Capítulo 8 - Ela é incrível

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POV Serkan Bolat

Os dias eram longos e rotineiros naquele hospital. Eu acordava e Eda logo vinha com as medicações da manhã, ela me limpava e trocava os curativos em meu rosto. No começo eu sentia vergonha por estar tão vulnerável, mas Eda me ajudou a passar por aquilo, me fazendo entender que era um processo e logo iria melhorar. Depois que Eda vinha, a fono vinha e eu fazia exercícios para a minha fala, o que foi algo que também me assustou, não conseguir falar e sentir a dor que eu sentia na garganta, era amedrontador para mim.Na parte da tarde era a vez da fisioterapeuta, ela fazia exercícios nos meus braços, nas minhas pernas e para eu respirar melhor.

Ir acompanhando a minha evolução foi algo que me deixou orgulhoso, não conseguia falar e hoje já falo normalmente. Já consigo andar alguns metros e fazer a minha limpeza, hoje, o que me atrapalhava era a respiração. Pelo que entendi, o dano em meus pulmões foi tão grande que eles estão em um processo lento de recuperação, contudo, era um milagre eu estar em recuperação.

Não estar sozinho nesse momento me ajudou a passar por tudo isso, ter Eda ao meu lado me deu forças para continuar. Quando ela falou que eu não deveria passar por aquilo sozinho me senti acolhido, como se todo o vazio dentro de mim estivesse completo.

Não todo, sua maioria.

Eu ainda precisava lidar com a morte de Engin, falar com Piril, assumir a culpa que tenho em sua morte. Eu não merecia estar vivo e Engin morto, tinha que ser ele no meu lugar, porém, passar por isso com Eda ao meu lado era mais fácil seguir em frente. A sua voz doce e o seu toque arrepiava partes do meu corpo que não entendia, a necessidade de ter ela ao meu lado aumentava ao passar dos dias. Eu precisava repetir para mim mesmo ao decorrer do dia que Eda tinha outras obrigações além de cuidar de mim, pois eu queria ela limpando os meus ferimentos, fazendo carinho em meu rosto o dia todo.

Eu entendia o que eu sentia em relação a Eda, mas eu sabia que não podia me entregar de primeira.

Eu não lembrava o que tinha acontecido comigo, mas lembrava de minha vida lá fora, porém, a grande verdade é que eu não sentia nenhuma falta do que me esperava lá fora. Nem ao menos meu trabalho o qual sempre me dediquei.

Eu só tinha que contar para Eda e tudo estava resolvido.

Estava perdido em meus pensamentos e ela abriu a cortina de meu leito. Seus olhos estavam rosados, um pouco vermelho, ao redor de seus olhos estavam inchados.

Ela tinha chorado.

- Eda, o que houve? - Perguntei preocupado. Ela sorriu, um meio sorriso, seu olhar estava baixo, evitando olhar diretamente para mim.

- Eda. - Chamei novamente, tentando fazer ela olhar para mim. Ela não olhou.

- Problemas hospitalares. - Ela finalmente falou, sua voz estava fraca. - Esqueça Serkan, vai passar.

Eda sempre tinha a tendência de esconder seus sentimentos de mim, não entendia se era pelo local de trabalho ou se era uma forma de se proteger.

- Eu vim aqui te contar uma novidade. - Ela sorriu, seu sorriso queria demonstrar felicidade, mas eu conseguia ver o cansaço e tristeza em seus olhos de um pós-choro.

- Diga. - Falei ansioso.

- Você vai ter alta da UTI, vai para o quarto! Sua recuperação foi tão boa que agora só precisa recuperar seus pulmões! - Eda parecia feliz.

- O que? - Minha primeira reação foi choque.

- O Doutor Efe vai vir aqui mais tarde te explicar o que falta, mas ele mesmo me falou que você vai para o quarto amanhã.

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