamos uma relação extra oficial.
Melo abriu a boca em choque.
- Aposto que foi a Balca.
- Quem? - Nunca tinha ouvido aquele nome.
- Uma enfermeira da manhã, ela queria ficar com Serkan, até tentou conversar com ele um dia que você estava de folga, mas ele falou que quem cuidava das coisas dele era você.
- E por isso ela me denunciou? - Minha indignação só aumentava.
- Dada, minha flor, já ouviu falar em recalque?
Pela primeira vez as lágrimas pararam de cair.
Dentro de mim estava uma mistura de tristeza, com choque e indignação. Como alguém tão infeliz poderia interferir em algo tão bonito? O que ela tinha a ver com aquilo?
"Mas ela não é importante, você nem sabe quem é!" Meu subconsciente gritou e eu balancei a cabeça, tentando focar no problema.
- Bom, o que importa agora é que eu preciso ser mais profissional com o Serkan, não posso mais dar esses deslizes.
- Como assim? - Melo perguntou.
- Esquecer essa história de "não precisa ficar sozinho" e fazer apenas a minha obrigação.
Nesse momento senti uma dor repentina e enorme no meu braço, tirei a mão em defesa e reclamei automaticamente.
Melo estava me dando um beliscão.
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You're in love I EDSER
FanfictionCapa: @FanficEdser no twitter " You're in love, true love" Serkan Bolat é o melhor detetive que o departamento de Polícia pode ter, em uma missão contra traficantes de drogas ele cai em uma emboscada e acaba sendo baleado, com isso, ele passa um te...