Por John:
Estava vivendo uma rotina totalmente diferente da roça, a única semelhança era que acordava cedo, porém dormia tarde. Estava exausto, passava boa parte do dia na faculdade, ao qual entrei no meio do semestre e tive que correr contra o tempo para conseguir nota com os professores para prosseguir e passar nas matérias. Fiz um grupo de estudos com os colegas de turma e durante os intervalos estudávamos mais um pouco, foi o que me salvou. Saia da faculdade e enquanto estava indo para casa, caminhando pela orla, conversava com minha morena espetacular. Estava morrendo de saudades daquela patricinha metida que arrematou meu coração. Nos falavamos todo santo dia por chamada de vídeo, só quando ela ia para roça que nos falavamos só pelo telefone. Mesmo assim não era suficiente para matar as saudades que sentia dela, não via a hora de vê-la, abraçá-la e tocá-la, fazendo arrepiar-se. Ela era meu mundo, em tão pouco tempo se tornou tudo pra mim, estudava e trabalhava para me tornar um homem que a merecesse, o homem que seu pai disse que ela precisava e me tornaria em breve. Estava trabalhando feito um louco, todas as noites e nos finais de semana, o dia todo para ganhar horas extras e poder tirar um final de semana para ir visitar meu cantinho e meus amores. No trabalho era cansativo, a Lola, minha gerente, não saia do meu pé. A Anne tinha razão em ter ciúmes dela, porque ela me dava mole direto, mas eu não cedia, porque amo minha morena de todo coração e seria incapaz de traí-la.
Chegou a sexta-feira e eu não estava muito animado, pois trabalharia o final de semana como um louco para no outro poder ir visitar minha vida. Fui para faculdade normalmente e quando estava no intervalo vi uma mensagem de Anne, dizendo que não poderia falar comigo, pois trabalharia até mais tarde, achei estranho, pois ela sempre dava um jeito, mas achei melhor não atrapalhar. Resolvi então ligar para minha irmã para matar um pouco da saudade, já que Anne não poderia falar comigo.- Oi maninha linda, já saiu do trabalho? Te atrapalho? - falei assim que Chloe atendeu.
- Oi meu amor! Que saudades de você! Você nunca atrapalha! - respondeu Chloe amorosa.
- Também estou com saudades! Como estão as coisas por aí? Estão todos bem? - perguntei puxando assunto.
- Sim, eu estou bem. Só a Anne que não tá bem hoje, né? Tem notícias dela? - perguntou Chloe me deixando preocupado.
- Como assim, Anne não tá bem? O que ela tem? - perguntei com a voz alterada de preocupação.
- Ué pensei que já tivesse falado com ela hoje, desculpe não queria te deixar preocupado. Não deve ser nada demais então, ela só não foi almoçar comigo e com Lisa, pois disse não estar passando muito bem, mas já deve ter melhorado, se acalma. - explicou Chloe.
- Não falei com ela, pois disse que trabalharia até mais tarde. Mas não me falou que estava passando mal, agora fiquei preocupado! Pode me passar o número da loja? Vou tentar ligar pra lá, já que ela deve estar trabalhando e deve ter desligado o celular, pois não vê o WhatsApp desde que me mandou mensagem cedo. - respondi.
- Ah sim, claro, vou te mandar aqui pelo whatsapp assim que desligarmos. Beijos pra você e fica bem! Me manda notícias de Anne, por favor! - disse Chloe se despedindo.
Quando Chloe desligou logo mandou o número da loja que Anne trabalhava e disquei o número da loja, ainda preocupado com minha morena.
- Alô, boa tarde! Clair falando. - disse uma voz feminina do outro lado.
- Alô, boa tarde, Clair. Aqui é John, namorado da Anne, poderia falar com ela, por favor? - disse.
- Ela saiu mais cedo hoje com o Martin. Acho que foram viajar, pois estavam com malas, os dois. - disse Clair me deixando sem resposta do outro lado da linha. Só desliguei sem nem agradecer pela informação.
