CAPÍTULO 21 - O HERDEIRO DE SLYTHERIN

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Silêncio.

Havia apenas silêncio naquela câmara comprida e mal iluminada. A única coisa que se escutava eram os passos de Draco e Harry, enquanto eles andavam pelo lugar, temerosos, a procura de qualquer sinal do basilisco ou Gina. O feitiço de iluminação ajudava-os a enxergar ao menos um pouco naquela câmara enorme.

Os dois sonserinos se entreolharam rapidamente, vendo algumas colunas aparecer à frente deles, parecendo separa-los de outra parte da câmara.

— Cuidado ao passar — Harry empurrou Draco de leve enquanto sussurrava, indicando para ele ir primeiro.

— Folgado e covarde — Draco resmungou, passando pela coluna.

— Fale baixo!

Abaffiato. Satisfeito?

— Você já está craque nesse feitiço, hein — Harry comentou. — É o único que sabe fazer?

— Você não vai querer saber — O loiro o respondeu, o olhando feio. — Venha logo.

— Tudo limpo?

— Venha logo, Potter.

Resmungando baixinho, o moreno passou pelo mesmo lugar que o amigo. Ouviram outros barulhos do outro lado da câmara. E estava ficando mais claro conforme andavam.

Nox — Draco desligou o feitiço de iluminação e Harry estava prestes a fazer o mesmo, até ver uma cabeleira ruiva no chão e um pequeno corpo encolhido e imóvel. A varinha caiu da mão dele enquanto arregalava os olhos.

— A Ginny... — ele cutucou Draco e indicou a garota.

— Puta merda — O outro xingou, puxando Harry consigo para checarem os sinais vitais dela. — Vá pegar sua varinha, Potter, podemos precisar dela. Weasley? Ginny Weasley? Acorde.

A balançava, mas a garota não se mexia. Checou seu pulso e sentiu o coração bater em batidas fracas. Era péssimo em fazer patronos, conseguira uma única vez na vida; não por falta de poder, e sim por falta de memórias felizes. Tinha, sim, momentos de felicidade que poderia usar, no entanto, nunca foram fortes o suficiente para ajudá-lo no feitiço tão complicado que era o Expecto Patronum. Mas poderia tentar fazer um para avisar alguém sobre Ginny.

— Ela não vai acordar — uma voz que com certeza não era de Harry surgiu atrás dele e Draco se virou para ver, tirando o Abaffiato.

Um garoto alto, de cabelos negros, o observava encostado à coluna próxima de Harry. Ele o olhava piscando freneticamente, confuso, pois o garoto tinha os contornos borrados, como se estivessem o enxergavam através de uma janela embaçada.

— Devolva minha varinha — Harry ordenou, olhando o garoto andar despreocupadamente para lá e para cá.

— Acho que não — ele sorriu em pura provocação.

— Tom Riddle — Draco revelou entredentes. — Um fantasminha que vive na câmara de Hogwarts. O que você quer?

— Prefiro o termo 'lembrança', obrigado. O que quero? Vocês já vão descobrir. Esperei muito para finalmente vê-los. Não imaginam o quanto.

— Por quê ela está assim? — Draco apontou pra Gina, ignorando a fala anterior do Riddle. — O que houve com ela?

— É uma pergunta interessante — Tom disse em um tom casual e agradável. — É uma história bem comprida, na verdade. A senhorita Weasley está assim porque abriu o coração e contou tudo sobre ela para mim...

Os dois EleitosOnde histórias criam vida. Descubra agora