CAPÍTULO 8 - ACIDENTE

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A volta às aulas veio rápido quando acabaram os feriados. Mais uma partida de Quadribol se aproximava. Desta vez, Sonserina contra Lufa-Lufa. Harry tentara animar Draco, que por algum motivo estava desanimado. Por mais que insistisse, o loiro não queria contar o que havia acontecido.

— Vamos lá — Harry empurrou-o levemente, com os materiais de Quadribol de Draco nas mãos. — A Sonserina vai ganhar e então vamos sair comemorando e até fazer alguma travessura. Que tal?

Draco só balançou a cabeça, sem olhar para Harry.

— Ok, Malfoy, chega. Pode por favor me dizer que diabos aconteceu?

Draco encarou-o. Por um momento, Harry viu raiva cintilar em seus olhos tempestuosos, enquanto seu rosto ficava vermelho e o peito subia e descia rapidamente. Uma pressão se fez presente no ar, alguma coisa forte, como magia. Era magia, de fato.

— O quê...

Os materiais de Draco voaram da mão de Harry para o chão com agressividade. A luz acima deles piscava freneticamente.

— Você quer saber? Ótimo — Malfoy praticamente gritou, e uma das únicas lâmpadas de Hogwarts estourou, cacos de vidro voaram para todos os lados. Harry arregalou os olhos enquanto olhava seu amigo. A magia estava vindo dele. — Eu machuquei Dora. Eu me odeio por isso.

Então tudo parou, enquanto Draco deixava lágrimas de raiva invadirem seus olhos.

— Você... eu tenho certeza que não foi culpa sua — Harry garantiu, tentando decidir se se aproximava ou se afastava.

— É claro que não, Potter — respondeu Draco com ironia. Depois suspirou e falou entredentes: — Eu explodi um maldito vaso e um dos cacos quase matou Dora. Cortou seu braço e se não fosse pelos feitiços de cura que Tia Andy sabe, poderia ter acertado alguma veia e ela se machucaria de verdade. Eu odeio isso. Eu odeio ter tanta magia a mais e não saber como controlar. Você não sabe o quanto eu odeio.

Harry ficou sem palavras. Como, há quanto tempo isso acontecia?
— Como você tem tanta magia?

— Na noite que minha mãe morreu... eu tive um acesso e acabei... — Draco engoliu em seco. Então, explicou detalhe por detalhe à Harry. Desde sua mãe, até a poção que toma sempre.

— Como... eu nunca tinha percebido. Mas não importa. Você é normal, você é um ótimo bruxo e é apenas isso que importa — disse o moreno, convicto. — Não foi sua culpa aquilo com Dora, foi um acidente, e ela sabe disso, eu posso garantir. Você vai aprender a controlar, eu prometo.

Draco olhou-o atentamente, sem saber o que dizer.
— Obrigado?

— Não há de quê. Agora, reparo — disse o feitiço em voz alta, e a lâmpada quebrada voltou ao seu lugar, consertada. — Vamos ao seu jogo de quadribol.

Voar fez Draco se sentir melhor. As manobras, cada mínimo movimento que fez com a vassoura o fez bem.A Lufa-Lufa jogava bem, mas não foi um desafio para ele e seus colegas sonserinos, que davam seu melhor no jogo. Hermione, Ron e Harry estavam na arquibancada, torcendo por ele. E em pouco tempo, viu o objeto dourado voar perto de Snape, que estava apitando o jogo. Com um mergulho rápido e olhares assustados de Snape, que provavelmente pensou que Draco iria acerta-lo, desviou e pegou o pequeno pomo. Uma sensação engraçada da vitória passou pelo seu corpo antes de erguer o pomo, mostrando a todos. Havia ganhado. Os gritos na arquibancada começaram, de festejo principalmente.

— Eu disse! — Gritava Harry diversas vezes na arquibancada, enquanto pulava com os sonserinos, Hermione e Ron. Isso melhorou o dia de Draco, que desceu da vassoura para ir ao encontro deles, feliz de novo.

Mais tarde, enquanto os quatro desciam à cozinha para comer algo, ouviram Snape conversar com alguém. Trocaram olhares, resolvendo ouvir a conversa.

— ...Não sei por que você quis se encontrar logo aqui, Severus...

— Eu quis manter o encontro sigiloso — ele respondeu com a voz gélida. — Afinal os alunos não devem saber sobre a Pedra Filosofal.

Ron arregalou os olhos.

— Já descobriu como passar por aquela fera de Hagrid?

— M-M-Mas, Severus, eu...

— Você não quer que eu seja seu inimigo, Quirrell. Vamos ter outra conversinha em breve. Descubra com quem está sua lealdade, de fato.

Os quatro correram para um quarto próximo para se esconder enquanto Snape saía.

— Era Snape o tempo todo! — Ron exclamou.

— Sh! Abaffiato — Harry disse, para que ninguém os ouvisse. — Droga, ele provavelmente está trabalhando com Voldemort.

Hermione e Ron estremeceram diante do nome. Draco só assentiu.

— E deve estar coagindo Quirrell a fazer o mesmo.

— O que vamos fazer? — Ron perguntou. Hermione parecia estar em um debate consigo mesma.

— A Pedra só está segura enquanto Quirrell resistir à Snape? — Ela perguntou, alarmada.

— Então estará desaparecida logo — disse Ron.

— Não enquanto nós pudermos fazer alguma coisa — Harry falou.

Os dois EleitosOnde histórias criam vida. Descubra agora