CAPÍTULO 15 - ACUSAÇÕES

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— Minha gata! Minha gata! O que houve com Madame Nor-r-ra?!

Filch abriu caminho entre os alunos, que não se sabe muito bem de onde surgiram, e encarou horrorizado sua gata pendurada na parede.

Seus olhos imediatamente pousaram em Harry.

— Você! — Gritou. — Você! Você assassinou a minha gata! Vou matá-lo! Vou...

Draco pôs-se na frente de Harry, que o olhou indignado.

— Se eu fosse você, teria cuidado em acusar alguém de algo tão grave — o loiro sibilou, mesmo que sua expressão fosse misteriosa e não mostrasse suas verdadeiras emoções.

— Acalmem-se, acalmem-se — o diretor Dumbledore interrompeu-os e soltou Madame Nor-r-ra de onde estava pendurada. — Venha comigo Argo, e os senhores também, Sr. Potter, Sr. Malfoy, Sr. Weasley e Srta Granger.

Lockhart deu um passo para frente.

— Minha sala é a mais próxima, diretor, fica logo ali...

— Muito obrigado, Gilderoy.

O amontoado de alunos se afastou para deixá-los passar. Uma vez na sala de Lockhart, todos ficaram em silêncio para ouvir o que o diretor diria, enquanto ele examinava e cutucava a gata.

— Ela está petrificada — disse, olhando-a.

— Foi ele! Ele fez isso! — Filch apontou para Harry furiosamente, que estava prestes a retrucar e mandá-lo a algum lugar bem ruim quando Dumbledore o interrompeu.

— Tenho certeza que nenhum aluno do segundo ano pode fazer tal feitiço de magia das trevas — o diretor analisava todos ali com seu olhar sereno e curioso.

— Eles sabem! O amigo ruivo deve ter contado que... que sou um aborto! — O zelador explodiu em lágrimas.

— Se me permite, diretor — Snape se pronunciou pela primeira vez. Draco o olhou feio. — Talvez estes garotos só estavam no lugar errado na hora errada.

Os quatro se entreolharam surpresos. Snape dizendo algo para ajudá-los?

— No entanto, há algumas perguntas a se fazer — ele completou, os olhos brilhando em algo indecifrável. — Por que é que estavam nesse corredor do andar superior? Por que não estavam na Festa das Bruxas?

Draco praguejou baixinho.

— Estávamos na festa do fantasma Nick, ele e mais outros fantasmas podem confirmar isso! — Ron os defendeu, bravo.

— Mas por que não foram para a Festa das Bruxas depois? Por que decidiram subir para o andar superior? — Snape continuou questionando-os. Uma pequena ventania se formou ao redor de Draco, que cerrou os punhos.

— Não fizemos coisa alguma — ele sibilou, a máscara de serenidade ainda escondendo sua raiva, mas Dumbledore olhava-o curiosamente notando o ar mágico que ele liberava. — Não encostamos um dedo nessa gata. Posso jurar por Merlin ou pela minha mãe, e mesmo que o fizesse, ninguém tem provas para nos incriminar.

Os professores ficaram em silêncio por um instante.

— Inocentes até que se prove o contrário — concordou Dumbledore. Snape ficou furioso, e Filch também.

— Machucaram minha gata! Quero que alguém seja castigado! — Ele berrou.

— Iremos curá-la com ajuda da Professora Sprout e Severus — garantiu Dumbledore.

— Posso ajudar também, devo ter feito o antídoto da petrificação tantas vezes que sei de cor e salteado... — Lockhart disse, agitando a varinha por algum motivo.

— Perdoe-me mas temo que já exista um professor de poções nesta escola — Snape falou devagar, o tom de voz incrivelmente frio.

— Vocês podem ir — Dumbledore disse aos amigos. Eles se viraram e saíram.

Sem falar nada durante todo o caminho para suas respectivas casas, os quatro se perguntavam o que de fato havia acontecido.

Nas semanas que se seguiram só se ouvia falar da "câmara secreta", boato que fora espalhado por um dos sonserinos e incentivado com uma garota da Corvinal que confirmava toda a teoria a partir de livros antigos que tinha na casa dela. Uma pequena briga entre os alunos se tornou algo grande, pois cada vez mais esses boatos se espalhavam e ficavam piores, chegando a dizer que muitas pessoas morreriam.

Quando a história ficou pior do que Harry poderia assimilar naquele momento, ele puxou Draco mais cedo para o dormitório, sem explicar nada para Ron e Hermione, pegou um pergaminho e uma pena e pôs-se a escrever.

— O que está escrevendo? — O loiro franziu o cenho, tentando ler.

— Vou explicar a história aos meus pais e espero que eles digam o que está acontecendo — respondeu Harry, escrevendo rapidamente e o mais detalhadamente possível.

— Certo... se eles não contarem eu vou fazer o mesmo e perguntar sobre à minha tia — Draco sentou-se ao lado de Harry e passou a ler a carta que ele escrevia, mesmo que a letra estivesse difícil de se compreender pela rapidez que o moreno estava escrevendo.

"Padfoot, Moony, preciso de ajuda.
Não é algo muito sério como o episódio do ano passado, mas alguns dias atrás a gata do zelador foi petrificada e havia uma mensagem com algo que parecia sangue na parede dizendo sobre a câmara secreta estar aberta. Desde então um bocado de histórias têm surgido, coisas como monstros, mortes e petrificações de pessoas com sangue trouxa, entre muitos outros absurdos. Então preciso saber a história verdadeira. Se o conheço bem, Moomy, você deve saber sobre. Por favor me contem sobre e, se for verdade, como devo agir. Amo vocês e até.

PS: não se preocupe muito, Padfoot, estou bem.
~ Little Prongs."

Draco franziu o cenho mais uma vez, curioso.

— Esses apelidos... eu já vi em algum lugar — comentou, semicerrando os olhos enquanto pensava.

— O Mapa do Maroto — Harry sorriu.

— O quê! Seus padrinhos criaram? E... se você assinou como Little Prongs... seu pai... — As peças se encaixaram aos poucos e Draco entendeu tudo. — Mas e quanto a Wormtail?

A expressão de Harry caiu.

— Ele... foi Peter Pettigrew — suspirou. — Mas, sim, eles criaram juntos o Mapa. E os apelidos são muito úteis para não saberem quem está mandando a mensagem e para quem.

Logo em seguida, assobiou, e em poucos instantes Edwiges apareceu no quarto, obedientemente esperando pela carta. Harry jogou um petisco para ela e amarrou o pergaminho em sua pata, instruindo-a antes da coruja sair voando.

— Devo te chamar de Little Prongs também? — Draco brincou, enquanto eles se arrumavam para dormir.

— Se quiser — Harry deu de ombros. — Mas então terei que te arrumar um apelido também.

Draco fez uma careta.

— Vemos isso depois, então.

— Vou contar sobre a carta à Ron e Mione quando meus pais responderem — Harry bocejou.

— Certo. Boa noite, Potter.

— Boa noite.

Os dois EleitosOnde histórias criam vida. Descubra agora