Capítulo 5

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No dia seguinte, acordei cedo, porque coloquei meu celular pra despertar (ele tinha que servir pra alguma coisa né?) e me levantei pra me arrumar pra ir a cidade. Na roça, só passa ônibus duas vezes por dia, uma sete horas da manhã indo pra cidade e outro retornando às quatro horas da tarde. Peguei o ônibus cedo e cochilei até chegar na cidade. Desci na cidade e peguei um ônibus de viagem pra cidade vizinha. Cochilei de novo até que chegamos na cidade grande. Peguei um táxi até a faculdade que eu iria e sentei na espera da secretaria da faculdade aguardando ser chamada. Enquanto isso aproveitei para matar a saudade das redes sociais. Abri meu WhatsApp tinha mais de mil mensagens de grupos e dos meus amigos e crushs. Digitei no grupo das minhas amigas:

"Prepara que amanhã tô chegando pra minha festa de despedida, arrumem tudo aí e convidem a galera, incluindo  os crushs ein? Hahaha.. Saudades enormes!!"

Resolvi tudo lá na faculdade, peguei a transferência e peguei outro táxi para voltar a rodoviária. Comprei uma passagem pra capital e fiquei aguardando o ônibus, ainda respondendo o povo no WhatsApp. Era muita novidade pra pouco tempo! 

Entrei no ônibus e fiquei pensando nessa semana que passara com meus primos que mais me apeguei:  Denis de 16 anos, um novinho assanhado e falante, seu irmão Jeff, de 21 anos, um roceiro tímido que trabalhava com o pai no campo, Lia, de 25 anos, que era professora do colégio de lá, doce e meiga, Maya, de 20 anos, foguenta e doida, que fazia faculdade na cidade vizinha, no mesmo lugar onde onde eu faria, inclusive iríamos juntas no ônibus de estudante que a prefeitura disponibilizava (devido a cidade não ter faculdades), tinha também a Kate, de 27 anos, irmã da Maya, que tinha dois bebês gêmeos mais lindos do mundo que eu fiz de bonecos esses dias, além dos outros trinta primos que ainda não tivemos muito contato ainda, por pouco tempo. A doidinha da Maya me chamou para uma festa na associação no sábado para me enturmar com a galera, mas como eu vou voltar para a capital não poderei ir, não nesse. Enfim, foram dias de saudades, mas de muita hospitalidade e histórias para nos aproximar, eu estava bem feliz até então.

Cheguei na rodoviária de destino e meu pai estava me esperando lá, por incrível que pareça. Havia ligado pra ele antes de sair da rodoviária de lá e ele se prontificou a me buscar. Só não sabia ele que eu não ficaria em sua casa e sim, na casa da minha amiga Michele, que era no mesmo condomínio. Mas quando ficou sabendo não fez muita questão, acho que é porque a nova mulher dele já deve estar lá. Aff!

Cheguei na casa da Michele por volta das nove horas da noite da sexta-feira e ela ainda não havia voltado da faculdade. Abracei os pais dela que estava com saudades também e eles me indicaram ir tomar um banho para descer e jantar com eles. Fui prontamente fazer o que me pediram e quando sai do banho dei de cara com minha amiga gata! Nos abraçamos por alguns minutos e fomos para o quarto por o papo em dia, até que a tia nos chamou para jantar. 

No dia seguinte levantei cedo e fui até a faculdade resolver minha situação, logo consegui a transferência e de lá fomos até o shopping almoçar e fazer umas comprinhas. Meu pai havia me dado um novo cartão, de uma conta que abriu conjunta minha com minha mãe, prometendo que todo mês faria um depósito para nos manter lá na roça bem. Aproveitei pra já gastar um dinheirinho, como sempre e passar um tempo com minhas amigas.

Quando chegamos na casa de Michele, fui pega de surpresa com a galera toda lá me esperando pra festa de despedida e a casa dela ja toda arrumada para tal. Fiquei feliz com o carinho de todos e aproveitei para dançar muuuuito... já que não curtia beber.

Peguei um boyzinho gaaato que Hugo havia levado, mas não me prendi a ele o restante da festa. Dei logo um perdido e voltei a dançar. Nunca fui de me prender a ninguém, os caras que achava que gostava eram mais velhos e populares e não gostavam do meu tipo de garota, mimada e besta. Os bobos que eu pegava era só pra passar o tempo, quando eles queriam grudar eu pulava fora.

Enfim, curti ao máximo a festa e os amigos até ficar com as pernas bambas de tanto dançar e pular, feito doida.

Só durmi depois que todos foram embora, só restando eu, Michele e seu crush Hugo que dormiria lá, pois os pais dela foram viajar para um hotel fazenda e não estavam em casa. Deixei os dois namorando na sala e subi para tomar banho e apagar no quarto.

No domingo eu iria embora cedo, pois deveria chegar lá de dia ainda, já que meu tio iria me buscar, porque não tem ônibus aos domingos e feriados. Minha amiga ainda dormia abraçada ao Boy magia dela, só dei um beijinho em sua testa e fui para porta esperar o táxi que pedi.

Cheguei na casa dos meus avós já anoitecendo e meus primos estavam lá me esperando pra contar as novidades.

Da Cidade Para RoçaOnde histórias criam vida. Descubra agora