Passei a semana inteira tentando não pensar em John e em tudo que ele me fez, mas era inevitável. Estava com medo dele ir ao noivado de seu tio com minha mãe, mas acho que ele não será tão cara de pau, né?!
Sai do trabalho no sábado correndo pra pegar o ônibus para a roça. Dei de cara com John com cara de cachorro que caiu da mudança. Fiquei ali parada feito idiota, com coração acelerado, parecia que tinha corrido a maratona.- Anne, como você está? Desculpe aparecer assim do nada, é que precisava te ver... - dizia John ao aproximar-se.
Enquanto ele falava, meu pensamento voou longe, voltando para cena dele com Lola na cama e meus olhos se encheram de lágrimas e o ódio que estava se dissipando voltou com tudo dentro de mim naquele momento. Eu tinha que sair de perto dele pra não ceder a tentação de matá-lo com um golpe de "mata leão" que aprendi na academia, quando a frequentava. Virei as costas e o deixei falando sozinho. Primeiro, porque não queria chorar em sua frente, pois estava prestes a explodir em lágrimas de ódio. Segundo, para não virar homicida, pois a vontade que eu tava de matá-lo era crescente. Não tinha ouvidos pra mais nada, só lembranças. Ele, como um cão arrependido veio atrás de mim, implorando minha atenção.
- Anne, por favor, a gente precisa conversar. Não faz isso comigo, eu te amo demais! - disse ele tentando alcançar meus passos apressados e com voz de choro.
Virei pra trás o fazendo bater de frente comigo, ficando perto demais e me deixando sem ar.
- Sai! Pára! Eu não quero conversar com você! Não quero te ver, não quero te ouvir, quero que você suma, entendeu John? Me deixe em paz! Você não me ama porr# nenhuma, porque quem ama não faz o que você fez e não tem perdão! Só... Me deixa! - disse aos gritos chamando atenção de todos ao redor, mas nem aí pra nada, só queria vomitar as palavras que me sufocavam e fazer John sentir pelo menos um terço do que eu senti quando o vi com outra na cama.
- Anne, me perdoa! Vamos conversar melhor, por favor! Eu preciso te explicar o que houve, pelo amor de Deus amor, me escuta! - implorava John enquanto eu ainda estava ali em sua frente sem reação depois do show que dei.
- John, preciso ir. Não venha atrás de mim, por favor, só me deixa em paz! - disse virando as costas e indo correndo em direção a rodoviária, pois estava prestes a perder o ônibus e não conseguir realizar a festa surpresa tão planejada para o noivado da minha mãe.
Quando cheguei a rodoviária para minha tristeza o ônibus tinha acabado de sair. Eu estava tão revoltada, chateada, em Pânico que não tive outra reação a não ser sentar na beira do meio fio e por pra fora todo o choro que segurei em frente a John. Despejei ali na rua mesmo toda minha frustração por ter pego John no flagra, por vê-lo e perceber que ainda o amo como antes e não poder tê-lo, pelo que ele me fez e não tem perdão. Estava misturando esse sentimento com a derrota de não conseguir ir pra roça ajudar a arrumar a festa surpresa pra alegria da minha mãe, pois teria que ligar pra Jeff vir me buscar e esperá-lo, chegaria lá na hora da surpresa, pois Louise só chegaria por volta de 17h e nesse horário tio Joseph reservou para fazer o pedido e nós que armamos a festa, para mostrá-los nossa surpresa e ver a alegria deles. Estava me sentindo tão mal que só conseguia chorar de cabeça abaixa e me sentir uma completa idiota!
- Vamos comigo, eu te levo. Não quero vê-la chorar, parte meu coração em mais pedaços do que já está! - disse John bem próximo. Levantei a cabeça e percebi que ele estava abaixado em minha frente com a aparência de cansado.
- Não precisa, vou ligar pra alguém vim me buscar. Eu não preciso de você pra nada, John. - disse magoada e secando as lágrimas.
- Eu sei que não precisa, mas eu preciso de você. Nem que seja com raiva de mim, querendo me matar e não me perdoando por agir como um completa idiota com você, mas só quero estar por perto. Por favor, deixa eu fazer isso por você, prometo não abrir a boca até chegar lá. Não quero te ver triste mais! - disse John pegando na minha mão e eu só assenti, pois queria chegar lá a tempo e não tinha conseguido falar com ninguém lá.
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Da Cidade Para Roça
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