Anatomia do Amor

Epílogo

É interessante a maneira como o ambiente muda ao ser inserido pessoas novas nele, seja no cheiro, nas cores, nos itens que são adicionados e nos sons que ecoam pelos cantos.
Quando Santana foi morar com Brittany, automaticamente o quarto mudou se adaptando ao visual da nova agregada. Alguns quadros, lençóis, edredom, almofadas e uma Snixx emburrada, além do porta retrato ao seu lado da cama no criado mudo, com a foto dela e de Brittany, luminária e desperador. Também tinha seu violão no canto do quarto. Com a chegada de Scooby, se via a lavanderia quase em formato de um mini canil, só que mais ajeitado. Potes com ração e água enfeitavam o local, além da cama pequena, que agora não servia de nada, já que o animal estava enorme.
A sala da casa, ganhou mais fotos da família, e as almofadas que antes eram destruídas, agora permaneciam um tanto intactas. A casa de Brittany teve muitos moradores, idas e vindas, chegadas e partidas, mas cada um deles deixou uma marca por lá. Novos membros sempre seriam bem vindos, principalmente com um quarto sobrando.

- Sarah, já escolheu sua roupa ?

- Sim mamãe Brittany - a pequena se olhava no espelho com os olhinhos satisfeitos ao admirar-se. Usava um cachecol rosa, touca roxa no estilo girafa com partes mais claras, com duas trancinhas caidas de cada lado, casaco vermelho, vestido cinza, legging e botas vermelhas.

- Uauu, mas você está estilos demais. Que linda - Brittany falava ao abrir a porta do quarto da filha. Tinha que concordar com Santana, Sarah puxou todo o jeito da loira ao se vestir, bem coisa de filha mesmo.

- Que horas a mamãe Santana vai chegar? Eu tô ansiosa .

- Daqui a pouco ela estará aqui, meu amor. Vem, vamos tomar nosso café da manhã e esperá-la.

As duas foram para a cozinha aonde Scooby já esperava deitado próximo a uma cadeira. Sarah o chamou e afagou suas orelhas, beijando o topo da cabeça, quase ganhando uma lambida. Sentou-se ao lado de Brittany e se serviu com uma boa porção de cereais e leite. Após ajudar com a louça, Brittany lavava e Sarah secava, meio atrapalhada, mas fazia questão de ajudar sempre, foi para o sofá assistir desenho. As imagens passavam coloridas demais, porém Sarah não conseguia se prender aquilo. Olhava o relógio a cada minuto e nada de Santana chegar. Foi para a janela, voltou ao sofá, ouviu um barulho, foi a janela novamente e nada, alarme falso. Pegou o telefone do gancho, igual uma mocinha aos 6 anos e discou o número que sabia de cor.

- Tia Quinn... Oi... É a Sarah.

- Oi Sarah, aconteceu alguma coisa?

- Quero falar com a Isis.

- Claro - Era meio óbvio que ela queria falar com Isis, sua melhor amiga. Sarah só ligava para isso - Vou chamar para você. - E Sarah ouviu a voz de Quinn soar mais alta chamando a filha e seus passos se tornaram alto - Oi Sarah

- Isis... tô agoniada.

- Ela ainda não chegou?

- Não Isis. - suspirou - Isso demora tanto assim ?

- Demora demais, eu acho.

- O que eu faço agora Isis ? - sua voz saiu um tanto manhosa para a amiga

- Vamos falar em forma de canção o sistema circulatório.

- Vamos .

Brittany fitava a filha em pé com o telefone na mão, cantarolando todo o sistema circulatório que ela e Santana ensinaram, após uma curiosidade da pequena, e ela então ensinou a Isis, e isso se tornou algo só delas quando estavam agitadas demais e precisavam de acalmar, ou ansiosas demais, como Sarah estava desde quando acordou. Ao cantarem por três vezes, desligaram a ligação e Sarah nem se deu conta que o carro da mãe havia acabado de estacionar na garagem. Quando ouviu a chave abrir a porta principal, deu um pulo do sofá.