Não podia acreditar que Anne estava fazendo uma coisa dessas comigo. Mentiu pra mim dizendo que trabalharia até mais tarde e estava indo viajar com aquele filho da put#! Bem que percebi que estavam mais próximos ultimamente, pois ela sabia a vida dele toda em pouco tempo e eu avisei tanto a ela que ele não valia nada pra ela fazer uma coisa dessas comigo? Estava arrasado! Fiquei com tanto ódio que achei melhor nem ligar pra ela pra saber o motivo dessa cachorrada, ela morreu pra mim a partir do momento que mentiu, me traiu, dessa maneira, tendo oportunidade de me falar que não me queria mais, mas não. Ontem quando nos falamos ela parecia tão apaixonada ainda, assim como eu, babaca, me declarando e já devia estar tudo planejado. Capaz dela pensar que vai viajar com aquele idiota e depois voltar como se nada tivesse acontecido e continuar me enganando! Mas chega! Não quero vê-la em minha frente nem pintada de ouro! Preciso me acalmar, vou pra casa tomar um banho e pegar mais cedo no restaurante. Preciso tomar umas cachaças pra esquecer aquela miserável! Assim que fechar o restaurante vou mergulhar na "mardita" pra pelo menos hoje tentar esquecer aquela menina que destroçou meu coração!
Foi exatamente isso que fiz, fui trabalhar com Lola em meu encalço percebendo minha tristeza e fazendo de tudo pra saber o motivo. Como era um dia chuvoso, o movimento estava fraco, então Lola resolveu fechar mais cedo. Na verdade, ela queria mesmo matar a curiosidade em saber meu estado. Enquanto ela fechava já fui até o bar e escolhi uma cachaça bem forte pra matar aquela menina da minha mente. Lola sentou-se ao meu lado e foi logo perguntando.- Me diga, John, qual o motivo de você tá assim tão pra baixo hoje e ainda escolhendo a bebida mais forte do nosso cardápio no final do expediente, ao invés de ir para casa descansar? - perguntou Lola interessada.
- Anne me traiu. - só consegui responder isso e pus a garrafa na boca entornando quase a metade dela de uma vez só. Os olhos chegaram a lacrimejar.
- Eu sabia que essa garota não era pra você, John! Olha pra você, tão lindo e amável e ela me pareceu não gostar de você, percebi desde que bati os olhos nela aquele dia. - disse Lola se referindo ao dia que nos conhecemos.
- Eu não quero falar mais sobre ela, não quero mais saber dela, Lola. Me acompanha na bebida? - fiz sinal com a bebida pra saber se ela queria também, mas sem intenção de compartilhar.
- Não, vou ficar te vigiando, não vou te deixar em más condições sozinho por aí. Mas bebe, afoga as mágoas e esquece aquela menina! Estou aqui pro que der e vier. - disse piscando e pondo a mão em cima da minha.
Lola foi até o bar e pegou outra bebida daquela forte, abriu e pôs em minha frente. Acabei de entornar a outra que estava em minha mão e já fui bebendo a outra. Depois de ter bebido e chorado, não me lembro mais de nada e tenho certeza que me arrependeria disso depois.
Por Lola:
Trabalho no restaurante de Joseph há anos, sempre fui profissional e dei o meu melhor. Quando vi seu sobrinho John a primeira vez, meu coração acelerou, foi amor a primeira vista. Pena que estava com aquela lambisgoia em seu encalço. Mas tinha certeza que namoro a distância não dava certo e não seria o dele que daria. Se dependesse de mim, ele seria meu e nunca mais encontraria aquela metida. Hoje encontrei a oportunidade perfeita, John estava triste, decepcionado com ela e eu o consolei. Dei bebida pra ele até ele ficar completamente bêbado e o levei para casa e deitei ao seu lado. Sabia que a piranha da namoradinha dele chegaria, pois Joseph mandou fechar mais cedo sem comentar com John, para que ele fosse para casa e encontrasse com ela, que chegaria de surpresa. De fato ela chegou de surpresa e teve uma surpresa melhor ainda: eu e John em sua cama completamente nus! Era o fim do casal sem sal e o começo de um casal perfeito: eu e John!
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Da Cidade Para Roça
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