CAPÍTULO 4 - QUADRIBOL

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As aulas no dia seguinte começaram excepcionalmente bem.

Draco não estava com o melhor dos humores, Harry sabia. O loiro havia acordado com o rosto inchado e corado por ter dormido abraçado ao moreno, mas Harry não se importou. Se isso significou que ele dormiu melhor, tudo bem.

Eles teriam aulas de voo e Harry estava ansioso. Sirius havia o ensinado a jogar quadribol. Naquele dia, seu padrinho chorou enquanto mostrava a Harry uma foto de James jogando o esporte. Disse ao afilhado que seu pai estaria tão orgulhoso dele se o visse. O coração do garoto apertava no peito só de pensar nisso. Queria tanto ter conhecido seu pai. E sua mãe também.

Lembrar disso o fez lembrar de Draco. Ele também não conheceu sua mãe e seu pai era horrível. Decidiu tentar conversar com ele novamente.

— Hey, Malfoy — chamou, sorrindo minimamente. — Ansioso pra aprender quadribol?

— Sim — foi tudo que ele respondeu, sem expressão alguma no rosto. — E você?

— Olhe, você precisa contar o que aconteceu. Você está triste, eu sei disso, eu vi. Não adianta esconder de mim, eu vou descobrir de um jeito ou de outro — exigiu Harry. Manipulação era o que restava para descobrir de uma vez por todas.

— Eu estou bem, Potter — sussurrou Draco. — Eu vou te contar, mas não agora. Podemos apenas fazer a droga da aula?

Harry suspirou e concordou com a cabeça.
Eles seguiram para o campo de quadribol, onde a Madame Hooch, uma professora de cabelos curtos e grisalhos e olhos amarelos como os de um falcão, os esperava.

— Vamos, o que estão esperando? — perguntou com rispidez. — Cada um ao lado de uma vassoura. Vamos, andem logo.

Eles obedeceram. Harry infelizmente não pôde levar sua Nimbus 2000 para o campo, então usou a vassoura oferecida pela professora. Draco parou ao seu lado, impassível.

— Estiquem a mão direita sobre a vassoura — mandou Madame Hooch diante deles. — Agora...

Ela não precisou terminar. Draco mal tinha esticado o braço e a vassoura já estava em sua mão. Harry sorriu de canto e estendeu a mão, fazendo o mesmo. A classe e a professora olharam os dois atônitos.

— Ah... pra quem não... bem, é só fazer o que o Sr. Potter e o Sr. Malfoy fizeram. E digam "Em pé!" — Ordenou a professora.

Então todos gritaram "EM PÉ". Algumas vassouras não subiram de jeito nenhum, como de Neville Longbottom.

A professora os mostrou, depois, como se segurar na vassoura, a como não escorregar. Quando chegou a hora de pegarem impulso e voarem, Neville voou à quatro metros e ficou branco de medo. Ele tremia e voava, cada vez mais alto; Harry viu-o exclamar, escorregar de lado para fora da vassoura e cair com um estrondoso baque. A vassoura continuou voando e se perdeu no caminho da Floresta Proibida. Madame Hooch correu até Neville.

— Pulso quebrado — murmurou ela. — Levante-se menino. Nenhum de vocês vai se mexer enquanto levo este menino ao hospital! Ou vão ficar tantos dias em detenção que escreverão "quadribol" na lousa até que suas mãos se transformem em vassouras e saiam voando.

Os dois se distanciaram e Harry teve uma ideia.

— Malfoy, eu sei o que pode te animar — contou Harry, animado. O loiro voltou-se à ele com o olhar curioso. — Sabe voar?

— E você sabe, Potter? — Retrucou Draco, o olhar divertido.

— Aposto que mais do que você.

— Ah, é? Veremos!

Os dois EleitosOnde histórias criam vida. Descubra agora